A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – FIBGE divulgou, em novembro de 2008, estudo sobre a projeção da população brasileira para 2050 apontando que esta apresenta um acelerado processo de envelhecimento. Os dados revelam um aumento gradativo do percentual da população em idade ativa (15-64 anos) que chegará a 70,70% em 2020. O estudo evidencia, ainda, o aumento da população idosa (de 65 anos ou mais) que entre 2008/2010 apresenta percentual entre 6,5 e 7,0% da população. Em 2020, esta terá aumentado para quase 10% (9,23), enquanto que em 2050, a população a partir de 60 anos corresponderá a quase 30% (29,75) do total da população brasileira. Em meio à elevação da expectativa de vida reflexo dos avanços no campo da medicina e das melhorias das condições de vida dos brasileiros e brasileiras, novas relações se estabelecem entre o espaço urbano e a população idosa dentre elas a mobilidade urbana.
O passe-livre para os idosos contribuiu, sobremaneira, para essa autonomia como também para o estabelecimento de novas práticas sociais, de modo que muitos idosos puderam realizar suas próprias atividades, o que poderíamos chamar de uma competência de mobilidade, citando o francês Jacques Levy. A competência de mobilidade permite ao indivíduo fazer escolhas e estabelecer seus percursos/itinerários pelo espaço urbano a exemplo de visitas a um parente em outro bairro da cidade, ir ao banco para retirar mensalmente a aposentadoria, deslocar-se para os postos de saúde e hospitais da cidade, ou seja, realizar deslocamentos rotineiros relacionados com atividades domésticas, de trabalho e de família. Entretanto o que está em questão é a relação entre o idoso e a sua mobilidade no espaço urbano. Com relação ao transporte público, como não se inquietar com o acesso dos idosos aos ônibus do sistema de transporte coletivo? Com a impaciência de alguns motoristas quando páram para a subida de idosos nos coletivos? E, ainda, como subir as escadas íngremes dos ônibus frente às limitações que a própria idade trás? Tudo isso já deveria ter sido pensado e posto em prática pelos órgãos competentes, tendo em vista uma demanda já latente e que tende a crescer nas próximas décadas.
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