De acordo com a Empresa Municipal de transportes (Emut), nos próximos dias a situação do Depósito Público Municipal — para onde serão encaminhados os veículos de transporte irregular — será resolvida, já que o pregão eletrônico, que vai definir a empresa responsável pela área, aconteceu na última quinta-feira. Segundo o presidente do órgão, José Henrique Mariz, a empresa vencedora é do Rio de Janeiro, mas as outras que disputaram o pregão entraram com um pedido de impugnação do resultado, alegando que a ganhadora não possui atestado de capacidade técnica compatível com a área. “Uma comissão da licitação está avaliando o pedido e não acredito que haja outro pregão. Nos próximos cinco dias deve sair o resultado deste pedido e, caso a empresa perca, a que ficou em segundo lugar na concorrência ganhará a concessão do depósito”, explicou ele.
O número de veículos que fazem a prática ilegal está crescendo tanto que em 10 minutos de espera no ponto de ônibus no Centro, próximo ao Alberto Sampaio, a equipe da Folha registrou ontem mais de 30 vans passando pelo local com placas indicando as mesmas linhas concedidas a empresas de ônibus, como IPS, Parque Aurora, Jóquei Clube, Goitacazes e outros.
Uma passageira que não quis se identificar e estava em frente a um ponto de ônibus no Mercado Municipal diz ter medo de pegar vans pela falta de segurança oferecida, em veículos sucateados. Mas entre ficar horas esperando o ônibus e chegar mais rápido no destino mesmo correndo riscos, a segunda opção é sempre escolhida.
A farra das vans já está chegando aos classificados dos jornais. É possível observar anúncios de vendas de veículos utilitários, inclusive com a informação de que fazem linhas de transporte de passageiros. Sobre o assunto, o presidente da Emut explicou que é pura ilegalidade. “Não há legalmente nenhuma linha cedida ao transporte alternativo”, afirmou o presidente da Emut.
Mariz diz ser necessária uma política de transporte em Campos. “Primeiro é preciso decidir o que vamos fazer com estas vans que circulam pelo trânsito da cidade. Aproveitá-las ou não no transporte público. Se a decisão for aproveitar tais vans, temos que abrir a licitação para legalizar as linhas”, falou ele.