Onze novos veículos entraram em operação nesta terça-feira (6) no Eixo Anhanguera com capacidade para 30 passageiros a mais que os antigos. Outros 79 ônibus passarão a circular pela linha nas próximas semanas. Usuário aprovou o novo carro, mas diz que ainda são necessárias muitas melhorias no transporte coletivo de Goiânia.
“Minhas filhas pegam este ônibus para ir e voltar à escola e sempre falam que é muito sofrimento e falta de respeito. Então tem que melhorar bastante”, diz uma passageira.
Outra usuária faz questão de participar da gravação. “Quero dizer que o ônibus é ótimo, é excelente. Tem até uma porta que fala. O pessoal da Metrobus treinado, cuidando das filas... Mas e isto vai continuar ou vai ser só porque chegou o ônibus, filmou e está tudo bonitinho e tchau”, questiona. “Por que se voltar a bagunça nós vamos chamar de novo vocês para filmar lá no terminal”, provoca.
A equipe de reportagem do Jornal Anhanguera fez uma viagem em um ônibus novo e depois foi verificar as condições oferecidas por um ônibus antigo. A frota anterior foi adquirida em 1998 e já está com 13 anos de uso. O deslocamento foi iniciado no ponto da Rua 20 no Centro.
No ônibus antigo, um senhor comenta que, apesar de o ônibus estar cheio, a expectativa é de melhora para o transporte coletivo. “Piorar ainda mais não pode, né”, diz otimista.
Outro usuário mostra o teto e o piso danificados do veículo. É possível ver o asfalto pelo buraco no chão. “Há outros ainda piores do que este, com pedaços que se arrastam pelo chão”, observa. “O sistema (de transporte coletivo urbano) tem que acompanhar a população. Mas o sistema não está acompanhando a população. A cidade cresceu e o sistema não cresceu junto”, analisa o passageiro.
O lançamento dos novos ônibus do Eixo Anhanguera aconteceu na manhã desta quarta-feira (6), na Praça Cívica. O governador Marconi Perillo e o prefeito de Goiânia Paulo Garcia conduziram a solenidade de entrega da nova frota. Ambos ressaltaram a parceria entre governo estadual e municipal para a realização deste trabalho.
Biarticulados e articulados
Cinco ônibus biarticulados e seis articulados passam a percorrer o trajeto de 14 quilômetros entre os terminais Padre Pelágio e Novo Mundo, passando por outros três terminais e 19 plataformas. Segundo a assessoria de imprensa da Metrobus, até o dia 15 de novembro deste ano, toda a frota será substituída, colocando em operação 90 novos veículos, que beneficiarão 240 mil usuários por dia.
De acordo com a Metrobus, os novos ônibus são ultramodernos e são os maiores em circulação no Brasil e no mundo. Os ônibus articulados, com capacidade para 170 pessoas cada, têm chassis de 21 metros e são os primeiros ônibus desta dimensão a rodar no país. Cada unidade pode transportar até 30 passageiros a mais que os ônibus articulados anteriores de 18 metros de chassis.
Já os ônibus biarticulados, com capacidade para 280 passageiros cada, têm chassis de 28 metros e representam também um acréscimo de 30 passageiros. O órgão informa que mesmo com a diminuição da frota, de 104 para 90 carros, a capacidade será ampliada em cerca de 20%.
Com os novos equipamentos, a Metrobus pretende proporcionar maior conforto e segurança à população, como ar-condicionado, monitor de TV e sistema eletrônico de segurança que não permite o deslocamento do veículo com a porta aberta.
Novidades
O Mega-BRT (sigla inglesa para Ônibus de Transporte Rápido) da marca Volvo, modelo 2011/2012, é montado pelo consórcio Suécia/San Marino. A nova frota tem motor e suspensão eletrônicos, computador de bordo, monitor de TV e sistema eletrônico de segurança que não permite o deslocamento do veículo de porta aberta. Os ônibus ainda vão ser monitorados com sistema interno de câmeras. As especificações quanto à emissão de gases dos ônibus (Conama P5) seguem a legislação brasileira para diminuição da poluição ambiental.
No interior dos veículos haverá painéis eletrônicos que identificam qual a próxima parada a ser realizada pelo ônibus e equipamentos de áudio com a mesma função. Os veículos contam com o sistema ITS de rastreamento via satélite que monitora seus deslocamentos e emite relatórios gerenciais de como estão sendo conduzidos. Os 260 motoristas do Eixo estão recebendo treinamento teórico e prático com os técnicos da Volvo, fábrica que produziu os veículos.
A nova frota custou R$ 87 milhões. As verbas para a compra dos 90 veículos são de empréstimo bancário com prazo de 60 meses, carência de seis meses, e serão pagos com recursos próprios da Metrobus Transporte Coletivo S/A provenientes da tarifa paga pelo cidadão. A tarifa que hoje é de $R 1,25 não sofrerá nenhum tipo de aumento com a compra e nem com a implementação de todas as melhorias no Eixo Anhanguera.