O veículo, que começou a ser desenvolvido a cerca de seis anos e passou por vários testes, elimina vapor de água em vez de fumaça, como ocorre com os ônibus a diesel. Ao inibir o despejo de substâncias agressivas ao meio ambiente, ele é mais ecológico que os modelos tradicionais, que lançam na atmosfera resíduos da queima do combustível. Além disso, o veículo é mais silencioso.
Diante de políticos, entre eles o vereador caxiense Mauro Pereira (PMDB), e autoridades da área dos transportes, o veículo foi, nesta quinta-feira à tarde, adicionado à frota paulista de ônibus intermunicipais. A partir do Terminal Jabaquara (zona Sul de São Paulo), o veículo conduziu passageiros pela região metropolitana.
O protótipo do ônibus foi concebido pelo empresário e dono da Tutto, Agenor Boff, e desenvolvido pela equipe de engenharia da empresa. Também conta com apoio governamental e parceiros, a exemplo da Marcopolo, que produziu a carroceria. Boff explica que a Tutto criou o chassis e o software de desenvolvimento do veículo.
Também é responsável por integrar todo o sistema de propulsão do hidrogênio, que pode ser produzido a partir de várias fontes, inclusive de restos industriais.
De acordo com o empresário, o veículo foi encaminhado a São Paulo para testes no ano passado. Segundo Boff, os testes foram exitosos e, por isso, o carro acaba de ser adotado em solo paulista.
Em janeiro de 2011, outras três unidades devem seguir a São Paulo, onde o transporte intermunicipal é gerenciado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP). Cada veículo custa hoje R$ 1,8 milhão.
— Vencemos todos os testes de segurança, de frenagem e regeneração de energia, entre outros. Hoje, o país entra definitivamente na Era do Hidrogênio, mostrando que o processo é simples, e passa a ser mais visto pelos mercados internacionais nesse segmento — frisa.
COMO FUNCIONA
- O ônibus a hidrogênio tem motor elétrico. O processo de propulsão (movimentação) do veículo é o seguinte: o hidrogênio armazenado nos tanques é introduzido na célula a combustível, onde passa por um processo que produz energia elétrica por meio da junção do hidrogênio com o oxigênio do ar, liberando água como subproduto.
- A energia elétrica, depois de acondicionada, movimentará o motor elétrico de tração, instalado no eixo traseiro do ônibus, gerando energia mecânica e movimentando o veículo.
- Com o projeto ônibus a hidrogênio, o Brasil passou a ser um dos cinco países do mundo a deter essa tecnologia de fabricação, ao lado dos EUA, Alemanha, Canadá e Japão.
- Em Caxias do Sul, o ônibus movido a hidrogênio também já passou por testes na garagem da Viação Santa Tereza (Visate). A concessionária de transporte coletivo urbano de Caxias está interessada em fazer novos testes, mas agora reais, pelas ruas da cidade.
- Com o projeto Ônibus a Hidrogênio, o Brasil passou a ser um dos cinco países do mundo a deter essa tecnologia de fabricação, ao lado dos EUA, Alemanha, Canadá e Japão. A coordenação é da EMTU/SP e do Ministério das Minas e Energia (MME), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environment Facility (GEF) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).