Em assembleia realizada na noite desta sexta (5), o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco decidiu manter a greve de ônibus no Grande Recife. Inicialmente, a categoria informou que a circulação de coletivos neste sábado (6) e no domingo (7) seria normal ao longo do dia. No entanto, voltou atrás e disse que os veículos só sairão às ruas nos horários de pico. Na próxima segunda (8), os profissionais voltam a se reunir para avaliar os rumos do movimento. Os integrantes da central sindical Conlutas - que faz oposição ao sindicato e agrega parte dos motoristas, cobradores e fiscais - também decidiram pela manutenção da paralisação. Apesar da decisão, grande parte dos veículos já circula na Região Metropolitana. Pela manhã, quase 100% da frota operou, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte. Passageiros afirmaram que, agora à noite, tiveram menos dificuldade para voltar para casa.
Durante à tarde, profissionais ligados ao Sindicato dos Rodoviários e Central Única dos Trabalhadores (CUT) fizeram juntos uma passeata pelo Centro do Recife, que durou cerca de duas horas. A caminhada pacífica, que reuniu cerca de 200 manifestantes, partiu da sede do sindicato, seguiu pela Avenida Cruz Cabugá, Rua do Hospício, Avenida Conde da Boa Vista, Rua da Aurora e Mário Melo. Polícia Militar, Guarda Municipal do Recife e Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) da capital acompanharam a mobilização.
De volta à sede, os trabalhadores aguardaram o retorno do presidente do sindicato, Patrício Magalhães, que participou de reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-PE). "A ponte [com os patrões] não foi feita durante a reunião. Voltamos à estaca zero, sem uma resposta para vocês. A adesão está caíndo por conta da pressão dos empresários, e agora temos também a Justiça e o governo contra nós. Mesmo assim, vamos continuar a greve", argumentou Patrício.
De acordo com o presidente da Oposição dos Rodoviários ligada à CUT, Jucelino Macedo, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) não apresentou nova proposta de reajuste salarial. "Eles apenas disseram que não iriam descontar os dias parados nem demitir quem participa da greve". De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho, as empresas podem demitir funcionários que faltarem o trabalho por justa causa pois a greve foi considerada abusiva em julgamento de dissídio.
Também durante à tarde de hoje, integrantes da Conlutas, que faz oposição ao sindicato dos rodoviários, fizeram uma ato na Praça do Derby, área central do Recife, junto com estudantes e representantes de outras forças sindicais. Eles também decidiram manter a paralisação e, neste sábado (6), farão assembleia para definir novas formas de atuação. A operação Tarifa Zero, adotada pela dissidência na quinta-feira (4) passada, não será mais repetida, segundo a assessoria de imprensa.
Informações: G1 PE