Apesar de ter colocado como meta a construção de 66 km de corredores de ônibus na cidade de São Paulo até o fim de seu segundo mandato, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) não entregou nenhum quilômetro nos três anos que se seguiram a sua eleição.
A menos de um ano do final da gestão, nenhuma expansão na rede de corredores foi feita, e um dos projetos, numa das maiores avenidas da capital paulista, foi completamente abandonado.
A meta municipal para 2012 incluía um corredor de ônibus de 31 km na avenida Celso Garcia, mas a prefeitura abandonou a ideia. De acordo com a SPTrans (empresa responsável pela administração dos ônibus municipais), a prefeitura está buscando - junto ao governo federal - recursos para a construção de uma linha de metrô para atender os potenciais usuários do corredor que seria construído na avenida que liga a região central à zona leste de São Paulo.
Estudo e licitação
A menos de um ano do final da gestão, nenhuma expansão na rede de corredores foi feita, e um dos projetos, numa das maiores avenidas da capital paulista, foi completamente abandonado.
A meta municipal para 2012 incluía um corredor de ônibus de 31 km na avenida Celso Garcia, mas a prefeitura abandonou a ideia. De acordo com a SPTrans (empresa responsável pela administração dos ônibus municipais), a prefeitura está buscando - junto ao governo federal - recursos para a construção de uma linha de metrô para atender os potenciais usuários do corredor que seria construído na avenida que liga a região central à zona leste de São Paulo.
Estudo e licitação
Além dos 31 km da Celso Garcia, os outros 35 km anunciados como meta da prefeitura estão dispostos da seguinte forma atualmente: 10 km estão em fase de estudo e 25 km, em fase de licitação.
A prefeitura não informa qual o prazo de entrega dessas obras, mas de acordo com o especialista em trânsito Horácio Augusto Figueira, mestre em engenharia de transportes pela USP (Universidade de São Paulo), elas só ficariam prontas ainda neste ano, último da gestão Kassab, “se fossem trazidas de Júpiter”.
Para Figueira, o ritmo lento na construção dos corredores reflete uma política que ainda privilegia o transporte individual.
- Não vejo esperança. Eles [prefeitura] não mexem uma palha para incomodar quem tem carro.
De acordo com o especialista, a justificativa da prefeitura de que em alguns locais não haverá corredor, pois está planejado uma linha de metrô para o futuro, como na Celso Garcia, é “balela”.
- O pessoal da Celso Garcia está lascado [sic]. Vai ter que esperar o Metrô chegar? Não precisa, faz um corredor. Pode fazer um corredor até que o metrô inaugure. Agora você vai avisar a população que ela vai esperar dez anos [para sair o corredor], ela vai sofrer dez anos? Eu não esperaria nada.
Para Figueira, o ritmo lento na construção dos corredores reflete uma política que ainda privilegia o transporte individual.
- Não vejo esperança. Eles [prefeitura] não mexem uma palha para incomodar quem tem carro.
De acordo com o especialista, a justificativa da prefeitura de que em alguns locais não haverá corredor, pois está planejado uma linha de metrô para o futuro, como na Celso Garcia, é “balela”.
- O pessoal da Celso Garcia está lascado [sic]. Vai ter que esperar o Metrô chegar? Não precisa, faz um corredor. Pode fazer um corredor até que o metrô inaugure. Agora você vai avisar a população que ela vai esperar dez anos [para sair o corredor], ela vai sofrer dez anos? Eu não esperaria nada.
O coordenador da ONG Nossa São Paulo Maurício Broinizi concorda com a análise de Figueira de que o transporte coletivo não é priorizado na cidade. De acordo com Broinizi, no caso específico dos corredores houve uma mudança na orientação da gestão após protestos de comerciantes.
- Chegaram a anunciar corredores, houve protesto de comerciantes e a prefeitura recuou. Ficou um vazio. Eles anunciaram que iam investir no metrô, mas a transferência de recursos que fizeram é muito insignificante [...] Achamos que não tem política clara, não tem planejamento, não tem plano de mobilidade.
Velocidade
- Chegaram a anunciar corredores, houve protesto de comerciantes e a prefeitura recuou. Ficou um vazio. Eles anunciaram que iam investir no metrô, mas a transferência de recursos que fizeram é muito insignificante [...] Achamos que não tem política clara, não tem planejamento, não tem plano de mobilidade.
Velocidade
Figueira faz ainda uma crítica aos corredores já existentes na capital paulista. Segundo ele, a velocidade reduzida com que essas vias operam atualmente é reflexo de mau planejamento. O especialista afirma que os ônibus deveriam “conversar eletronicamente com semáforos”, privilegiando a passagem dos coletivos.
- Você economiza de 20% a 30% no tempo de percurso [se essa conversa acontecer]. Mas [se isso acontecer] você vai comprometer a velocidade média do automóvel. Tem que mudar a política. É preciso incomodar quem tem carro. É preciso ver qual a prioridade, se você quer atender uma pessoa ou 20 pessoas.
- Você economiza de 20% a 30% no tempo de percurso [se essa conversa acontecer]. Mas [se isso acontecer] você vai comprometer a velocidade média do automóvel. Tem que mudar a política. É preciso incomodar quem tem carro. É preciso ver qual a prioridade, se você quer atender uma pessoa ou 20 pessoas.
Fonte: R7.com