Pesquisa do Instituto Ibope com 840 usuários do transporte coletivo da Grande Florianópolis resultou em uma nota média de 7 (entre 1 e 10) para o serviço na região. Do total de entrevistados, 77% deram nota acima da média (5) para as condições gerais do sistema. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (28.04) no seminário “O Futuro do Transporte Coletivo”, promovido pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf), que encomendou a pesquisa. “A avaliação é positiva, pois avalia a maioria dos serviços como acima da média”, define Marcelo Castilho, gerente de atendimento e planejamento do Ibope.
Além desta avaliação geral, a pesquisa mostrou que 46% dos entrevistados consideram o transporte na Capital melhor do que em outras cidades, contra 36% que acham inferior a de outras regiões. Entre os principais pontos positivos do sistema, estão a avaliação da quantidade de ônibus, itinerários e distância entre as paradas. Os itens de pior avaliação entre os entrevistados foram a lotação e o preço da passagem.
Para o Setuf, o resultado da pesquisa demonstra um avanço da satisfação geral da população em relação ao uso do sistema. ”Essa pesquisa nos dará um norte. O que está bom poderá ser melhorado e o que não foi considerado bom nós vamos trabalhar para que mude”, define Waldir Gomes, presidente do Setuf.
Mudança de modelos
Fundador da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o engenheiro Rogério Belda apresentou dados nacionais sobre mobilidade urbana e questionou o crescimento do uso de carros nas cidades. Para ele, que atualmente é assessor técnico da diretoria de Planejamento do Metrô de São Paulo, a gestão do transporte é melhor nos grandes centros, devido às maiores condições (e volume de passageiros) para testar modelos diferentes, como a integração e a gestão da demanda. De 1995 para 2008, o número de usuários do transporte coletivo no país caiu de 476 milhões para 311 milhões, um reflexo, lembra Belda, do crescimento recente do volume de automóveis em circulação.
O vice-prefeito e secretário de Transportes João Batista Nunes defendeu a criação dos corredores exclusivos para ônibus (como já ocorre na ponte Colombo Salles, na via Expressa Sul e na avenida Ivo Silveira) e a construção de mais ciclovias na cidade, como alternativas para desafogar o trânsito na cidade. O debate também contou com a presença do presidente da ViaCiclo, Milton Della Giustina.
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