A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta quinta-feira (30) a ciclopassarela Jornalista Erika Sallum, estrutura que conecta os distritos de Pinheiros e Butantã, na Zona Oeste da cidade. A nova passagem oferece uma travessia segura e eficiente para ciclistas e pedestres sobre o Rio Pinheiros, as Vias Marginais e a Linha 9 – Esmeralda da CPTM, beneficiando cerca de 166 mil pessoas diariamente. Com investimento de R$ 46 milhões, provenientes da Operação Urbana Faria Lima, as obras foram iniciadas em dezembro de 2023 e representam um avanço significativo na mobilidade ativa da região.
“Nós temos muitas coisas para fazer com relação à questão da mobilidade para os ciclistas, mas iniciamos o primeiro mês do ano dando um grande passo com essa grande obra, uma obra importante”, disse o prefeito Ricardo Nunes. “É um momento importante de entrega da ciclopassarela, mas, também, de poder homenagear a Erika, que desenvolvia um trabalho muito relevante”, completou Nunes, exaltando as ações que a cicloativista, falecida em 2021, em decorrência de um câncer, realizava em prol do uso da bicicleta.
O fotógrafo Caio Guatelli, companheiro de Erika, conta que o projeto era uma demanda muito antiga dos ciclistas. “Essa obra foi projetada há muitos anos, há décadas, e se não fossem os cicloativistas, as forças populares e toda a movimentação social que, por fim, teve o apoio dessa Prefeitura, a gente não teria a possibilidade de cruzar esse rio com segurança e oferecendo maior mobilidade para quem quer circular pela cidade que é símbolo de desenvolvimento para o país e que faz todas as outras cidades repetirem esses bons feitos”, disse.
Estrategicamente localizada entre as pontes Eusébio Matoso e Bernardo Goldfarb, importantes vias na região, a ciclopassarela visa promover uma mobilidade limpa, incentivando o uso de transportes sustentáveis, contribuindo para a redução do tráfego e da poluição na cidade.
O empreendimento conta com uma ciclovia bidirecional, passeio para pedestres e acessos seguros por meio de rampas e escadas integradas. A estrutura conecta-se à ciclovia da Marginal Pinheiros e à rede cicloviária dos dois bairros, ampliando as opções de deslocamento sustentável.
Usuário da nova ciclopassarela, o engenheiro de software André Skeete, 28 anos, conta que o espaço será muito útil para os moradores da região. “Vou ganhar mais tempo no deslocamento, além de ser um incentivo para que a gente possa se exercitar”.
Com uma área total de 3.470 m² e extensão completa de travessia de aproximadamente 685 metros, a estrutura está posicionada a aproximadamente 8 metros de altura em relação à Marginal Pinheiros.
O projeto também incluiu melhorias na ciclovia existente na Marginal Pinheiros, a reurbanização da Praça Oliveira Penteado, no Butantã, e a implantação de uma pista de skate recreativa no lado de Pinheiros, proporcionando mais lazer à população.
No total, a estrutura da ciclopassarela soma cerca de 220 toneladas distribuídas em quatro treliças de aço CA-50, fornecido pela siderúrgica Vallourec. Para garantir uma estrutura sólida e duradoura, foram utilizados 3.100 m³ de concreto e 147 estacas, reforçando o compromisso com a qualidade do projeto.
“A gente sente uma felicidade muito grande em poder estar entregando equipamentos cada vez melhores para que a gente tenha uma cidade mais humana, integrada, com maior mobilidade e, principalmente, que a gente consiga atingir uma das grandes metas da cidade que é a melhoria da sustentabilidade”, apontou o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro.
O equipamento também recebeu iluminação convencional em sua extensão e iluminação de destaque na cor branca nas laterais da Ponte Eusébio Matoso, evidenciando a estrutura metálica. Os serviços foram realizados pela Concessionária ILUMINA SP e acompanhados pela SP-REGULA. Foram instalados 78 projetores de 50 Watts em LED para o realce
Com essa nova entrega, São Paulo avança na ampliação da mobilidade ativa, oferecendo uma opção de deslocamento mais seguro, acessível e sustentável.
