O E-Fácil tem preços atrativos - de R$ 7,83 a R$ 11,40. Pelo valor, o usuário pode deixar seu carro ou moto estacionados por 12 horas. A tarifa inclui duas passagens válidas para trem, metrô ou ônibus municipal. O motorista precisa adquirir um espécie de cartão de bilhete único. As unidades têm de 150 a 250 vagas.
Sem se identificar, a reportagem conversou com funcionários nos seis endereços. "Lota? Que horas tenho de chegar?" As respostas foram quase todas iguais: "Pode vir sossegado. Isso aqui não passa do que você está vendo", disse um funcionário no Brás, ao mostrar sete carros, onde cabem 197.
Os estacionamentos de Itaquera (257 vagas) e de Guaianases (200), na zona leste, tinham mais de 50 carros cada. A procura não lota os espaços, diferentemente de Santos-Imigrantes (150). "Tenho de chegar até as 8h10. Se chego às 8h45, já não tem mais vaga", diz o bancário Gustavo Cassaro, de 25 anos.
Causas. Para o urbanista e consultor de Trânsito Flamínio Fichmann, há duas possíveis causas para a ociosidade: pouca divulgação e o fato de as estações serem afastadas. Ele elogia a iniciativa, mas faz uma ressalva. "A maior parte das garagens está na Linha 3-Vermelha, que é a mais saturada. Estão incentivando ocupação na linha mais cheia."
O Metrô garante lucro às operadoras das garagens E-Fácil. Só passa a dividir com elas os valores obtidos com o aluguel de vagas após as empresas receberem um valor mínimo, não informado, de custeio. Levantamento da reportagem mostra que uma das empresas tem garantidos R$ 30 mil mensais. Só depois tem de dividir lucros.
A companhia não informou quantos usuários cada garagem tem. Em nota, o Metrô atribui a baixa procura ao fato de o serviço ser novidade nas Estações Marechal Deodoro, Bresser-Mooca, Brás e Guaianases. A empresa diz que foram realizadas 392.506 viagens com o cartão E-Fácil. O Metrô afirma ainda que investe em publicidade e em assessoria de imprensa para divulgar o serviço. "Foram impressos 500 cartazes e distribuídos nos painéis dos trens."