São ônibus lotados, muita gente viajando em pé, sem segurança. Essa é a rotina de quase 200 mil passageiros que usam o transporte coletivo, diariamente, nessa região. O problema mais grave é que estes ônibus passam por rodovias federais perigosas, como a BR-381. Mas, será que esse tipo de viagem é permitido? É o que nós vamos saber na reportagem do Gabriel Senna e Geraldo Capreta.
Rodoviária de Belo Horizonte, 5h30. Motorista e passageiros se preparam pra uma viagem até Conselheiro Lafaiete. Serão 100 quilômetros pela BR-040. Por lei, ninguém pode ir em pé e todas as poltronas tem que ter cinto de segurança.
Ravena, região metropolitana, 7h. Esses passageiros estão embarcando para Belo Horizonte. Eles também vão percorrer uma rodovia federal. Serão mais ou menos 25 quilômetros pela BR-381, uma das mais perigosas do país. Só que a lei que serve para aquele outro ônibus, não vale pra este. Aqui não há cinto de segurança e passageiros podem ir em pé. É o que prevê a legislação do Conselho Nacional de Trânsito, que abre exceção para viagens intermunicipias com percursos menores. Mesmo se no caminho tiver uma movimentada rodovia.
Ainda dentro da cidade, o ônibus vai enchendo quem não quer ir em pé, espera. Tem medo. Quando o veículo entra na 381, já não há mais lugar nos bancos. Quem conseguiu se sentar usa o pé como apoio. Quem descansa na escada, não vê saída. A marca no pescoço foi provocada por um acidente no ano passado.
Dona Leodita diz que um caminhão bateu no ônibus em que ela estava, desta mesma linha. Havia muita gente em pé. Pelo caminho, muitos flagrantes. Ultrapassagem em faixa contínua, pelo acostamento. Em determinados trechos são duas curvas a cada quilômetros. A gente já passou da metade do caminho e o ônibus está lotado. Não cabe ninguém mais aqui dentro. O problema se repete em outras rodovias. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, só na região metropolitana são 199 linhas que passam por BRs, quase 200 mil pessoas por dia.
Na BR-040, em Contagem, pela janela, os passageiros dão o recado. Pela manhã os pontos estão cheios, os ônibus lotados. Pessoas espremidas nas portas. Um, dois, três, dez. Todos assim. Não cabe mais ninguém. Um especialista em transporte público diz que não há saída fácil para o problema. Enquanto não há solução, muita gente viaja com medo.
O DER informou que foram registradas cem reclamações de ônibus lotados, nos três primeiros meses deste ano, na região metropolitana. E que todas elas são verificadas. Os passageiros podem fazer a denúncia pelo telefone: 118.
Fonte: Globominas
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