RIO - O presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, afirmou na tarde desta quarta-feira, em entrevista coletiva, que o trem que descarrilou e provocou caos no sistema ferroviário tem mais de 50 anos de uso. Segundo ele, o fato de ser uma composição antiga pode ter contribuído para o acidente. Cunha também explicou que os suportes da rede aérea que caíram também são usados há mais de 80 anos. Segundo ele, mais de cem destas 500 estruturas já foram substituídas. Além disso, os dormentes da região onde ocorreu o descarrilamento ainda são de madeira. No momento, eles estão sendo trocados por outros de concreto, mais confiáveis.
Sobre o atendimento aos usuários, que gerou diversas queixas ao longo do dia, o presidente da SuperVia disse que, dada a situação, o serviço não foi ruim.
— Foi um caso excepcionalíssimo. Ocorreu em um local onde cruzam seis linhas, e isso dificulta muito nossa operação. Estou aqui há três anos e nunca vi uma ocorrência desse tipo. Botamos um plano de contingência em prática.
A respeito do plano de de contingência, Cunha afirmou que ele foi aplicado rapidamente. Os trens dos ramais de Belford Roxo e Saracuruna voltaram a operar em todas as estações às 16h. Já as linhas para Deodoro, Japeri e Santa Cruz só retornaram completamente às 18h15, cerca de treze horas após o descarrilamento.
— Pela extensão que teve o problema, foi rápido demais. Nosso pessoal está de parabéns.
O presidente da Supervia disse ainda que as melhorias no sistema da Supervia são constantes e que o plano de investimentos deve ir até 2016. Segundo ele, até meados do ano que vem a frota de trens deve estar plenamente renovada. A idade média das composições, hoje em 36 anos, deve cair para 15 anos. Cunha não vê problema em um trem com 50 anos continuar circulando.
— O dado internacional é de 25 anos de vida útil para um trem. Mantemos esse trens operando porque consideramos eles nossos Fuscas. É o trem antigo, mas que aguenta o batente. Ele traz problemas, requer uma manutenção maior. São trens seguros, mas sujeitos a uma frequência maior de problemas.
Cunha enfatizou que a Supervia deve receber até o final do ano que vem um total de 90 novos trens, sendo que 45 deles já chegam neste ano. No total, a frota da concessionária irá subir para 210 composições, todas com ar-condicionado. De acordo com ele, o investimento da Supervia no projeto é de R$ 2,1 bilhões.
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