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Novos ônibus de Rio Claro não mudaram horários nem itinerários

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana divulgou nesta quarta-feira (3) um pedido de alerta aos usuários do transporte coletivo em Rio Claro. Os horários e itinerários dos ônibus não sofreram alteração, ou seja, continuam sendo os mesmos de antes da mudança de empresa

Desde sábado (30), o município é atendido pela empresa Sou Rio Claro, que colocou em circulação 50 ônibus, todos com ar-condicionado, Wi-Fi e acessibilidade. “Em virtude de ser uma nova empresa, pode haver a dúvida sobre mudanças também nos horários dos ônibus, mas isso não aconteceu. A nova empresa está seguindo os mesmos horários e as mesmas linhas de antes”, esclarece Paulo Paulon, secretário municipal de Mobilidade Urbana.

Vinte ônibus são zero quilômetro e dispõem de carregador de celular. A empresa Sou Rio Claro também colocou em operação cinco vans para atender pessoas com deficiência física severa.

Quem tiver alguma dúvida sobre as linhas e horários do transporte coletivo de Rio Claro pode acessar o site da empresa no endereço https://soutransportes.com.br/rioclaro/linhas-e-horarios/.

Informações: Prefeitura de Rio Claro

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Em Rio Claro, Idosos e pessoas com deficiência devem fazer cadastro no transporte coletivo

domingo, 10 de dezembro de 2023


A partir da próxima terça-feira (12) idosos e pessoas com deficiência que utilizam o transporte coletivo urbano em Rio Claro devem fazer cadastro na nova empresa, que irá assumir o transporte coletivo no próximo dia 30.

O cadastro será feito na antiga estação ferroviária, na Rua 1 com a Avenida 1, das 8 às 17 horas.

Os idosos devem apresentar documento pessoal e comprovante de residência em Rio Claro. Já as pessoas com deficiência devem apresentar também laudo médico que comprove a deficiência.

A nova empresa de transporte coletivo irá divulgar em breve as orientações para as demais pessoas interessadas em adquirir o cartão para utilização dos ônibus urbanos. 

Informações: Prefeitura de Rio Claro

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Nova frota de Rio Preto já tem ônibus encostados

sábado, 24 de março de 2012

Os micro-ônibus da Circular Santa Luzia e Expresso Itamarati estão encostados nas garagens das empresas. Eles não entram em circulação desde os primeiros dias da implantação do novo sistema de transporte coletivo urbano da Prefeitura de Rio Preto, que começou em novembro.

No total, segundo o edital de concessão do transporte público, 59 micro-ônibus (frota operacional), 48 da Santa Luzia e 11 da Itamarati deveriam operar pelas ruas da cidade. Com a frota reserva, o número de miniônibus sobe para 65 (53 da Santa Luzia e 12 da Itamarati). 2.065 passageiros podem ser transportados nos 59 micro-ônibus, que tem 35 assentos cada. 
A retirada deles das ruas pode implicar desde advertência por escrito até pagamento de multa por caracterizar penalização “gravíssima”, segundo o edital. Caso 20% ou mais da frota não entre em circulação por mais de 24 horas, sem justificativa, as empresas passam a ficar em desacordo com o artigo 11 do Anexo 7 do edital.

No total, o transporte coletivo de Rio Preto deveria ter 217 carros nas ruas, porém, sem os 59 micro-ônibus, 27,1% da frota estão fora das ruas. A Circular Santa Luzia tem 31,7% de sua frota encostada.
A Expresso Itamarati está com 16,7 % dos veículos fora de circulação, o que livra a empresa de multas. O BOM DIA questionou as empresas, por meio de suas assessorias de imprensa, quantos ônibus circulam todos os dias a fim de saber se há mais carros normais em circulação para compensar a falta de micro-ônibus. A resposta foi de que o questionamento deveria ser feito à prefeitura, que respondeu que somente as empresas podem divulgar os números.

