A principal avenida do centro do Recife é a Conde da Boa Vista. A avenida é referência para o comércio, para os estudos e também é onde muita gente mora. Os problemas parecem não ter fim.Barulho, sujeira, paradas de ônibus apertadas onde os passageiros não conseguem ver os coletivos que estão vindo.
Motoristas têm dificuldade em parar nos pontos. Noventa e uma linhas de ônibus passam pela avenida. As calçadas e abrigos estão quebrados e sem iluminação. Os ambulantes passeiam livremente na gigante de concreto, onde também falta de sinalização na pista de duas faixas e 1,7 quilômetro. Mais de 40 mil veículos e 11 mil pessoas circulam por dia na avenida.
Em 1756, era um terreno alagado por onde ninguém passava. Depois de aterrada, foi inicialmente batizada de rua Formosa, devido à beleza do local. Hoje, quase três séculos depois, basta olhar em qualquer parte para perceber que a formosura não se aplica à avenida, que o nome ficou no passado.
ÔNIBUS
Há dois anos, a Prefeitura do Recife inaugurou o Corredor Leste-Oeste, com trecho exclusivo para a circulação de ônibus e que custou quase R$ 15 milhões. A ideia era diminuir o tempo de espera e facilitar a vida dos passageiros, mas, para eles, a situação piorou.O espaço que serve como acesso dos pedestres para a calçada na Conde da Boa Vista está sem nenhuma sinalização. À noite, a situação é pior. Na volta para casa, para chegar aos pontos de ônibus, os pedestres precisam driblar os ambulantes e preparar os ouvidos. “Fica um tumulto muito grande. Todos eles ficam gritando, uma zuada arretada. É horrível”, reclamou o estudante Tiago Dantas.Paradas lotadas de passageiros e dificuldades. As tabelas que serve para identificar as paradas de ônibus estão quase sempre danificadas. Turistas têm dificuldade de pegar ônibus. “Faz até vergonha você trazer um turista para a Conde da Boa Vista”, disse a funcionária pública Marlúcia Andrade.
ILUMINAÇÃO
Outro problema é a falta iluminação em boa parte dos abrigos, que diferentemente dos outros espalhados pela cidade não são mantidos pelo Consórcio Grande Recife e, sim, pela Emlurb. Por toda extensão da Conde da Boa Vista é fácil também encontrar partes quebradas da divisória das pistas.Essas partes quebradas acabam sendo usadas como passagem pelos pedestres, que correm risco de serem atropelados. O que no passado já foi um dos cartões postais do Recife, hoje é um retrato em cores do abandono. “Se você percorre o corredor, vai ver o mesmo cenário. É a decadência”, falou o estudante Josenildo Barros.
Fonte: PE360Graus.com
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