Apesar do alto número de automóveis nas cidades do Grande ABC, cerca de 30% da população se utilizam do transporte público todos os dias. Em números absolutos, um contingente de mais de 700 mil pessoas é transportada pela frota de 1,2 mil ônibus que o ABC oferece, entre municipais e intermunicipais.
Silvio Miranda, consultor da área de transportes, no mercado há 60 anos, diz que o problema não é a frota, mas os congestionamentos. “O sistema viário que nós temos hoje não dá a velocidade comercial adequada, o que faz com que os ônibus andem mais devagar e mais lotados. A solução seria melhorar este sistema viário, principalmente com a criação de mais corredores. O trólebus, por exemplo, tem uma aprovação muito melhor que os ônibus de linha comum, pois possuem corredor exclusivo”, diz. E cita a obra do rebaixamento da Av. Lions como exemplo: “aquela obra (Lions) melhorou muito o viário da região. Precisávamos de mais obras deste porte, no ABC todo”, diz.
Para o usuário, a quantidade de ônibus X número de pessoas é insuficiente. O programador Alessandro Bresio afirma que, recentemente, ficou das 17h30 às 19h no ponto de ônibus aguardando as duas linhas que lhe servem. Segundo ele, cerca de 10 ônibus passaram das duas linhas – uma municipal e outra intermunicipal – todos abarrotados. “Precisava ter mais ônibus sim, principalmente em horário de pico. A situação é insustentável”, diz.
Valor é outro fator de discussão: O ABC possui cerca de treze faixas tarifárias, entre ônibus municipais e intermunicipais. Pela qualidade do serviço, os usuários acham caro o serviço de transporte. Nossa reportagem fez uma rápida pesquisa de opinião e constatou que o valor é um dos pontos mais criticados, seguido pela “falta de otimização dos trajetos” e educação dos motoristas.
O consultor Silvio Miranda afirma: “as empresas tem, sim, investido em capacitação de seus profissionais, o que reduziu, inclusive, o número de acidentes”. As empresas afirmam que os reajustes ocorrem “levando em conta a evolução média dos custos do setor de transporte coletivo no período de 12 meses”. Enquanto isso, o usuário aguarda melhorias no setor, com a chegada do tão aclamado metrô leve, a construção dos corredores e o aumento da integração nas cidades.
Por Fábio Silva Gomes - Jornal União do ABC