Caminhando pelas ruas de Sorocaba, o BOM DIA ouviu diversas reclamações sobre os ônibus da cidade, mas uma delas superou todas as demais: a superlotação.
Depois de coletar informações, a reportagem decidiu acompanhar uma viagem da linha 62-São Bento, sentido bairro. Na avenida Ipanema, na altura do número 176, em frente ao Carrefour, o repórter fotográfico Gilson Hanashiro e eu tivemos de esperar o veículo por quase meia hora.
Depois do chá de cadeira, enfrentamos o que a população narrou, em detalhes. O motorista não queria abrir a porta por um motivo drástico: o ônibus estava lotado, sem condições de transportar mais ninguém. Mas após perceber que era a reportagem do BOM DIA, um dos usuários gritou: “É o jornal, abre para eles”.
Com dificuldade, foi possível apurar o que passa o passageiro, dentro do que chamam de “lata de sardinha”. Sensações de aperto, falta de ar, calor e cansaço, com a mão imóvel ao teto, sem poder se mexer.
As mulheres ficam na retaguarda para evitar o assédio. “Levanta o pé, levanta o pé ou deixa ele de lado, rápido”, avisou Jonas Carvalho, 50 anos, estoquista. Veterano na arte de subir em ônibus lotado, ele salvou o pé do repórter, que quase foi prensado pela porta.
Receptivo, o motorista , cujo nome preferimos não revelar, comentou que o procedimento de passar batido pelos pontos virou rotina. “Hoje, depois que saí do terminal, peguei só um nos pontos. O veículo sai de lá saturado. No horário de pico, é sempre assim. A Urbes não toma providência nenhuma”, afirma.
Ao passar por Marcela Alves, 20, operadora de telemarketing, foi fácil perceber sua indignação e angústia. Usuária costumaz da linha, disse: “A lotação é o problema mais grave do sistema de ônibus em Sorocaba. A prefeitura aumenta a tarifa enquanto a qualidade continua ruim”. E é ruim mesmo. O usuário consegue mexer o pé apenas no Terminal de Transferência Ipanema. Lá, o ônibus volta ao normal.
Para o aposentado João Eduardo, 57, a Urbes poderia criar um Expresso Circular “para levar os usuários à área de transferência”. A linha atual levaria os usuários do São Bento ao ponto final, sem paradas.
O BOM DIA apurou que outras linhas estão superlotadas. São: 10-Senac, 14- Santa Rosália, 15-Jardim São Paulo, 16- Angélica, 31-Cajuru, 52-Cidade Universitária, 65-Campolim, 58-Vitória Régia, 53-Éden e 70-Novo Horizonte.
Outras duas denúncias surgiram no meio do percurso: ar condicionado quebrado e atendimento ruim. As pessoas não sabem a quem reclamar – os fiscais não aceitam sugestões e não conversam com o seu principal cliente: o usuário.
Depois de coletar informações, a reportagem decidiu acompanhar uma viagem da linha 62-São Bento, sentido bairro. Na avenida Ipanema, na altura do número 176, em frente ao Carrefour, o repórter fotográfico Gilson Hanashiro e eu tivemos de esperar o veículo por quase meia hora.
Depois do chá de cadeira, enfrentamos o que a população narrou, em detalhes. O motorista não queria abrir a porta por um motivo drástico: o ônibus estava lotado, sem condições de transportar mais ninguém. Mas após perceber que era a reportagem do BOM DIA, um dos usuários gritou: “É o jornal, abre para eles”.
Com dificuldade, foi possível apurar o que passa o passageiro, dentro do que chamam de “lata de sardinha”. Sensações de aperto, falta de ar, calor e cansaço, com a mão imóvel ao teto, sem poder se mexer.
As mulheres ficam na retaguarda para evitar o assédio. “Levanta o pé, levanta o pé ou deixa ele de lado, rápido”, avisou Jonas Carvalho, 50 anos, estoquista. Veterano na arte de subir em ônibus lotado, ele salvou o pé do repórter, que quase foi prensado pela porta.
Receptivo, o motorista , cujo nome preferimos não revelar, comentou que o procedimento de passar batido pelos pontos virou rotina. “Hoje, depois que saí do terminal, peguei só um nos pontos. O veículo sai de lá saturado. No horário de pico, é sempre assim. A Urbes não toma providência nenhuma”, afirma.
Ao passar por Marcela Alves, 20, operadora de telemarketing, foi fácil perceber sua indignação e angústia. Usuária costumaz da linha, disse: “A lotação é o problema mais grave do sistema de ônibus em Sorocaba. A prefeitura aumenta a tarifa enquanto a qualidade continua ruim”. E é ruim mesmo. O usuário consegue mexer o pé apenas no Terminal de Transferência Ipanema. Lá, o ônibus volta ao normal.
Para o aposentado João Eduardo, 57, a Urbes poderia criar um Expresso Circular “para levar os usuários à área de transferência”. A linha atual levaria os usuários do São Bento ao ponto final, sem paradas.
Urbes põe a culpa em contrato emergencial
Dificuldade para investir. Esta é a causa da saturação do transporte coletivo de Sorocaba, segundo a Urbes – Trânsito e Transporte. A empresa informa, em nota, que parte do sistema está em regime de contratação emergencial, o que dificulta investimentos imediatos.
