Vestido de palhaço, um dos criadores da manifestação, Alcino Sodré, 28 anos, explicava as razões do movimento, batizado de Fora Anapolina. Segundo ele, as passagens são caras, a empresa não aceita vale-transporte para estudantes, em algumas linhas é possível encontrar baratas e insetos e os veículos estão sempre atrasados. “Já esperei mais de uma hora para pegar meu ônibus”, comenta. Enquanto aguardava na fila do ônibus, a diarista Maria de Fátima Rodrigues, 48 anos relata que coletivos quebrados são uma constante. “No ano passado, o ônibus começou a pegar fogo e o extintor não funcionava. Tivemos que parar em uma padaria e pegar balde e água para resolver”, conta.
De acordo com o assessor jurídico da Viação Anapolina, Antenor Mito, a empresa vem investindo na renovação da frota. No ano passado, destaca ele, 60 veículos foram substituídos por novos, e mais 40 carros antigos deram lugar a seminovos. A intenção é trocar mais 100 unidades em 2010. Os novos ônibus, prossegue ele, serão adaptados a portadores de deficiência. Em relação à gratuidade para estudantes, ele esclarece que, de acordo com a legislação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o benefício não se estende às linhas federais. Mito diz ainda que os ônibus passam por limpeza diária e destaca a precariedade das vias por onde trafegam. “Os trajetos são terríveis, cheios de buracos”, esclarece. Atualmente, cerca de 450 carros ligam o Entorno a Brasília. A circulação diária (ida e volta) é de cerca de 100 mil pessoas.
Fonte: Correio Brasiliense