Pedido de aumento para BH e Recife foi feito pela CBTU ao governo.Em Teresina, previsão é de reajustar a passagem de trem em agosto.
Após São Paulo ter
reajustado o valor das passagens de trem e metrô no último dia 9, pelo menos outras três regiões metropolitanas – as do Recife, de Belo Horizonte e Teresina – têm previsão de aumentar em breve o valor da tarifa. De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública ligada ao governo federal que administra os sistemas de Recife e BH, pedido de autorização para aumento já foi encaminhado para o Ministério das Cidades, que decide juntamente com o Ministério da Fazenda.
O Ministério das Cidades informou que a previsão é de o reajuste ser discutido em reunião na próxima sexta-feira (26). Segundo o diretor de planejamento da CBTU, Raul Debonis, a passagem do Recife, hoje em R$ 1,40, pode passar para R$ 1,65. Em Belo Horizonte, o valor ainda está em discussão - atualmente é R$ 1,80.
Em Teresina, informou a Companhia Metropolitana de Transportes Públicos, ligada ao governo do Piauí, no próximo dia 5 será inaugurado mais um quilômetro de trem elevado, até o centro comercial da capital piauiense. Com isso, em agosto a tarifa vai subir. O novo valor ainda está em estudo, segundo a companhia.
Em Belo Horizonte, conforme o diretor da CBTU, o aumento pleiteado tem a finalidade de acompanhar o reajuste do sistema metropolitano - os ônibus tiveram aumento de 4,5% no fim de dezembro de 2009.
No Recife, a CBTU deve esperar primeiro o reajuste nos ônibus. "Estamos esperando retorno dos ministérios e aguardamos que haja reajuste rodoviário para não partir descasado." O consórcio Grande Recife, que administra os ônibus da região metropolitana, informou que o último aumento foi no começo do ano passado e que ainda não há informações sobre novo reajuste.
Debonis afirma que os aumentos são necessários para que "o sistema metroferroviário não saia sacrificado". "Fizemos a proposição para o Ministério das Cidades, que também discute com a Fazenda. Pedimos [reajuste] proporcional à elevação dos ônibus para o sistema conseguir certa cobertura dos custos, para não fragilizar a operação."
Além do Recife e de BH, a CBTU também administra os sistemas de Maceió, Natal e João Pessoa. Nessas cidades, a passagem, com a chamada tarifa social, custa R$ 0,50 e não deve ser reajustada.
"Nesses três sistemas, a situação é mais delicada. São sistemas de pequeno porte. No caso de Maceió, onde vai ter modernização e a capacidade diária vai passar de 10 mil para 40 mil passageiros, devemos ter aumento mais adiante", informou o diretor da CBTU. Segundo ele, melhorias nos sistemas de Natal e João Pessoa foram apresentadas pela CBTU como proposta a ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.
Atualmente 12 regiões metropolitanas têm sistema metroferroviário, dos quais cinco administrados pela CBTU. Na região metropolitana de Porto Alegre, o governo federal também administra, por meio da Trensurb, mas, segundo a empresa, não há previsão de aumento.
A Trensurb tem como acionistas a União (99,21%), o Estado (0,61%) e o município de Porto Alegre (0,18%). Em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Fortaleza, os governos estaduais administram os sistemas.
A região metropolitana de São Paulo aumentou a tarifa recentemente, mas as outras informaram que não há previsão de reajuste. Em Salvador, o sistema fica a cargo da prefeitura, e a tarifa também não deve aumentar.
Os sistemas de metrô do Recife e de Belo Horizonte são semelhantes ao sistema de trem de São Paulo e do Rio, informou a CBTU. O que os torna metrô são as características técnicas.
Trens são sistemas de distância maior entre as estações, cerca de dois quilômetros, e circulam principalmente como linhas de subúrbio. Metrôs têm distância menor entre as estações, cerca de um quilômetro e passam pela região central. O metrô geralmente é subterrâneo ou elevado, e o intervalo entre os trens é menor.
Confira abaixo as tarifas, os últimos reajustes e o tamanho de cada sistema de trem ou metrô. Atualmente, a tarifa mais cara é a do Distrito Federal. As mais baratas são as de Salvador, Natal, Maceió e João Pessoa, que têm sistemas menores e as chamadas tarifas sociais.
Fonte: G1