A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) melhorou a proposta de reajuste salarial aos trabalhadores, em reunião de conciliação na tarde de hoje (11) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. Com isso, a greve marcada para amanhã (12) deve ser suspensa nas assembleias que serão realizadas a partir das 18h, pelos três sindicatos que organizam os ferroviários – Central do Brasil (linhas 11-Coral e 12-Safira), São Paulo (linhas 10-Turquesa e 7-Rubi) e Zona Sorocabana (linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda) – e pelo Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.
A reunião durou apenas 45 minutos. Como a proposta apresentada de início foi considerada ruim pelos trabalhadores e pela desembargadora Ivani Bramante, o governo paulista, controlador da companhia, voltou a ser consultado por seus representantes na audiência. Para Ivani, seria possível a empresa melhorar para 10% de reajuste nos benefícios, mantendo 8,25% de aumento salarial. “O tempo de paralisação que a categoria fez na quarta-feira passada custou mais caro à empresa do que chegar a esse reajuste”, disse, lembrando a posição do desembargador Walter Fernandes, que mediou negociação na semana passada.
Após duas horas de tratativas entre governo e representantes, o resultado foi uma proposta de 8,25% de reajuste – 6,65% referente à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, acrescido de 1,5% de aumento real – e em todos os benefícios: vales alimentação e refeição, auxílio-creche e programa de participação nos resultados (PPR). Em outubro, haverá novo reajuste de 3,4% no VA e de 1,6% no VR.
Assim, os trabalhadores terão imediatamente o aumento da PPR mínima de R$ 3.548 para R$ 3840,71, no VR de R$ 600 para R$ 649,50 e no VA de R$ 247 para R$ 267,38. O auxílio-creche vai ser aumentado de R$ 263,91 para R$ 285,68. A correção é retroativa a março, data-base da categoria. Em outubro, os valores dos benefícios de alimentação e refeição passam para R$ 276,50 e R$ 660, respectivamente.
“Vamos levar para assembleia e fazer as ponderações. Essa é a proposta final da empresa e sabemos que um acordo é sempre melhor que um julgamento de dissídio”, avaliou o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluís Alves de Matos.
Para a desembargadora, a proposta é uma alternativa que não atende inteiramente aos dois lados. "Mas ao menos foi conquistado o aumento de benefícios escalonado, que é benéfico aos trabalhadores", afirmou.
A princípio, a empresa havia recolocado as duas propostas apresentadas anteriormente, com pequenas alterações. O índice de 8,25% de reajuste linear, para salário e benefícios, ou 7,72% de reajuste salarial, mais 10% no vale-refeição (VR), de R$ 600 para R$ 660, 17,42% no VA, que iria a R$ 290, ante os atuais R$ 247, e auxílio-creche de R$ 300. Sob alegação de que a situação financeira da empresa e o momento do econômico do país estão difíceis.
Os trabalhadores rejeitaram essa proposta, sob argumento de que o ganho salarial é mais importante que o dos benefícios, porque resulta em um valor aplicável sobre todas as remunerações salariais do trabalhador. “São 8,25% que ressoam sobre horas-extras, adicionais, aposentadoria. Se o valor do benefício não difere muito, compensa mais para o trabalhador ter o reajuste no salário”, explicou Matos.
Na semana passada, os sindicalistas chegaram a pedir 9,29% de reajuste e equiparação dos benefícios aos pagos ao Metrô. Mas indicaram uma possível aceitação pela categoria sobre o índice de 8,5%, apresentado pelo tribunal.
Na véspera do feriado da semana passada, os trabalhadores das linhas 11-Coral, 12-Safira, 10-Turquesa e 7-Rubi paralisaram as atividades no período da manhã para pressionar a CPTM a melhorar a proposta.
por Rodrigo Gomes
Informações: Rede Brasil Atual
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