Confusão, falta de equipamentos e de estrutura na rodoviária de Salvador. São várias as reclamações dos passageiros. Melhorar o terminal é um dos desafios até a 2014. Já são 30 anos de construção do terminal rodoviário de Salvador. O tempo foi passando, a estrutura não aumentou, mas os problemas se multiplicaram.
‘A situação é precária aqui. A rodoviária não dá conforto nenhum’.
‘Aqui é complicado. Os carros ficam estacionados e no horário de pico ainda piora’.
‘A gente sabe que tem como resolver. Uma rodoviária desse porte com embarque e desembarque tudo junto. Não existe isso’.
Um turista desembarcou de Goiânia à noite e teve que dormir na rodoviária, pois não há ônibus para o seu próximo destino. ‘Não tem outra coisa a fazer, a não ser esperar. Achei desorganizada, a rodoviária muito pequena. De manhã, apareceu gente parecendo formigueiro’, diz Vanilson da Silva.
Uma mulher chegou de São Paulo e tem que viajar em outro ônibus para Camaçari, na região metropolitana. Mas na hora de passar pelas catracas e seguir para o novo embarque, a surpresa. ‘Tenho que dar uma volta grande porque não pode passar aqui com o carrinho’.
A volta que ela dá é de 50 metros, até chegar ao setor de embarque. E este não é um caso isolado.
Uma outra reclamação muito comum na rodoviária de Salvador é a falta de carrinhos para o transporte de bagagens. O passageiro tem que sair do terminal para procurar onde encontrar algum carrinho vazio. ‘Ninguém nunca acha carro aqui não’, critica o aposentado Nilton Ribeiro.
Pelo terminal rodoviário de Salvador, passam cerca de 11 mil pessoas, entre desembarque e o embarque. Elas viajam para várias partes do estado, vários estados também e até uma viagem internacional, para Assunção, no Paraguai. São 540 ônibus em dias úteis. O problema maior é quando o passageiro desembarca. Falta informação e estrutura.
São problemas muito graves enfrentados por quem chega para o embarque. Até nos horários em que o movimento não é dos maiores, dá para notar a confusão dos carros. É impressionante como as coisas são complicadas.
Ao longo dos anos, essa confusão toda só vem aumentando e nada tem sido feito para resolver questões que hoje são muito exigidas, como a acessibilidade. Um homem, que perdeu o braço esquerdo em um acidente, vai para Aracaju. Ele chega em um carro particular e a mulher dele não consegue ajuda ou carrinho para transportar as bagagens.
‘É complicado isso aqui. Sempre é assim. Isso aqui precisa melhorar muito’.
Mas toda essa confusão, falta de estrutura e desinformação deve ter fim em breve. O atual terminal rodoviário de Salvador vai ser apenas ponto de apoio de ônibus que vão fazer a ligação com uma nova rodoviária. Até 2014, deve ser construída uma outra novinha em folha.
‘A primeira opção é Simões Filho porque isso integraria com o metrô, que a sua segunda etapa ligaria o Acesso Norte até a BR-324, liberando a região do Iguatemi para que o local seja, por exemplo, uma estação de transbordo’, afirma Ney Campello - secretário extraordinário da Copa.
O Jornal da Manhã conversou por telefone com o diretor da Sinart, Reinaldo de Góes, responsável pela administração da rodoviária, e ele disse que não vê necessidade de ampliar a estação. Disse ainda que a rodoviária de Salvador hoje recebe menos passageiros do que na década de 80. No ano passado, cerca de 4,3 milhões de pessoas passaram pela estação. Em 1986, esse número chegou a mais de seis milhões, segundo Reinaldo de Góes.
O diretor da Sinart disse ainda que o número de carrinhos para transportar a bagagem é suficiente. São cerca de 130. Só que, ainda de acordo com dados da Sinart, todos os dias circulam pela rodoviária de Salvador 35 mil passageiros.
Com relação à confusão no trânsito, o diretor disse que tudo passa pela falta de gentileza de quem utiliza a estação.
De qualquer forma, uma reunião entre a Sinart e representantes do Governo do Estado está programada para depois do Carnaval para analisar a situação de olho na Copa do Mundo.