Em meio à discussões sobre os dois últimos reajustes de tarifa, os quatro consórcios que operam o transporte coletivo por ônibus de Belo Horizonte renovarão 11,53% da frota de 2.947 coletivos ao longo de 2016. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que serão incorporados pelas 40 empresas operadoras 340 ônibus convencionais novos, que substituirão a frota já circulante. A atualização não inclui os veículos do tipo padron e articulados do sistema Move, o que possibilitaria a implantação de linhas pendentes do sistema BRT, inaugurado no início de 2014.
Com a substituição, 100% dos coletivos da capital mineira passarão a ter elevador destinado ao atendimento de portadores de necessidades especiais – índice já atingido em cidades do interior de Minas, como em Divinópolis, na região centro-oeste do estado. Já há novos veículos em circulação em linhas como a 101 (Aglomerado Santa Lúcia) e a 4103 (Aparecida/Mangabeiras).
A renovação dos ônibus convencionais, segundo o Setra-BH, ocorrerá nas garagens de todas as 40 empresas que operam o transporte coletivo municipal e “em praticamente todas as 341 linhas”. São realizadas em média 730 mil viagens/mês, percorrendo 14 milhões de quilômetros e transportando 36 milhões de passageiros.
No fim de janeiro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou pedido da Defensoria Pública de Minas Gerais para suspender o primeiro aumento de tarifa do ano passado, quando o valor médio, da maioria das linhas (perimetrais, diametrais, semi-expressas e também do Move), foi de R$ 3,10 para R$ 3,40. O último reajuste de tarifa ocorreu em 3 de janeiro, quando a passagem passou a custar R$ 3,70. Conforme mostrou o Estado de Minas, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) prometeu entrar com nova ação civil pública contra o mais recente aumento. Em BH, 80% das linhas se enquadram nas de tarifa de R$ 3,70, 18% nas de tarifa de R$ 2,65 e 2% nas de tarifa de R$ 0,85.
Investimento Cada novo ônibus convencional adquirido terá custo final – após a instalação dos equipamentos e tecnologias –, de cerca de R$ 300 mil. Os valores dos ônibus das linhas do BRT/Move giram em torno de R$ 400 mil, no caso dos ônibus do tipo padron, e de R$ 750 mil nos articulados. O Setra-BH salienta, contudo, que não há haverá inclusão de novos veículos padron e articulados no sistema, em razão da aquisição recente daqueles que se encontram em operação – o que não justifica o adiamento na implantação de linhas pendentes do Move.
Por Bruno Freitas
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