Na tentativa de desafogar o trânsito, várias capitais estão investindo em corredores exclusivos, faixas exclusivas para ônibus. As pistas só para ônibus facilitam a vida dos passageiros.
“Antes era muito carregado, principalmente no horário de pico”, comenta um passageiro. “Você chega ao seu destino mais rápido. O trânsito flui legal”, lembra um senhor.
As pistas exclusivas foram criadas para melhorar o trânsito caótico das cidades grandes, como Belo Horizonte. “O objetivo é garantir ao transporte coletivo uma velocidade maior em um menor tempo de viagem, visto que 70% das pessoas se deslocam por este meio. Ou seja, tem de priorizar o que a maioria utiliza”, explica o diretor de desenvolvimento da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Daniel Marx Couto.
Essas pistas devem ser usadas apenas pelos ônibus. Já nas preferenciais, carros de passeio podem entrar antes de uma conversão. A placa avisa, mas para ganhar um tempinho muita gente desrespeita. “Eu acho que eu estou errada, mas foi sem querer”, admite uma motorista. Outro confessa: “Concordo que estou todo errado”.
Em uma avenida, nem o radar inibe os motoristas. “Às vezes a faixa está livre e não dá para andar porque eles ficam atrapalhando o caminho”, justifica o motorista de ônibus.
Em Curitiba, carros, motos e até veículos oficiais foram flagrados onde não deveriam estar. No Rio de Janeiro, motoristas estão se adaptando. Em agosto, foram criadas faixas preferenciais em Ipanema e no Leblon. Há projeto para outras 20 pistas. “O trânsito agora vai fluir bem”, disse um motorista.
Já na capital paulista, são dez corredores e 74 faixas para a maior frota de ônibus do país. Em Belo Horizonte, o número de veículos dobrou nos últimos dez anos. São mais de um 1,4 milhão de carros circulando pela cidade. As pistas exclusivas para ônibus tentam organizar a frota, mas ainda não resolvem o problema.
Em alguns pontos da capital mineira, nem as pistas exclusivas escapam dos congestionamentos. É possível ver a fila de ônibus em direção ao centro da cidade. “Deve ser o sinal, os quebra-molas”, tenta justificar um motorista de ônibus.
“Considerando que ônibus está levando de 50 a 70 pessoas, ele tem de ter preferência no trânsito. Se eu não respeito essa preferência, ninguém consegue andar. Eu, inclusive, não consigo andar no meu carro”, explica o consultor em transporte e trânsito, Osias Batista.
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