“Contudo, a Urbes monitora as linhas e faz 37 viagens extras por dia. Renovamos 70% da frota, que passou de 332 para 377 veículos, um aumento de 12%”, diz a empresa.
E continua: “A idade da frota caiu de oito para três anos. Inauguramos cinco áreas de transferência e reduzimos a tarifa aos domingos. Implantamos novas linhas, horários e itinerários. Em breve, teremos mais veículos, com maior capacidade no atendimento para a zona norte e industrial (concessão do lote 1, finalizado pela prefeitura na semana retrasada). Atenderemos eventuais situações que mereçam ações imediatas”.
A empresa alega que os ônibus não têm ar-condicionado, mas um “sistema de ar forçado que assegura a renovação do ar no interior do veículo”.
A Urbes esclarece, na mesma nota, que “é dever dos fiscais registrar toda e qualquer reclamação e encaminhar as providências cabíveis”, e que os itinerários seguem trajetos nem sempre tão racionais, em razão do traçado urbano e do crescimento desordenado dos bairros.
Sobre o desconforto nos ônibus, a empresa reafirma que renova e amplia a frota, incluindo ônibus maiores e com mais qualidade, mas não detalhou quais regiões atendem.
Segundo a Urbes, os motoristas que trabalham nas 88 linhas - 55 no Terminal Santo Antônio e 33 no Terminal São Paulo - são treinados e capacitados pelas cinco concessionárias.
Ainda de acordo com a empresa, as linhas mais utilizadas são a 100-Expresso, 65-Campolim, “linha que possui a maior oferta de viagens do sistema, recebeu dois ônibus especiais de 15 metros e uma viagem extra às 7h30”, 58-Vitória Régia, 31-Cajuru, 42-Laranjeiras e 62-São Bento, “afetada com a saída de quatro veículos articulados e alongados da antiga operadora do lote 1. É operada por uma empresa emergencial e recebe oito viagens extras/dia. A empresa estuda implantar um corredor na avenida Ipanema e três ônibus”.
Tempo dos intervalos e a lotação são as principais reclamações recebidas pela Urbes. A empresa reconhece que quatro linhas estão com demanda acima do normal: 65-Campolim, 100-Expresso, 14-Santa Rosália e 52-Cidade Universitária.
Dificuldade para investir. Esta é a causa da saturação do transporte coletivo de Sorocaba, segundo a Urbes – Trânsito e Transporte. A empresa informa, em nota, que parte do sistema está em regime de contratação emergencial, o que dificulta investimentos imediatos.
“Contudo, a Urbes monitora as linhas e faz 37 viagens extras por dia. Renovamos 70% da frota, que passou de 332 para 377 veículos, um aumento de 12%”, diz a empresa.
E continua: “A idade da frota caiu de oito para três anos. Inauguramos cinco áreas de transferência e reduzimos a tarifa aos domingos. Implantamos novas linhas, horários e itinerários. Em breve, teremos mais veículos, com maior capacidade no atendimento para a zona norte e industrial (concessão do lote 1, finalizado pela prefeitura na semana retrasada). Atenderemos eventuais situações que mereçam ações imediatas”.
A empresa alega que os ônibus não têm ar-condicionado, mas um “sistema de ar forçado que assegura a renovação do ar no interior do veículo”.
A Urbes esclarece, na mesma nota, que “é dever dos fiscais registrar toda e qualquer reclamação e encaminhar as providências cabíveis”, e que os itinerários seguem trajetos nem sempre tão racionais, em razão do traçado urbano e do crescimento desordenado dos bairros.
Sobre o desconforto nos ônibus, a empresa reafirma que renova e amplia a frota, incluindo ônibus maiores e com mais qualidade, mas não detalhou quais regiões atendem.
Ainda de acordo com a empresa, as linhas mais utilizadas são a 100-Expresso, 65-Campolim, “linha que possui a maior oferta de viagens do sistema, recebeu dois ônibus especiais de 15 metros e uma viagem extra às 7h30”, 58-Vitória Régia, 31-Cajuru, 42-Laranjeiras e 62-São Bento, “afetada com a saída de quatro veículos articulados e alongados da antiga operadora do lote 1. É operada por uma empresa emergencial e recebe oito viagens extras/dia. A empresa estuda implantar um corredor na avenida Ipanema e três ônibus”.
Sorocaba acumula queda no número de passageiros
De 1997 a 2010, levantamento da Urbes apontou uma diminuição de 11% nos usuários. Porém, há crescimento na demanda desde 2007.
De 1997 a 2010, levantamento da Urbes apontou uma diminuição de 11% nos usuários. Porém, há crescimento na demanda desde 2007.
4,5
milhões de usuários são transportados todo mês em Sorocaba
Limite é de 6 pessoas por metro quadrado
O valor é matemático e leva em conta os passageiros que ocupam
o veículo e aqueles que deixaram de embarcar por falta de espaço.
milhões de usuários são transportados todo mês em Sorocaba
Limite é de 6 pessoas por metro quadrado
O valor é matemático e leva em conta os passageiros que ocupam
o veículo e aqueles que deixaram de embarcar por falta de espaço.
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