Metrô que abriu uma cratera no canteiro da Marginal do Tietê, o governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 21, que a máquina tuneladora, popularmente conhecida como tatuzão, deve retomar escavações no sentido sul em agosto. Quanto ao inquérito das causas do incidente, ainda não há previsão de conclusão. O cronograma de entrega da obra completa foi mantido para final de 2025.
O acidente ocorreu nas imediações da Ponte do Piqueri, zona oeste de São Paulo. De acordo com o governo, o problema foi causado pelo rompimento de uma coletora de esgoto. O motivo da ruptura não foi esclarecido. Não houve vítimas.
A linha terá 15,3 km de extensão e é fruto de uma parceria público-privada (PPP) do Estado com a concessionária Linha Universidade. Conectando Brasilândia, na zona norte, até a região da Liberdade, no centro, terá 15 estações. A estimativa é de transportar mais de 600 mil pessoas por dia.
“Fiz também uma visita ao túnel que passa embaixo do Rio Tietê, onde no mês de agosto teremos o reinício da perferução do tatuzão no sentido centro e, até o início de novembro, o início da perfuração da obra da Linha-6 no sentido norte”, disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no canteiro da futura estação Santa Marina, na Água Branca, a mais adiantada. No local, cerca de 40% das obras já estão concluídas. Ele destacou que, apesar do incidente, “a obra não parou” e outras frentes de obras foram fortalecidas para que o cronograma seja cumprido.
Nos seis meses que se passaram, o foco da construtora foi em realizar o esgotamento da água e recuperar as estruturas no local do acidente, para poder retirar o tatuzão e iniciar a reparação, conforme destacou Lucio Mateucci, diretor adjunto do grupo espanhol Acciona responsável pela obra. “A máquina segue em reparação e a previsão é de que ao final de agosto, chegando todos os materiais que ainda faltam serem importados, a gente retome a escavação da máquina que vai sentido sul e vai escavar 10 km.”
Quanto ao inquérito sobre o que de fato causou o acidente, Garcia destacou que ainda não há previsão para conclusão do levantamento que depende de “engenharia sofisticada”. Segundo ele, os laudos estão sendo feitos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e as investigações, acompanhadas por “todos os órgãos de Estado e de controle”.
Em relação ao impacto financeiro, o governador destacou que, por ora, a concessionária tem arcado com todos os valores – que não foram informados durante a coletiva. “Ao final da investigação, se houver alguma responsabilização por parte do Estado ou por parte da concessionária, os gatilhos do contrato serão acionados com objetivo de reparação de dano.”
Informações: Estadão e Revista Ferroviária