Moradores, comerciantes e motoristas reclamam da implantação de mão dupla na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, entre a Rua dos Ingleses, no Centro, e a Rua Groenlândia, nos Jardins. A alteração foi anunciada neste domingo (21), e começou a ser testada na madrugada de segunda-feira (22), segundo a CET. Na prática, no entanto, a mudança já está valendo, com pintura de faixa amarela para dividir a pista, novas faixas de pedestres e bloqueio para conversão à esquerda na Alameda Jaú, um dos maiores pontos de descontentamento e confusão. Muita gente diz ter sido pega de surpresa com a mudança repentina.
A Avenida Brigadeiro Luís Antônio liga a região central de São Paulo ao Ibirapuera. Originalmente, ela tinha uma faixa para ônibus e duas para carros no sentido Centro. E apenas uma faixa, somente para ônibus, no trecho entre a Rua dos Ingleses e a Rua Groenlândia, no sentido Ibirapuera. Com a nova proposta, esse trecho passa a ter duas faixas para o Ibirapuera e, consequentemente, o sentido Centro perdeu uma das faixas para carros.
Segundo a CET, a medida foi tomada para reduzir o índice de acidentes na via, principalmente no trecho entre a Rua Cincinato Braga e a Alameda Santos, onde a companhia registrou 116 atropelamentos, entre 2013 e 2015.
O engenheiro Sérgio Ejzenberg, mestre em transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo afirma que "o que foi feito foi algo para proteger pedestres."
"Para o leigo parece uma coisa louca porque, se tinha atropelamento e você coloca mais carros, parece que vai matar mais gente. Não é este o raciocínio. O raciocínio é não dar a falsa impressão de mão única."
Ejzenberg diz que há uma lógica nisso, porque uma via com faixa exclusiva no contrafluxo costuma ser perigosa para pedestre. Isso ocorre porque passam milhares de veículos em um sentido (que é o sentido que o tráfego é normal) e no sentido oposto passam, talvez, 50, 60 ônibus por hora, o que dá, às vezes, menos do que um minuto entre cada ônibus.
Para Ejzenberg, isso dá impressão de que é via de mão única.
"As pessoas acabam atravessando como se fosse via de mão unica. Na hora que começam a atravessar (porque viram que o semáforo segurou o tráfego mais lá para baixo) vem um ônibus pela contramão, entre aspas, e mata na hora."
O especialista diz que essas vias de ônibus no contrafluxo "são intrinsecamente perigosas por esta razão, não só para o pedestre, mas também para quem entra pela transversal, de carro ou de motocicleta."
"Fica com a impressão que a via é de mão única, porque só se vê passar carro em um sentido e na hora que se imbica para passar vem um ônibus na contramão entre aspas e gera um acidente."
Eizenberg diz que a CET deveria ter divulgado o estudo, por uma questão de transparência. "Divulgar o que está acontecendo e por que está acontecendo. Se é esse o problema, então a solução é correta. Mas o estudo não foi divulgado", afirmou.
Segundo Ejzenberg, a CET tem obrigação de estudar outras vias iguais que existem na cidade. "Se não me engano, tem uma na Penha, na Coronel Rodovalho. A CET tem que explicar isso com mais detalhes porque é de interesse público."
CET trabalha em três turnos
A CET trabalha com agentes em três turnos para ajudar a orientar o tráfego nessa fase de implementação. Funcionários estão desde segunda orientando os motoristas. Na avaliação de alguns deles, a mudança, por ora, é negativa.
"Foi desfavorável porque não houve divulgação. Os motoristas estão sendo pegos de surpresa. Eles não conseguem se programar", disse um deles. Os agentes revelaram ao G1 que a lentidão, no final da tarde, está afetando o trânsito até a Avenida Santo Amaro.
Até as 18h desta terça-feira, nenhum acidente tinha sido registrado, apesar de muitos veículos ignorarem a sinalização feita com cones. Segundo os agentes, 90% dos motoristas que erraram e seguiram na contramão são motociclistas.
Segurança de uma agência de turismo da avenida, no sentido Bairro, Ari Maurício França disse que, para o comércio, a alteração foi positiva. "Ficou mais fácil para os clientes acessarem, parar o carro. Mas para o trânsito foi caótico", comentou.
Em nota, a CET informou que "visando manter as condições de segurança na travessia de pedestres junto ao cruzamento das avenidas Paulista e Brigadeiro Luis Antonio, as conversões à direita em ambos os sentidos da Avenida Paulista para a Avenida Brigadeiro Luis Antonio permanecerão proibidas."
Ainda segundo a companhia, a medida tem como objetivo garantir as condições de segurança e fluidez no trânsito e a redução do índice de acidentes na avenida, após a finalização dos serviços, os motoristas terão uma semana para se adaptarem ao novo projeto de sinalização na via.
