Mesmo com o recém-anunciado corte de verbas da União, o Governo Federal anunciou investimentos de R$ 1,75 bilhão para o metrô de Belo Horizonte. Os recursos, segundo o secretário de Transportes e Mobilidade (Semob) do Ministério das Cidades, Dario Lopes, serão provenientes do Fundo de Garantida do Trabalhador (FGTS). A divulgação foi feita na manhã desta quinta (28), durante o 62º Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito.
Segundo Dario, até junho será definido o modelo de financiamento do metrô e a divisão de quanto de verba cada iniciativa deverá repassar. Ele adiantou ainda que os projetos básico e executivos das linhas 1 (Eldorado/Vilarinho), 2 (Barreiro/Calafate) e (3 Savassi/Lagoinha) já estão prontos. “Isso não é uma promessa. É uma determinação da presidente e missão dada é missão cumprida”, afirmou Dario.
A primeira linha que deve sair do papel é a 1, já que trata-se apenas da ampliação da capacidade em 50% com o acréscimo de dez vagões ao sistema. A linha também será modernizada.
Elaboração de projetos
No Fórum, o Secretário Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop), Murilo Valadares, adiantou que o Governo do Estado avalia a criação de um setor específico para auxiliar cidades de até 50 mil habitantes na formulação de projetos de mobilidade urbana, infraestrutura e gerenciamento de resíduos sólidos.
Segundo o secretário, serão necessários em média R$ 160 a R$ 200 milhões para garantir a elaboração de projetos aos municípios. Desde abril deste ano, legislações federais condicionam a liberação das verbas à existência dos projetos para cidades acima de 20 mil habitantes. “Para que a prefeitura possa ou fazer a obra ou conseguir recursos”, disse Valadares.
Para o coordenador regional Minas da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ricardo Mendanha, a falta de planejamento é o que tem barrado a liberação de verbas, tanto da União como do Estado, para as cidades mineiras. “Fazer projetos porque ninguém tem projeto, tem ideia. O que falta hoje é projeto”.
Ele ainda destacou que, como o país está em crise, os municípios devem aproveitar o momento para planejar. “É hora principalmente no momento de crise de fazer o planejamento, pensar como você quer que a cidade cresça, fazer os projetos que tem que fazer, para que, na hora que tiver dinheiro, tirar o projeto da gaveta”.
Por Letícia Alves