Com a ampliação do metrô cada vez mais distante da realidade de Belo Horizonte e região metropolitana, o poder público busca em instituições internacionais soluções para o transporte de massa. Na quarta-feira, o governador Aécio Neves (PSDB) assinou convênio com o consórcio espanhol Iberinsa-Spim, que vai investir 310 mil euros – cerca de R$ 1 milhão – no estudo de viabilidade social, econômica e ambiental do planejamento do Vetor Norte da capital.
A análise contempla a criação de um ramal ferroviário entre a estação do metrô Vilarinho, em Venda Nova, e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, passando pela Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, conforme o Estado de Minas informou com exclusividade em 28 de outubro do ano passado. A opção mais provável para o trecho é a adoção do veículo leve sobre trilhos (VLT).
A mesma solução vem sendo estudada pelas duas maiores vizinhas da capital. Na quarta-feira, as prefeitas de Contagem, Marília Campos (PT), e Betim, Maria do Carmo Lara (PT), se reuniram com representantes da Agência Francesa de Desenvolvimento. Segundo elas, a instituição manifestou interesse em financiar a construção de um trecho de 12 quilômetros do VLT, ligando os dois municípios, orçado em R$ 600 milhões.
Quanto à ligação do Vetor Norte da capital, o estudo do consórcio espanhol está previsto para ficar pronto em nove meses. Segundo o governador, ele definirá que tipo de transporte ferroviário será economicamente mais viável: o veículo leve sobre trilhos ou a ampliação do metrô da estação Vilarinho ao aeroporto. O certo é que o traçado terá 30 quilômetros de extensão. “O metrô convencional é uma hipótese mais remota”, reconheceu Aécio Neves. “Achamos que o metrô é muito caro, mas o mais relevante é que estamos estudando qual transporte de massa é mais viável”, acrescentou o secretário de estado de Assuntos Internacionais, Luiz Antônio Athayde.
Enquanto um quilômetro de VLT custa R$ 33 milhões, são gastos R$ 99 milhões para igual trecho de metrô. Todo o percurso dos veículos leves sobre trilhos é em superfície, eles são movidos a biodiesel e têm 100% de tecnologia nacional, o que barateia o sistema. Além do traçado, o estudo espanhol vai apontar onde deverão ser construídas as estações e os recursos necessários para a construção do ramal. “Nos apontará ainda qual a melhor linha de financiamento, que poderá ser uma parceria público-privada (PPP)”, destacou o governador.
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