Com a mudança, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio contará com faixas exclusivas destinadas aos ônibus e faixas de rolamento liberadas para os demais veículos nos dois sentidos. A circulação no contrafluxo será eliminado ao longo do trecho de implantação.
Informações: G1 São Paulo
A Avenida Brigadeiro Luís Antônio liga a região central de São Paulo ao Ibirapuera. Originalmente, ela tinha uma faixa para ônibus e duas para carros no sentido Centro. E apenas uma faixa, somente para ônibus, no trecho entre a Rua dos Ingleses e a Rua Groenlândia, no sentido Ibirapuera. Com a nova proposta, esse trecho passa a ter duas faixas para o Ibirapuera e, consequentemente, o sentido Centro perdeu uma das faixas para carros.
Segundo a CET, a medida foi tomada para reduzir o índice de acidentes na via, principalmente no trecho entre a Rua Cincinato Braga e a Alameda Santos, onde a companhia registrou 116 atropelamentos, entre 2013 e 2015.
O engenheiro Sérgio Ejzenberg, mestre em transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo afirma que "o que foi feito foi algo para proteger pedestres."
"Para o leigo parece uma coisa louca porque, se tinha atropelamento e você coloca mais carros, parece que vai matar mais gente. Não é este o raciocínio. O raciocínio é não dar a falsa impressão de mão única."
Ejzenberg diz que há uma lógica nisso, porque uma via com faixa exclusiva no contrafluxo costuma ser perigosa para pedestre. Isso ocorre porque passam milhares de veículos em um sentido (que é o sentido que o tráfego é normal) e no sentido oposto passam, talvez, 50, 60 ônibus por hora, o que dá, às vezes, menos do que um minuto entre cada ônibus.
Para Ejzenberg, isso dá impressão de que é via de mão única.
"As pessoas acabam atravessando como se fosse via de mão unica. Na hora que começam a atravessar (porque viram que o semáforo segurou o tráfego mais lá para baixo) vem um ônibus pela contramão, entre aspas, e mata na hora."
O especialista diz que essas vias de ônibus no contrafluxo "são intrinsecamente perigosas por esta razão, não só para o pedestre, mas também para quem entra pela transversal, de carro ou de motocicleta."
"Fica com a impressão que a via é de mão única, porque só se vê passar carro em um sentido e na hora que se imbica para passar vem um ônibus na contramão entre aspas e gera um acidente."
Eizenberg diz que a CET deveria ter divulgado o estudo, por uma questão de transparência. "Divulgar o que está acontecendo e por que está acontecendo. Se é esse o problema, então a solução é correta. Mas o estudo não foi divulgado", afirmou.
Segundo Ejzenberg, a CET tem obrigação de estudar outras vias iguais que existem na cidade. "Se não me engano, tem uma na Penha, na Coronel Rodovalho. A CET tem que explicar isso com mais detalhes porque é de interesse público."
CET trabalha em três turnos
A CET trabalha com agentes em três turnos para ajudar a orientar o tráfego nessa fase de implementação. Funcionários estão desde segunda orientando os motoristas. Na avaliação de alguns deles, a mudança, por ora, é negativa.
"Foi desfavorável porque não houve divulgação. Os motoristas estão sendo pegos de surpresa. Eles não conseguem se programar", disse um deles. Os agentes revelaram ao G1 que a lentidão, no final da tarde, está afetando o trânsito até a Avenida Santo Amaro.
Até as 18h desta terça-feira, nenhum acidente tinha sido registrado, apesar de muitos veículos ignorarem a sinalização feita com cones. Segundo os agentes, 90% dos motoristas que erraram e seguiram na contramão são motociclistas.
Segurança de uma agência de turismo da avenida, no sentido Bairro, Ari Maurício França disse que, para o comércio, a alteração foi positiva. "Ficou mais fácil para os clientes acessarem, parar o carro. Mas para o trânsito foi caótico", comentou.
Em nota, a CET informou que "visando manter as condições de segurança na travessia de pedestres junto ao cruzamento das avenidas Paulista e Brigadeiro Luis Antonio, as conversões à direita em ambos os sentidos da Avenida Paulista para a Avenida Brigadeiro Luis Antonio permanecerão proibidas."
Ainda segundo a companhia, a medida tem como objetivo garantir as condições de segurança e fluidez no trânsito e a redução do índice de acidentes na avenida, após a finalização dos serviços, os motoristas terão uma semana para se adaptarem ao novo projeto de sinalização na via.
Com a mudança, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio contará com faixas exclusivas destinadas aos ônibus e faixas de rolamento liberadas para os demais veículos nos dois sentidos. A circulação no contrafluxo será eliminado ao longo do trecho de implantação.
Informações: G1 São Paulo
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