Quando começar, em 2013, a construção do metrô de Curitiba inevitavelmente vai
causar um caos no trânsito da cidade – tanto para usuários de ônibus quanto para
os demais motoristas. O trem subterrâneo passará por baixo das canaletas do
biarticulado nas avenidas Sete de Setembro e República Argentina. Em virtude da
escavação do túnel do metrô, o tráfego nos corredores exclusivos deverá ser
proibido nos trechos em obras. Com isso, os biarticulados provavelmente terão de
dividir espaço com os veículos nas pistas paralelas. O trecho, que vai da
estação CIC-Sul, no Pinheirinho, até a Rua XV, no Centro da capital, deve ser
entregue somente em 2016.
Antônio More/ Gazeta do Povo |
Diante dos bloqueios, a tendência é de que os carros de passeio migrem para as vias paralelas, congestionando ainda mais ruas já estranguladas pelo trânsito. Hoje, na Sete Setembro, por exemplo, passam em média 1,9 mil veículos por hora em dias úteis, segundo a Secretaria Municipal de Trânsito. A tendência é que os motoristas busquem rotas alternativas, como a Avenida Silva Jardim. Via que já comporta um tráfego médio por hora de 2,8 mil veículos.
Para o professor Garrone Reck, do Departamento de Transportes da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), não há como fugir do problema, por se tratar de uma
obra de grande impacto. “O caos não se planeja, se contingencia com soluções
mitigatórias nem sempre satisfatórias.” O urbanista Carlos Hardt, da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUCPR), também considera que a construção do
metrô terá impactos no tráfego dos veículos. “Infelizmente não há uma saída
pronta. Os ônibus têm de continuar circulando e no trecho das obras não há outro
caminho que não seja o desvio do percurso para as vias lentas”, afirma.
Como os biarticulados terão de enfrentar o trânsito juntamente com os carros,
a tendência é de que o tempo do deslocamento aumente para os passageiros.
Segundo Reck, uma das alternativas pode ser o aumento da frota de ônibus. “As
linhas de ônibus expressos ficarão mais lentas e a oferta de frota devera ser
maior para manter a capacidade de transporte”, pondera.
Para ele, outro ponto que merece atenção é o fato de que as obras vão
provocar a exclusão temporária de estações de embarque e desembarque. “Como
consequência os passageiros serão prejudicados, pois terão que caminhar até uma
próxima estação”, constata.
De acordo com o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de
Curitiba (Ippuc), Cléver Almeida, ainda não está confirmado se os ônibus
passarão a dividir espaço com os demais veículos ao lado das canaletas. “É uma
das possibilidades estudadas”, afirma. O Ippuc avalia alternativas, mas não
adianta quais. Outra questão ainda não determinada é se a desativação das
canaletas, em virtude das obras, será feita quadra a quadra, já que a medida
depende do método de construção escolhido pela empresa que vencer a
licitação.
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