Expansão da Malha Cicloviária
A Secretaria Executiva de Mobilidade e Trânsito (SEMTRA) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em conjunto com a entrega dessa importante estrutura (ciclopassarela), concluíram a implantação de mais duas conexões, somando mais 975 metros de vias para bicicletas na região de Pinheiros e Butantã. Com as conexões e a passarela para bicicletas, os ciclistas passam a ter todo o percurso entre o Butantã e o Centro (ou do Centro ao Butantã) atendido por estruturas cicloviárias.
A nova estrutura cicloviária do Butantã se conecta à ciclofaixa da rua Eugênio de Medeiros, seguindo pela rua Butantã e Teodoro Sampaio, com 860 metros, até a estação Faria Lima do Metrô.
A partir da rua Eugênio de Medeiros a ciclofaixa é mono direcional, no sentido oposto ao fluxo da via, e segue como ciclorrota, no mesmo sentido do fluxo, totalizando um trecho de 85 metros de extensão. A medida foi necessária em razão da largura da via. Depois desse trecho a ciclofaixa passa a ser bidirecional até o Largo da Batata.
Também há um trecho de ciclovia compartilhada até o acesso ao Metrô. Do lado do Butantã, foi implantada uma estrutura de 115 metros na rua Lemos Monteiro, conectando a ciclofaixa Valdemar Ferreira, e com acesso à ciclopassarela.
A ampliação da malha cicloviária faz parte de um esforço, por parte da Prefeitura de São Paulo, seguindo as diretrizes do Plano de Ação Climática, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que dá ferramentas de enfrentamento às mudanças climáticas.
Um dos objetivos do Plano é minimizar as emissões de gases do efeito estufa e aumentar a capacidade de enfrentar as adversidades e os impactos das mudanças climáticas. Entre suas diversas metas está a ampliação da malha cicloviária, incentivando o uso de bicicletas como alternativa ao transporte motorizado.
A cidade tem a maior malha cicloviária do país, com 755 quilômetros de extensão. A gestão está investindo no programa de manutenção permanente da malha cicloviária e na construção de novas estruturas com foco na segurança dos ciclistas, para preservar vidas e reduzir acidentes.
Operação Urbana Consorciada Faria Lima
A Operação Urbana Consorciada Faria Lima (Lei 13.769/04), revisada em 2004, abrange avenidas como Faria Lima, Pedroso de Moraes e Juscelino Kubitschek, com foco na mobilidade, priorizando o transporte coletivo, a qualificação de espaços públicos e a habitação no seu perímetro. Em julho de 2024, a Prefeitura ampliou a área de atuação da operação urbana por meio da Lei 18.175/24, permitindo investimentos na reurbanização e construção de moradias em Paraisópolis, a fim de beneficiar seus mais de 100 mil habitantes. A São Paulo Urbanismo gerencia essa e outras operações urbanas da cidade.
Com os recursos captados através de leilões de títulos mobiliários (CEPACs), a Prefeitura executou obras nos túneis Max Feffer e Jornalista Fernando Vieira de Mello, reconverteu e revitalizou o Largo da Batata (Fases 1 e 2, incluindo o Terminal da Rua Capri), implantou ciclovias na Faria Lima, prolongou a Avenida Faria Lima até a Avenida Hélio Pelegrino, Rua Olimpíadas e Rua Elvira Ferraz e desenvolveu ações em transporte coletivo. O Município também implantou o Conjunto Habitacional Real Parque (Etapas 1 e 2).
“Nós, da SMUL, estamos trabalhando em vários projetos da Operação Urbana Faria Lima e já anuncio para os amantes da bicicleta que estamos licitando a ciclopassarela da Panorama”, garantiu a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Bete França. O empreendimento dará apoio aos conjuntos habitacionais Panorama e Real Parque para travessia de ciclistas e pedestres sobre o Rio Pinheiros até as vias marginais e Linha 9 – Esmeralda da CPTM, junto à estação Berrini.
Informações: Prefeitura de São Paulo
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