O corredor exclusivo de ônibus da Avenida Bezerra de Menezes foi instalado no dia 18 de abril, com o objetivo de dar mais fluidez no trânsito da região, sobretudo dos ônibus. Todavia, após a mudança já houve reclamações quanto à ciclofaixa e um acidente com morte foi registrado no corredor central. Os 8,2 km de extensão de faixa exclusiva para as 26 linhas de ônibus que passaram na via e a implementação do embarque no canteiro central deixaram alguns passageiros desorientados. Sinal de que um pouco de orientação – ou educação – resolveria o problema.
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FOTO: Tribuna do Ceará/ Rosana Romão |
O Tribuna do Ceará percorreu a área e registrou pessoas andando na ciclofaixa, ciclistas parados conversando atrapalhando quem estava pedalando, carros avançando o sinal vermelho e passageiros de ônibus atravessando a avenida fora da faixa de pedestre. Os usuários do transporte público são os que mais sofrem com a mudança. Além de terem que procurar o local das paradas, alguns contam que os ônibus não param e o tempo de espera até o próximo veículo é longo. Confira as percepções dos cidadãos que trafegam pela Avenida Bezerra de Menezes.
Pedestre
A pedestre Silvia Falcão precisou atravessar a Avenida Bezerra de Menezes para chegar ao North Shopping, mas não se incomodou em ir andando pela ciclofaixa, local exclusivo para o tráfego de bicicletas. Ela teve sorte de não haver nenhum ciclista no momento. “Eu tive o cuidado de observar. Como o percurso era curto, eu preferi vir por aqui, porque se eu fosse dar a volta para vir pela faixa ia demorar muito”, confessa. Todavia, ela aprova a mudança. “Se cada um tiver seu espaço, dá certo”, completa.
Ciclista
O pintor Afonso Bezerra usa a bicicleta diariamente como meio de locomoção para o trabalho. Como precisa se deslocar para vários destinos, a praticidade de bicicleta o ajuda e faz reduzir o tempo no trânsito. Com a implantação da ciclofaixa na Avenida Bezerra de Menezes, o trajeto de Afonso ficou mais rápido. “Olha, pra mim está bom. Tenho um espaço só pra mim, é uma maravilha. As árvores nem atrapalham, eu acho é bom que dá uma sombrinha”, comemora.
Motorista
Para o engenheiro Antônio Silva, o sistema é benéfico, mas seu funcionamento depende da colaboração dos usuários. Como motorista, ele aprova a mudança e afirma que seu trajeto ficou mais veloz. “Foi bem projetado, de uma forma que cada tipo de deslocamento tem o seu espaço. Se cada um souber a sua função e respeitar as outras, funciona. Acho que o que falta mesmo é orientação”, opina.
Usuário de ônibus
A auxiliar de produção Maria Liduína de Oliveira utiliza o serviço de transporte público para ir e voltar do trabalho. Para isso, precisa pegar ônibus na parada do North Shopping. “Tá desorganizado demais. Você vê essa multidão aqui, ninguém sabe para onde vai. Eu pensei que a minha parada ainda fosse na rua, mas soube que agora é nesse corredor”, conta. Apesar de gostar da rapidez no trajeto do ônibus, ela critica a forma como acontece o embarque e desembarque. “O sinal fecha para a gente atravessar a rua, mas tem carro que não respeita. Tem que ter muito cuidado. Até quando o ônibus vem, pode até atropelar alguém que esteja atravessando. Eu não confio não, mesmo com o sinal fechado fico com medo de passar”, desabafa.
Orientação
O fiscal da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) Almeida de Oliveira permanece no corredor das 16h às 22h, mas garante que durante todo o dia há orientação para os pedestres e usuários de ônibus. “É um movimento muito intenso, tem hora que não dá pra dar atenção a todo mundo, mas eu sinalizo com esse apito a hora de atravessar e a hora de esperar. Tem uns ou outros que não respeitam, mas a minha função eu estou cumprindo”, garante.