O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina (Sinttrol) iniciou na manhã desta segunda-feira (22) uma fiscalização nos ônibus da cidade no Terminal Urbano. A medida tem como objetivo analisar se algum veículo convencional está rodando sem a presença do cobrador.
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e as empresas de transporte coletivo informaram no início de agosto que algumas linhas teriam a figura do cobrador retirada, após um estudo técnico elaborado pelo órgão municipal. A notícia causou insatisfação dos funcionários que entraram em estado de greve na última semana, para protestar contra possíveis demissões.
O caso se agravou depois que quatro trabalhadores foram demitidos na última sexta-feira (19). Apesar do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon) alegar que o fato não teve qualquer relação com a redução dos cobradores, o Sinttrol está em estado de alerta.
"Nós vamos ficar por lá examinando e se tiver algum ônibus convencional rodando sem cobrador, nós vamos pedir para colocar, sob pena de não deixar o ônibus sair. Tenho denúncias de que a Londrisul está com essa prática mais acentuada, então teremos uma atenção especial com os ônibus da empresa. O sindicato não pode manter a diretoria licenciada durante todo o ano para esse trabalho, mas essa semana eu achei por bem tomar essa decisão", comentou o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva.
Ele disse que a fiscalização já estava programada e não teve relação com as demissões dos quatro funcionários na sexta-feira (19), mas disse que o fato traz mais tensão. "Isso sempre traz mais polêmica quando se toma esse tipo de decisão. Foi inadequado mandá-los embora nesse momento, mas eu espero que tenha sido uma coisa isolada, talvez em um momento de nervosismo interno acharam melhor mandar embora", comentou.
Logo após as demissões, o presidente do Sinttrol deu declarações inflamadas. "Recebo essa notícia como um ato de represália, um desafio ao sindicato e um atentado a uma organização do trabalho, que pode ser caracterizado como crime", declarou. Na manhã desta segunda-feira (22), ele adotou um tom mais ponderado e disse que é preciso analisar cada um dos casos dos demitidos.