Reclamação / As pessoas que usam o transporte de Rio Preto sentiram a diferença nas modificações no sistema de transporte de novembro para cá. Para o auxiliar de cozinha, Carlos Feliciano, os micro-ônibus, no início, ajudavam a diminuir o número de passageiros e o tempo de viagem.
“No final de semana eu espero circular por 40 minutos. Quando colocaram os micro-ônibus, chegava mais cedo no terminal”, diz. Feliciano acorda todos os dias por volta das 5h30 e espera o circular do São Francisco em um ponto perto de casa por volta das 6h. “Se eu perder é certeza que chego atrasado no trabalho por que a diferença de horário será grande”, afirma.
Caroline Bernardo, auxiliar administrativo, usa a linha do São Deocleciano. Ela dá um recado ao poder público para ajudar quem usa o transporte. “Os micro-ônibus saíam nos mesmos horários que os ônibus. Deveriam colocar em horários alternativos”, diz.

Especialista diz que micro-ônibus ajudam a diminuir lotação
Os micro-ônibus que deveriam estar circulando por Rio Preto desde novembro, segundo edital, ajudariam a diminuir a lotação nos ônibus e até diminuiria o tempo de viagem, diz a consultora Elaine Sizilodiz, especialista em trânsito. “Deveriam fazer uma pesquisa para saber quais os horários com maior número de usuários e acrescentar os micro-ônibus. Isso facilitaria para diminuir o número de passageiros que aguardam por transporte”, afirma.
“É claro que também é preciso alternar os horários para que os ônibus não saiam juntos com os micro-ônibus”, diz. Outra questão citada como prejudicial pela especialista é a falta de cobradores. “Não adianta ter micro-ônibus e não ter cobradores. A cobrança feita por motoristas enquanto dirigem pode atrasar a viagem e ocasionar até acidentes. É uma questão polêmica”, afirma ela.

Empresas dizem aguardar autorização da prefeitura
As empresas Circular Santa Luzia e Expresso Itamarati, responsáveis pelos transporte coletivo urbano de Rio Preto desde novembro, disseram que “aguardam autorização do poder público para colocar os micro-ônibus em circulação” na cidade. “Os micro-ônibus estão nas garagens aguardando autorização”, disseram as empresas por meio de assessoria de imprensa.
As empresas disseram que o motivo para retirada dos miniônibus das ruas dias depois do início do novo sistema de transporte deveria ser verificado na Secretária de Trânsito e Transportes de Rio Preto. As empresas informaram também que não há falta de motoristas. São 496 no total. Santa Luzia e Itamarati afirmaram ainda que seguem as regras estabelecidas no edital de concessão do transporte coletivo público.

Valdomiro gasta R$ 360 mil com mais uma consultoria
Quase cinco meses depois de implantar o novo sistema de transporte coletivo em Rio Preto, o prefeito Valdomiro Lopes (PSB) contratou uma empresa por R$ 360 mil para prestar assessoria à Secretaria de Trânsito e Transportes.

“A Logitrans foi selecionada, através de licitação, e está realizando estudos para mudanças no sistema de transporte coletivo para apontar as necessidades de ajustes para que sejam implantadas mudanças. Não há nenhuma novidade por enquanto”, afirmou a prefeitura no final da tarde de quinta-feira, por meio de nota da Secretaria de Comunicação. O motivo pelo qual os micro-ônibus foram retirados de circulação e se haverá penalidades às empresas pela falta de frota não foram respondidos pela assessoria do prefeito. A LogiTrans está em Rio Preto desde o inicio da semana.

Fonte: Diário de S. Paulo

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Em Bauru, Tarifas de ônibus subirão em um mês

domingo, 29 de maio de 2011

A Prefeitura Municipal de Bauru fixou os valores das tarifas do transporte coletivo da cidade. Os novos preços entrarão em vigor a partir de 27 de junho.

