A briga entre o prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM) e milhares de pessoas, residentes em outros municípios ou lá mesmo na capital, que se utilizam de ônibus fretados para chegar a seus locais de trabalho, merece ser acompanhada mesmo por quem não mora ou trabalha em São Paulo, nem se utiliza de ônibus fretados - e, por isso mesmo, imagina que não tem nada a ver com isso.
O que está em andamento na capital, neste exato instante, não é o problema isolado de um segmento da população, mas sim um capítulo (pelo que se vê, bastante exaltado) de uma antiga guerra que se desenrola diuturnamente na maior parte das cidades médias e grandes do Brasil e do mundo: a guerra pelo centro da cidade.
É uma guerra acirrada, pois em jogo estão interesses os mais díspares possíveis, além de um fato que sempre pesa muito nas reivindicações: em todo lugar, a característica mais forte do Centro é ser um território de todos e de ninguém, uma região para onde tudo converge e onde a população se encontra para trabalhar, fazer compras, ir ao banco ou passear.
Todos se sentem meio donos do Centro, e, quando alguém impõe limites à utilização que determinado grupo dá a esse território - a exemplo daquela baixada por Kassab, que não quer os ônibus fretados circulando numa área de setenta quilômetros quadrados dentro do chamado centro expandido -, produz-se compreensível revolta. Não importa o que se diga, a sensação daquele que enfrenta a restrição é de quem tem um direito revogado.
No caso paulistano, a polêmica é alimentada por argumentos sensatos, apresentados pelos que não poderão mais ir até o local de trabalho nos ônibus fretados, e terão de, como se diz no interior, fazer baldeação de ônibus ou metrô para chegar a logradouros centrais como a avenida Paulista.
Às alegações da Prefeitura, de que o trânsito ficará mais rápido, observam que cada ônibus transporta mais de quarenta pessoas, as quais causariam problemas muito maiores se resolvessem ir trabalhar em seus carros particulares. E lamentam que se tenha preferido incomodar justamente quem precisa ir ao Centro a trabalho, liberando todos os outros de qualquer proibição.
O que está em andamento na capital, neste exato instante, não é o problema isolado de um segmento da população, mas sim um capítulo (pelo que se vê, bastante exaltado) de uma antiga guerra que se desenrola diuturnamente na maior parte das cidades médias e grandes do Brasil e do mundo: a guerra pelo centro da cidade.
É uma guerra acirrada, pois em jogo estão interesses os mais díspares possíveis, além de um fato que sempre pesa muito nas reivindicações: em todo lugar, a característica mais forte do Centro é ser um território de todos e de ninguém, uma região para onde tudo converge e onde a população se encontra para trabalhar, fazer compras, ir ao banco ou passear.
Todos se sentem meio donos do Centro, e, quando alguém impõe limites à utilização que determinado grupo dá a esse território - a exemplo daquela baixada por Kassab, que não quer os ônibus fretados circulando numa área de setenta quilômetros quadrados dentro do chamado centro expandido -, produz-se compreensível revolta. Não importa o que se diga, a sensação daquele que enfrenta a restrição é de quem tem um direito revogado.
No caso paulistano, a polêmica é alimentada por argumentos sensatos, apresentados pelos que não poderão mais ir até o local de trabalho nos ônibus fretados, e terão de, como se diz no interior, fazer baldeação de ônibus ou metrô para chegar a logradouros centrais como a avenida Paulista.
Às alegações da Prefeitura, de que o trânsito ficará mais rápido, observam que cada ônibus transporta mais de quarenta pessoas, as quais causariam problemas muito maiores se resolvessem ir trabalhar em seus carros particulares. E lamentam que se tenha preferido incomodar justamente quem precisa ir ao Centro a trabalho, liberando todos os outros de qualquer proibição.