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A expectativa é de que até 2017 a frota da Capital dobre de 700 mil veículos, em média, para 1,4 milhão. |
Quem já saiu para trabalhar ou ainda está se preparando sabe que tem pela frente uma maratona em transporte público ou dirigindo no trânsito da cidade. A má notícia é que o tráfego deve se intensificar este ano. Além dos 700 mil veículos que já circulam em Fortaleza, a expectativa é de que 60 mil novos sejam comercializados este ano.
O número representa um crescimento médio de 10% na comercialização de veículos na comparação com o ano passado, quando foram vendidos em média 55 mil novos carros. O aquecimento no mercado é explicado pelo incremento na renda das famílias, pela facilidade de crédito e também pela falta de transportes públicos de qualidade, segundo analistas.
“Com a falta dos transportes coletivos, as pessoas precisam de carro. Para uma família de cinco pessoas é normal que tenha cinco carros. Não é exagero. Cada um tem um trajeto diferente”, destacou Fernando Pontes, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo Pontes, a expectativa é de que até 2017 a frota seja dobrada no País e Fortaleza deverá acompanhar o crescimento. Ou seja, os 707.732 veículos até dezembro do ano passado, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), deverão se transformar em 1,4 milhão de carros. Até 2014, ano da Copa do Mundo, serão pelo menos um milhão e 60 mil circulando pela capital.
Alta demanda
O setor de vendas de veículos comemora a alta demanda. Para o diretor comercial da Smaff, concessionária Volkswagen, Fernando Renda, o ano começou bem com um incremento médio de 18% nas comercializações de novos. A expectativa é de que o percentual anual chegue a 25%.
''O mercado de Fortaleza ainda tem um espaço muito grande para crescer. Outras cidades com o mesmo nível de população vendem quase 40% a mais”, destacou Renda. No entanto, ele pondera que “falta estrutura física para todo mundo andar”.
A intensificação nas vendas começou há dois ou três anos com a maior facilidade de crédito e a possibilidade de financiamentos mais longos, segundo o diretor operacional da Iguauto, concessionária Fiat, Alberto Figueiredo.
“O Brasil está em crescimento. Esse incremento vem pela maior distribuição de renda. Quem tinha uma moto, começa a comprar um usado e depois um novo”, destacou.
E boa parte das famílias não se contenta com o primeiro veículo, mas já está partindo para o segundo ou terceiro. É o caso da família da estudante Jhelsa Queiroz, 24. A mãe e o irmão já possuem automóveis e agora ela terá seu primeiro carro. “Preciso ir à faculdade e de ônibus levo muito tempo”.
Já o professor Robson Alves, 37, troca o veículo de dois em dois anos e desta vez não será diferente. Ele lamentou o incremento no número de automóveis na cidade e reclamou da estrutura. “O trânsito é um caos”, resumiu.
Segundo ele, é necessário alargar ruas e abrir estradas, além de melhorar o transporte público. “Já está tudo paralisado. É difícil chegar nos lugares na hora marcada. Tem que sair mais cedo”, disse.
O problema não é exclusividade de Fortaleza, segundo o funcionário público de Roraima Herbert de Amorim, 34. Segundo ele, na cidade de pouco mais de 240 mil habitantes, o trânsito também está conturbado. “Com o poder aquisitivo aumentando, qualquer um pode ter um carro”, explicou. O trânsito da capital cearense, no entanto, é pior, segundo ele. “Há muita imprudência, desrespeito”.