Conforme estabelecido pelo Decreto, a tarifa básica passará a ser de R$ 2,25 com pagamento em cartão (aumento de R$ 0,15), R$ 2,85 para a tarifa integração nesta mesma forma de pagamento, R$ 2,40 para a tarifa básica paga em dinheiro (aumento de R$ 0,15), R$ 1,69 para tarifa escolar e R$ 2,14 para integração com pagamento em cartão da tarifa escolar.

Conforme divulgado pelo JC na edição de ontem, após a reunião marcada pelo Conselho de Usuários do Transporte Coletivo nesta semana ter sido suspensa por falta de quorum, a decisão sobre os reajustes ficou para o prefeito Rodrigo Agostinho.

Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura, entre os benefícios mantidos estão o bônus de 10% no “entrepico”, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 15h30 de segunda-feira a sábado, para os usuários que utilizarem cartões cadastrados, com produtos Vale Transporte ou comum, bem como suas respectivas integrações.

Estes benefícios não serão concedidos nos domingos e feriados. Os cartões avulsos (pré-carregados) e cartões de estudantes não terão o bônus. Estudantes de até 25 anos terão desconto de 25% na tarifa.

Segundo a nota oficial emitida ontem pela assessoria do prefeito, “o preço da tarifa do transporte coletivo é um dos mais baixos, comparados a cidades do mesmo porte que Bauru - em relação aos valores vigentes desde 12 de maio do ano passado. Os valores atuais são de R$ 2,10 para pagamento em cartão, R$ 2,25 em dinheiro e mais R$ 0,50 na integração.

Uma tabela comparativa enviada pela assessoria mostra as tarifas praticadas em outras cidades: Osasco: R$ 2,90; São José dos Campos: R$ 2,80; Limeira: R$ 2,70; Araraquara: R$ 2,50; Piracicaba: R$ 2,45; Taubaté: R$ 2,40; Ribeirão Preto: R$ 2,40; Presidente Prudente: R$ 2,40; São José do Rio Preto: R$ 2,30 e Rio Claro: R$ 2,30.

Frota

A prefeitura ressalta ainda que o transporte coletivo urbano de Bauru recebeu nesta semana 20 novos ônibus, dentro do programa de renovação periódica da frota da concessionária Grande Bauru. A empresa ainda substituirá outros dez ônibus por veículos zero quilômetro no mês de julho, perfazendo renovação de 30 carros neste ano. Também em julho, a Baurutrans fará a troca de cinco ônibus. A concessionária Cidade Sem Limites fará sua renovação no final de junho, colocando 15 novos ônibus em circulação.

Com a substituição - total de 50 ônibus -, a idade média da frota das empresas será de 2,43 anos para a Grande Bauru, 2,89 anos para a Cidade Sem Limites e 2,78 anos para a Baurutrans.

“Todos os veículos novos são equipados com plataforma elevatória para pessoas com mobilidade reduzida, ampliando para 96% o índice de acessibilidade da frota para pessoas com deficiência física severa (cadeirantes).

Os ônibus também possuem assentos preferenciais para idosos, gestantes e pessoas com limitações físicas, que são destacados pela cor da pintura, além de adesivos de orientação.

Até o mês de agosto, as empresas operadoras do sistema de transporte coletivo em Bauru receberão 20 ônibus com ano de fabricação 2008 para substituir os mais antigos. Esses veículos estarão equipados com plataforma elevatória, segundo a assessoria da prefeitura.


Aquisição de cartões

Os cartões cadastrados são a única forma de viabilizar a integração de viagens no sistema de transporte coletivo de Bauru, e podem ser obtidos em pontos de atendimento instalados nos Supermercados Confiança, na Livraria Jalovi da avenida Rodrigues Alves, no Poupatempo e no Empório Cultural do Bauru Shopping, além da Loja da Transurb. Para tanto, basta apresentar documento de identidade e CPF, fazendo um primeiro carregamento de cinco tarifas comuns.

