O Sindicato dos Metroviários e o Metrô de São Paulo não chegaram a um acordo sobre o índice de reajuste da categoria, abrindo a possibilidade de uma greve na próxima quarta-feira, 18 de maio.
A entidade exige um aumento salarial de 20% além de pagamento de “participação nos resultados” (PR) de três anos – 2020, 2021 e 2022. O Metrô, que teve brutais prejuízos nesse período por conta sobretudo da pandemia do Covid-19, propôs um aumento de 12,26%, mas se recusa a discutir o assunto das PRs, segundo o sindicato.
Qualquer um dos índices de reajuste fará com que o salário médio de um metroviário atinja ao menos R$ 10.000, segundo dados obtidos pelo site via SIC. É o caso de funcionários que recebem gratificação por tempo de serviço, cujo salário médio atual (após reajuste de 7,58% concedido no ano passado) é de R$ 8.373. O índice também se refletirá em outros benefícios como vale-refeição e vale-alimentação que hoje somam cerca de R$ 1.377 – com o reajuste proposto pelo Metrô o valor subirá para aproximadamente R$ 1.545.
As discussões ocorrem num momento em que o Metrô acumulou quase R$ 2,5 bilhões de prejuízo. A companhia precisou manter a operação em níveis mínimos durante as medidas de isolamento social, a despeito da queda brutal na demanda de passageiros e na manutenção da tarifa.
Além do reajuste e da participação nos “lucros”, o Sindicato dos Metroviários também tem pleiteado a isonomia dos salários dos funcionários, entre o piso e o teto pagos. Segundo nota da entidade, enquanto um operador de trem (OTM1) começa na função com salário de R$ 2.470 e esse valor sobe para R$ 3.835 no teto – o Metrô teria dito ao sindicato que só irá abordar esse tema, chamado de “step”, em 2023.
Nesta segunda e também na terça, os funcionários estão sendo convocados a utilizar um colete em vez do uniforme. A assembléia que votará a possível greve na quarta-feira ocorrerá amanhã (17), até às 21h.
Caso seja aprovada, a greve deve afetar as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata – as demais são operadas pela iniciativa privada, que realiza discussões salarias à parte. A CPTM também tem seu próprio calendário de dissídio.
Informações: Metrô CPTM