Um levantamento da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) aponta que as cinco vias mais lentas da cidade registram, nos horários de pico, a velocidade média pode ser de apenas 11 km/h. A cidade tem três horários de rush, o primeiro deles das 6h30 às 9h. Para quem consegue sair 15 minutos antes ou depois, a velocidade praticamente triplica. Entre as cinco mais lentas, a Avenida Mascarenhas de Morais - no sentido Centro - é a campeã. Além do volume de carros, a estrutura da via dificulta o escoamento do tráfego.
“O motorista sai de quatro para duas pistas na subida da Ponte Motocolombó, no Largo da Paz, há um giro à esquerda para quem vai para Afogados, que também dificulta a fluidez”, aponta o gerente de operações de trânsito da CTTU, Agostinho Maia. A avenida mais rápida da cidade, a Via Mangue, tem média de 37 km/h no horpario de pico, mais que o triplo da Mascarenhas.
Com quase 670 mil veículos, a capital trava não só de manhã, mas também das 17h30 às 19h30 e das 21h às 22h30. “Eu não tenho como sair antes da 7h e depois das 9h ficaria muito tarde. O jeito é sofrer no engarrafamento”, lamenta a psicóloga Kátia Abreu, 36 anos. Ela sai de casa no meio do rush, às 7h20, e pega a Avenida Rui Barbosa, que registra nesse horário 12km/h. “Demoro de 40 minutos a uma hora só para conseguir chegar na Rua Fernandes Vieira”, contou. A distância entre as duas vias é de menos de 3km.
A combinação escola e trabalho no mesmo horário é apontada por especialistas como desastrosa para a mobilidade. Nas férias, a redução do fluxo de veículos nas ruas do Recife é de cerca de 20%. “Mesmo quando os pais trabalham a partir das 8h ou 9h, muitos têm o compromisso de levar os filhos na escola e todo mundo sai na mesma hora ”, ressaltou o diretor de operações da CTTU, Agostinho Maia.
“Nós chegamos à velocidade das carruagens, com veículos feitos para andar a 100km/h”, lamenta o engenheiro Carlos Guido, consultor em educação de trânsito. Para ele, o escalonamento (alternar horários) é uma das soluções, mas não a única.
“Hoje não existe uma solução, mas um mix de alternativas. O escalonamento é uma opção que pode ser estudada para a realidade local. Além disso, vamos lembrar que a restrição ao veículo particular e a taxação para carros com apenas uma pessoa também são medidas importantes, sem falar na melhoria do transporte coletivo”, elencou Guido.
Informações: Diário de Pernambuco
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