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Pesquisa revela que 63% dos usuários do Metrô de São Paulo possuem carro

sábado, 11 de maio de 2013

Segundo dados de uma recente pesquisa realizada pela Companhia Metrô, o sistema de transporte é o meio de locomoção preferido para 34% dos passageiros de um total de 63% que afirmam que, mesmo tendo carro ou moto, usam o sistema metroviário porque é mais rápido e confiável.

A constatação foi obtida pela pesquisa "Caracterização Socioeconômica dos Usuários e seus Hábitos de Viagem", elaborada a cada dois anos, para acompanhar as mudanças no perfil dos usuários.

Além deste comparativo entre o Metrô e os meios de transportes individuais, a pesquisa aponta que os usuários do Metrô são fregueses de longa data. Trinta e oito por cento dos entrevistados usam o metrô há nove anos ou mais e 90% dos passageiros são usuários habituais, já que utilizam o sistema de três para mais dias na semana. Normalmente, o tempo médio da viagem de metrô é de 74 minutos (1h14).


Durante os dias úteis, o principal motivo para a população realizar viagens de metrô é o trabalho e os passageiros são provenientes de locais cada vez mais distantes das estações. Já aos finais de semana, o que incentiva as pessoas a usarem o metrô são as possibilidades de passeio seja para visitar parentes, fazer compras ou curtir as atrações culturais da cidade. Em 2012, a pesquisa detectou que houve um maior uso recreativo do metrô nos finais de semana. Esse aumento foi de 6,8% e um dos principais fatores foi o crescimento de 3% da renda média dos trabalhadores na Região Metropolitana de São Paulo.

Para 18% dos usuários, a principal alteração na rotina das viagens foi começar a usar a Linha 4-Amarela. Outro destaque é o aumento das viagens ônibus-metrô-ônibus e expressivo aumento da integração com carro em todas as linhas (na Linha 3-Vermelha passou de 2% para 10% e na Linha 5-Lilás de 0% para 13%).

Usuário Padrão do Metrô - Hoje, o passageiro habitual da rede metroviária é mulher, de 18 a 34 anos, classe média, com ensino médio concluído ou universitária, salário de R$ 1.954, que executa funções subalternas e burocráticas.

Na sua rotina, o uso do Metrô acontece de cinco a mais dias durante a semana e o principal motivo de seu deslocamento é o trabalho. Além do Metrô, a maior parte das usuárias se locomove com outra condução integrada, principalmente ônibus e micro-ônibus.

Nos últimos anos, a pesquisa aponta para a constante participação feminina no Metrô. Elas correspondem a 58% do número passageiros e os homens são 42%. A linha que mais transporta mulheres é a 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), com 63% de passageiras, seguindo-se pelas linhas 1-Azul (57%), 5-Lilás (57%) e 3-Vermelha (56%).

No quesito idade, os jovens de 18 a 34 são a maioria no sistema metroviário. As razões para essa característica é a taxa menor de desemprego e a utilização dupla do metrô pra a função trabalho e escola/universidade. A faixa etária predominante é de 25 a 34 anos, correspondendo a 32% do total de passageiros. Na sequência estão os usuários de 18 a 24 anos, que são 26%. As linhas que mais concentram os jovens são 2-Verde e 5-Lilás.

Mais da metade dos usuários (54%) possuiu o ensino médio completo e/ou universitário incompleto. A Linha 5-Lilás é que apresenta mais passageiros dentro deste perfil. O levantamento também aponta que 32%, possuem o ensino superior completo e este se concentra na Linha 2-Verde.  

A classe predominante no Metrô é a média (B2-C1-C2 do Critério Brasil), que abrange 65% dos passageiros, seguidos por 34% da classe alta e 1% da baixa. Setenta e nove por cento têm vínculo empregatício, sendo que 67% atuam no ramo de serviços, 10% no comércio, 4% no setor agropecuário e outros, 3% indústria e 16% são inativos ou estudantes.

Outra novidade nesta edição da pesquisa, é que foi possível identificar que 86% dos passageiros utilizam regularmente a Internet e 44% de todos os usuários já usam a web pelo celular. Além disso, 72% acessam alguma rede social e 34% já utilizaram algum serviço do Metrô na web, 31% já entraram na página oficial do Metrô na Internet e 5% e 4%, respectivamente, já acessaram as contas oficiais da Companhia no facebook e twitter.

Informações: Panorama Brasil
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Abrigos de ônibus terão vidro com 'sombra' em SP após reclamações

Iniciada em fevereiro deste ano, a instalação dos novos abrigos de ônibus pelas ruas de São Paulo já gerou reclamações de usuários. De acordo com a concessionária Otima, responsável pela substituição do mobiliário urbano na cidade e manutenção das peças pelos próximos 25 anos, a cobertura com vidro foi o principal motivo da insatisfação nos primeiros meses de uso dos novos pontos de ônibus.

As reclamações também foram recebidas pela SP Obras, empresa da Prefeitura de São Paulo, que solicitou alterações à concessionária.

“A aparência é muito melhor, mas é só. Não protege do sol, da chuva. E é só ter um jogo no Palestra que a gente vai ver quanto tempo dura esse vidro”, avalia o pintor Rafael Peixoto, 25 anos, sobre os abrigos instalados na Avenida Sumaré.