Já os estudantes devem comparecer à Loja da Transurb, onde é tirada foto para confecção do cartão personalizado. Os alunos devem levar declaração da escola referente à matrícula em 2011 e apresentar documento de identidade.

A Emdurb, gestora do transporte coletivo na cidade, publicou no último dia 5 o edital de licitação, na modalidade concorrência pública, para implantação, manutenção e limpeza de abrigos em pontos de paradas dos ônibus. A abertura da sessão será dia 7 de junho, às 9h, na sala de reuniões da empresa.

A instalação de abrigos do transporte coletivo foi um compromisso assumido pelo prefeito Rodrigo Agostinho perante a população. Um dos apontamentos do Plano de Mobilidade Urbana de Bauru contempla a melhoria da qualidade do transporte coletivo como forma de atrair mais usuários para o sistema.

Fonte: Jornal da Cidade de Bauru

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Em Rio Claro, Prefeitura apresenta novos ônibus a cidade

terça-feira, 26 de junho de 2012


A Prefeitura de Rio Claro fez a apresentação oficial de 20 dos 60 ônibus biodiesel que irão compor a nova frota do transporte coletivo urbano. Os 20 veículos foram apresentados ao final do desfile de 185 anos do município, realizado na manhã de domingo (24), no entorno do jardim público.


De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana, os ônibus serão colocados em funcionamento a partir do início de julho, iniciando uma nova fase no transporte coletivo rio-clarense.

Junto com a nova frota está estabelecido um novo sistema de operacionalização do transporte coletivo.
Todos os novos ônibus serão adaptados para portadores de necessidades especiais, antecipando uma exigência da legislação que irá vigorar no país a partir de 2014. Os veículos também terão melhores condições de segurança e conforto para motoristas e passageiros.

Uma novidade será o monitoramento eletrônico que será feito em toda a frota. Para poderem ser monitorados à distância, os ônibus serão equipados com sistema GPS. Cada veículo terá duas câmeras.

O prefeito Du Altimari analisa o momento como um dos mais importantes de sua administração. “Foi uma luta, um processo muito difícil, mas estamos vendo os resultados e Rio Claro merece esse presente”, observou.

Informações da Prefeitura de Rio Claro

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Tarifa de ônibus sobe para R$ 3 em Rio Claro-SP

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A passagem de ônibus do transporte coletivo de Rio Claro (SP) sofreu um reajuste de 20% neste domingo (27), e passou a custar R$ 3. Esse é o maior valor cobrado entre as três maiores cidades da região.

Entre as justificativas da Prefeitura para o aumento de R$ 0,50 estão a troca da frota de 60 veículos e aumento do combustível e outros serviços para a manutenção.

O decreto assinado pelo prefeito Du Altimari (PMDB) foi publicado no diário oficial do dia 18 de janeiro. O último reajuste tarifário aconteceu há 18 meses e a empresa concessionária solicitou o valor de R$ 3,45. Contudo, após estudos, a prefeitura concluiu que o valor de R$ 3 “é suportável e não causa fortes impactos financeiros na população”.

Por mês, uma média de 530 mil passageiros são transportados Rio Claro. Os estudantes continuam com desconto de 50% na tarifa única, portanto passam a pagar R$ 1,50. Idosos com idade entre 60 e 64 anos com renda de até três salários mínimos têm direito à gratuidade, assim como todas acima de 65 anos. Portadores de deficiência também têm direito a andar de graça e podem ter um acompanhante.

Usuários que utilizam duas linhas diferentes no prazo de 1h20 tem direito à integração com o cartão do transporte coletivo, e por isso, não pagam a segunda tarifa.

Região
Em São Carlos (SP), a tarifa do transporte coletivo sofreu um reajuste de 3,77%, subindo de R$ 2,65 para R$ 2,75 no dia 26 de dezembro do ano passado.

O pedido de reajuste foi feito pela empresa RMC Transportes Coletivos, responsável pela Athenas Paulista, e aprovado pela Prefeitura.

