Um está atrelado ao outro. Essa é a relação entre o projeto do Corredor Norte-Sul e a Via Mangue, futuro corredor viário da Zona Sul que a Prefeitura do Recife tenta construir há mais de três anos. Se a Via Mangue não avançar, com a implantação do sistema viário de 4,5 quilômetros entre o Pina e a Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem, o Norte-Sul não poderá chegar ao bairro e se estender até o ponto final, em Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes.
Ontem, Jaime Lerner e o arquiteto que está coordenando o projeto do Norte-Sul, Carlos Ceneviva, afirmaram que a alternativa viária é fundamental para permitir a implantação do corredor na Avenida Domingos Ferreira, por onde circulam, hoje, cerca de 60 mil veículos por dia. “Não podemos dizer que o corredor dependa dela, mas é um elemento importante. Se ela não existir, ficará complicado, já que a intervenção trará impactos para o tráfego da região. Por isso, sugerimos no projeto que seja encontrado um caminho alternativo entre a Domingos Ferreira e o local onde será feita a Via Mangue”, argumentou Carlos Ceneviva.
A alternativa sugerida pelo arquiteto seria a adequação do sistema viário formado por ruas como Encanta Moça, no Pina, e Francisco da Cunha, em Boa Viagem, que compõem quase uma via paralela à Domingos Ferreira. Representantes da Prefeitura do Recife que estavam na apresentação do projeto básico, no entanto, argumentaram que as vias não comportariam a quantidade de veículos.
A dependência da Via Mangue é ainda maior porque, pela proposta do Norte-Sul, a Domingos Ferreira terá apenas uma faixa para carros na altura das estações de ônibus. Sem a Via Mangue e com o corredor, o trânsito na via ficaria intrafegável. O prefeito João da Costa, embora satisfeito com o que viu do projeto, ponderou que será necessário dar agilidade à execução da Via Mangue para permitir a entrada do Norte-Sul em Boa Viagem. “É um problema, mas nós já temos uma solução. Não há restrições ao projeto, mas apenas temos que equilibrar as execuções”, disse.
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