As críticas, principalmente sobre o aspecto da proteção do vidro, são confirmadas – e rebatidas – por Violeta Noya, presidente da Otima. “No começo tínhamos pessoas ligando elogiando muito o uso de esculturas, a beleza, e tivemos algumas críticas pontuais ao vidro. Algumas pessoas não entenderam o vidro, mas a crítica vem do desconhecimento. As principais cidades do mundo estão trocando as coberturas por vidro, mas como começamos a instalar em fevereiro, que é um mês de muito calor, as pessoas associavam o vidro ao calor. O que nós fizemos foi aumentar a serigrafia. Alguns dos abrigos passaram a ter também uma sensação de sombra”, afirma. A mudança começou a ser feita no início deste mês, e contemplará os modelos "Caos Estruturado" e "Caos Invertido".


Leandro Ribeiro, 35 anos, maquiador, endossa a análise de Débora. “Eu achei difícil de usar. Quando chove acaba molhando a gente, teria que ter uma cobertura melhor. Esse tampão de vidro não protege. Achei o banco pequeno, cabe metade do número de pessoas que antigamente cabia. Nunca tivemos um ponto de ônibus decente na cidade. São Paulo é uma cidade que chove direto, precisamos de uma cobertura que escoe a água e nos proteja. É bonito, mas nada funcional.”

Mais de 9 milhões de pessoas utilizam o transporte público em São Paulo. As principais preocupações dos usuários, ainda no período do projeto dos novos abrigos, segundo a Otima, diziam respeito à cobertura e às informações sobre itinerários, que deverão estar disponíveis nos painéis. Até esta quinta-feira (9), 208 novos abrigos já tinham sido instalados. As informações sobre itinerários ainda não são disponibilizadas nos novos abrigos.

Tipos de abrigos
Ao todo são quatro modelos adotados na capital, todos com grande parte da estrutura com vidro: minimalista – instalado principalmente no Centro histórico para a preservação da arquitetura local; hi-tech – para centros financeiros como a Avenida Paulista; Caos-estruturado – em áreas mais amplas, feito com aço e vidro; e brutalista – o mais comum na cidade, com design inspirado em esculturas. Há também o chamado abrigo invertido, para calçadas estreitas em que há necessidade de área para a garantia de acessibilidade. Os modelos foram desenvolvidos pelo designer Guto Índio da Costa.

Os abrigos chamados invertidos foram criados, segundo a Otima, para calçadas de até 1,90m. Eles devem ser instalados a partir de julho. “Com a nova lei da acessibilidade, é obrigatório deixar nas calçadas uma área de 1,20m para a passagem de cadeirantes. Quando os antigos abrigos foram colocados, essa lei não existia. Hoje, quando fôssemos substituí-los, os abrigos não poderiam ser colocados em algumas calçadas e precisaríamos usar postes, mas a população iria ficar extremamente insatisfeita”, diz Violeta. Os modelos invertido e reduzido foram desenvolvidos para respeitar as irregularidades das calçadas de São Paulo.
“Os novos equipamentos privilegiam o mesmo aspecto da Cidade Limpa, que é justamente não vedar a cidade. Eles dão transparência ao que continua sendo a cidade e usam materiais de larga utilização na indústria da construção civil no mundo todo, com vidro tratado, de segurança,” explica Sérgio Krichanã, da SP Obras.

Concessão
O contrato entre a Prefeitura de São Paulo e a concessionária Otima foi assinado em dezembro de 2012. Serão substituídos 6,5 mil abrigos de ônibus pela cidade – no prazo de três anos – além da instalação de outros 1 mil abrigos. Também serão trocados 12,5 mil totens, e novos 2,2 mil serão instalados. A volta da publicidade no mobiliário urbano foi aprovada pela lei da concessão do mobiliário urbano, de outubro de 2011.

Depois da Lei Cidade Limpa, de setembro de 2006, e dos quase sete anos sem publicidade nas ruas, São Paulo volta a receber campanhas nos novos abrigos de ônibus. O primeiro anunciante a ocupar o novo espaço foi a Ambev, com a marca Brahma e, segundo a Otima, já há fila de novos anunciantes para o uso do espaço. Os abrigos terão painéis de duas faces de 2 metros quadrados cada.

A Otima é a empresa responsável pela instalação e manutenção dos abrigos de ônibus e totens indicativos de parada por um período de 25 anos. A empresa foi criada em 2012, depois da licitação do mobiliário urbano, e é uma sociedade entre a Odebrecht, a Rádio e Televisão Bandeirantes, a APMR Investimentos e Participações e a Kalítera Engenharia.

Além da responsabilidade sobre a instalação e a manutenção do mobiliário urbano, a Otima deve pagar à Prefeitura valores referentes à chamada outorga onerosa. De acordo com a SP Obras, já foram pagos, em março deste ano, R$ 35 milhões referentes à outorga adicional e R$ 5,6 milhões de antecipação da outorga mínima. Além disso, a Otima terá que pagar 288 parcelas mensais de R$ 458 mil cada.

“A economia está principalmente no que você vai deixar de gastar em manutenção. Em uma previsão muito conservadora, a prefeitura vai deixar de gastar no mínimo R$ 300 milhões, nos 25 anos, período da concessão, só na manutenção desse mobiliário”, diz Krichanã. A SP Obras é o órgão responsável pela fiscalização do cumprimento dos itens que constam no contrato de concessão.  Até o término do contrato, o investimento previsto pela Otima é de mais de R$ 636 milhões.

Informações: G1 São Paulo
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