Para os moradores, o valor é muito alto para a qualidade do serviço prestado. Frota antiga, atrasos e lotação estão entre as reclamações dos usuários.

Em Araraquara (SP), o valor da tarifa foi reajustado pela última vez no dia 26 de fevereiro do ano passado, passando de R$ 2,50 para R$ 2,70. O aumento também desagradou a população.

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Lei determina a instalação de câmeras no transporte coletivo de Rio Claro

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Os ônibus do transporte coletivo de Rio Claro podem ter câmeras de vídeo para coibir atos de insegurança dentro dos veículos. A instalação obrigatória dos equipamentos está prevista na Lei Municipal nº 4.372, de 9 de abril de 2012, publicada no Diário Oficial do Município da última sexta-feira (20).
A lei é originária de projeto da vereadora Mônica Hussni Messetti (DEM). A norma já está em vigor. O Executivo tem 30 dias a contar da data da publicação para regulamentá-la no que for necessário.



Além da instalação das câmeras de vídeo, a lei também torna obrigatória a comunicação imediata das ocorrências aos órgãos de segurança pública do município. De acordo com a lei, a implantação dos equipamentos será custeada pela concessionária de transporte coletivo e será feita por etapas, priorizando as linhas consideradas mais críticas pelo maior número de ocorrências, principalmente assaltos.
O descumprimento à lei resultará em multa por cada veículo que integrar a frota da empresa responsável pelo serviço. O valor da mesma será definido pelo governo municipal por meio de decreto.
A expectativa é que a instalação das câmeras consiga coibir a ação dos marginais e reduzir a violência nos coletivos. No ano passado, foram vários roubos praticados contra cobradores e motoristas, além de atos de vandalismo. De 1º de janeiro a 31 de julho de 2011 foram registrados 30 roubos contra coletivos. Neste ano, o último aconteceu em fevereiro.

Rápido São Paulo
João Chinen, proprietário da empresa Rápido São Paulo, responsável pelo transporte coletivo, informa que hoje parte da frota já possui câmeras de monitoramento. Segundo ele, os 15 veículos equipados são utilizados de forma alternada entre as linhas.
Ele explica que as câmeras são usadas para coibir roubos e também abusos cometidos por funcionários que cobram a passagem, mas pedem que o passageiro entre pela porta de trás sem passar pela catraca para que possam ficar com o dinheiro. Esse tipo de atitude, chamada de evasão de receita, representa 3% do faturamento da empresa.
Chinen conta que a nova frota de ônibus, com 60 carros, que deverá entrar em operação em junho, terá um completo sistema de segurança com GPS e duas câmeras de vídeo, uma voltada para o embarque e desembarque de passageiros e outra para o cobrador.
João Chinen comenta que, por meio do GPS, será possível monitorar o motorista para verificar se as regras de trânsito estão sendo cumpridas e também o veículo. De acordo com ele, por meio do monitoramento online, será possível acionar rapidamente a polícia em caso de assalto, já que tanto a empresa quanto a prefeitura terão acesso às imagens.
Ele acredita que os novos equipamentos vão coibir a ação dos bandidos e diminuir a incidência de crimes contra os coletivos, fato que já vem ocorrendo por conta da adoção dos cartões eletrônicos, o que reduziu a circulação de dinheiro nos veículos.
Fonte: jornalcidade.uol.com.br


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Em Rio Claro, Valor da tarifa de ônibus reduz para R$ 2,90

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O prefeito Du Altimari (PMDB) reduziu nesta terça-feira (25) a tarifa do transporte coletivo de Rio Claro de R$ 3 para R$ 2,90. O novo valor da passagem passa a valer a partir de 1º de julho.

Em janeiro deste ano, o prefeito elevou o preço da tarifa de ônibus de R$ 2,50 para R$ 3, o que representou um aumento de 20% de uma só vez. O reajuste causou descontentamento entre a população que, motivada pelos protestos em todo o país, saiu às ruas da cidade em uma manifestação.

