O primeiro debate eleitoral da campanha pela prefeitura de Curitiba teve 3h15 de
duração e contou com a participação de seis candidatos. O debate começou às
21h45 de quinta-feira (2) e foi encerrado por volta da 1 hora de sexta-feira
(3). O evento foi organizado pela TV Bandeirantes e teve transmissão interativa
da Gazeta do Povo.
Inicialmente, os candidatos Bruno Meirinho (PSol), Gustavo Fruet (PDT),
Luciano Ducci (PSB), Rafael Greca (PMDB) e Ratinho Júnior (PSC) foram convidados
para o debate. Carlos Moraes (PRTB) conseguiu liminar para participar do evento.
Ficaram de fora Avanilson Araújo (PSTU) e Alzimara Bacellar (PPL), pois seus
partidos não têm representação na Câmara Federal.
Logo no primeiro tema sorteado – mobilidade urbana –, o transporte coletivo
do município foi colocado em xeque. Fruet afirmou, por exemplo, que Curitiba é a
única capital do Sul e Sudeste que vem perdendo passageiros por causa da queda
na qualidade do serviço.
Já Greca acusou a gestão de Ducci de tratar o
trânsito como um negócio privado e não como um serviço público: “São os radares
malditos em cada esquina, prontos para multar com suas imagens corrompidas. Vou
acabar com os radares caça-níqueis e substituí-los por lombadas
eletrônicas”.
No contra-ataque, Ducci destacou seus feitos como prefeito e citou projetos
como o do Ligeirão e do metrô. “Curitiba tem obras viárias por todos os cantos,
tudo para dar fluidez ao trânsito. O metrô, por exemplo, foi uma batalha nossa
em Brasília, que será realidade nos próximos quatro anos”, disse.
O metrô, inclusive, foi tema de discórdia entre ele e Ratinho. O candidato do
PSC atribuiu a si próprio a inclusão de recursos para a obra no orçamento da
União. Ducci, por outro lado, afirmou que, na verdade, o dinheiro está previsto
no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Já no debate sobre habitação, Fruet criticou a atuação da Companhia de
Habitação de Curitiba (Cohab) e a suposta criação da Secretaria de Habitação
para acomodação de interesses eleitorais – o primeiro a assumir a pasta foi o
deputado estadual Osmar Bertoldi (DEM), que era cotado para vice Ducci. “Temos
de fortalecer o quadro funcional e o papel Cohab, que passa por uma situação de
depressão”, atacou. Em complemento, Ratinho acusou Ducci de entregar moradias
sem infraestrutura necessária, que seriam “depósitos de gente”.
“Não temos depósito de gente, mas um trabalho muito articulado para oferecer
moradia digna à população que vive em áreas de risco”, afirmou o prefeito. Logo
em seguida, Ducci passou a dar destaque à sua ligação com o governador Beto
Richa (PSDB), citando ações que ambos realizaram quando o tucano era prefeito.
Ao ser questionado sobre o aumento da criminalidade na cidade, por exemplo,
Ducci citou as Unidades Paraná Seguro (UPSs), que estão sendo instaladas numa
parceria da prefeitura com o governo do estado.
Antes do início do debate
O prefeito Luciano Ducci (PSB) chegou acompanhado do candidato a vice, Rubens
Bueno (PPS), e do vice-governador, Flávio Arns (PSDB). Ele cumpriu a promessa de
ir de ônibus ao debate. Mas era um ônibus alugado para o transporte dele e dos
correligionários, e não um ônibus de linha.
Ao comentar o fato de estar a poucos minutos de participar do primeiro debate
da sua vida, Ducci reconheceu que estava com um pouco de ansiedade. “Mas a minha
preparação foi conhecer bem a cidade. Hoje, por exemplo, passei o dia inteiro
visitando obras”, afirmou o prefeito de Curitiba e candidato à reeleição.
Gustavo Fruet (PDT) chegou acompanhado apenas da esposa, a jornalista Marcia
Oleskowski. “Farei um debate propositivo. Me preparei [para o debate] a vida
inteira, desde quando meu pai [Maurício Fruet] era prefeito”, disse o candidato
do PDT.