Na última quinta-feira (20), cerca de 7 mil pessoas realizaram passeata pela região central. O movimento pacífico terminou sem incidentes, segundo a Polícia Militar. Com gritos de protestos, a população exigiu que a Prefeitura, a exemplo de outras cidades, cancelasse o aumento de 20% aplicado em 20 de janeiro na tarifa do transporte coletivo.

Na segunda-feira (24), a cidade completou 186 anos e a data foi lembrada com mais protestos pelas ruas. Cerca de 200 pessoas reivindicaram melhorias em vários serviços públicos.

Região
Em São Carlos (SP), a Câmara Municipal aprovou também nesta terça-feira a redução da tarifa do transporte coletivo de R$ 2,75 para R$ 2,65. A alteração no preço entra em vigor a partir de 1º de julho.

Do G1 São Carlos e Araraquara

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Organização pede à prefeitura desestímulo ao 'transporte solitário' em São Paulo

quinta-feira, 27 de março de 2014

A Rede Nossa São Paulo, organização que reúne cerca de 700 entidades da sociedade civil para discutir ações de desenvolvimento sustentável, apresentou na manhã de ontem (26) ao Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) uma lista de propostas para que a prefeitura produza um Plano de Mobilidade Urbana para a cidade. As sugestões, que utilizaram como base dados as pesquisas de origem e destino realizadas em 2007 e de outras pesquisas sobre trânsito, dão ênfase aos deslocamentos feitos a pé e de ônibus como principais fatores para a melhoria do transporte coletivo em médio prazo.

"É evidente que, ao longo dos anos, o carro deixou de ser uma opção para o deslocamento na cidade", disse o consultor Horácio Augusto Figueira, engenheiro de tráfego e mestre em mobilidade urbana pela USP. "Em 1957, você tinha 77 carros por quilômetro quadrado na cidade. Naquela época, havia espaço para crescer a frota. Hoje, são 4,5 mil carros por quilômetro quadrado." De acordo com Figueira, o congestionamento máximo possível em São Paulo, em situação hipotética em que toda a frota está na rua ao mesmo tempo, chega a 716 quilômetros em 2014, suficiente para ligar São Paulo e Rio de Janeiro por duas filas de carros encostados uns nos outros.

Para reafirmar que a responsabilidade pelos congestionamentos é dos veículos individuais, Figueira apresentou outra projeção: a quantidade de pessoas transportadas em São Paulo com e sem ônibus e caminhões no trânsito. Hoje, com todos os veículos dividindo as vias, 1,4 milhões de pessoas se deslocam pela cidade todos os dias. Se os ônibus fossem retirados e o mesmo espaço físico fosse ocupado por veículos individuais, seriam apenas 851 mil pessoas transportadas. "A queda é de 42%. Ou seja, 42% das pessoas que hoje transitam pela cidade e que não conseguiriam sair de casa, já que o espaço ocupado é o mesmo, já saturado."

"Fala-se muito do Metrô, mas nós não vamos ter 200 quilômetros de metrô nos próximos 10, 20 ou 30 anos. Temos, hoje, 70 quilômetros de metrô, e já precisaríamos dos 200 quilômetros. A Linha Vermelha está saturada. A Linha Azul está saturada. Quando o metrô chegar a Guarulhos, então, como prometeu o governador, acabou a Linha Verde. Você tem, em uma cidade que passou as últimas décadas investindo no transporte sobre quatro rodas, a necessidade de fortalecer o ônibus", ressaltou Figueira.

De acordo com os dados apresentados pela Rede Nossa São Paulo, se considerados apenas os passageiros cujos pontos de partida e destino final estejam ambos dentro da cidade de São Paulo, o ônibus já é mais representativo que o Metrô para o transporte público: atualmente, ocorrem 390 mil viagens sobre os trilhos diariamente, ao mesmo tempo em que 3,6 milhões de viagens ocorrem nos coletivos.

As propostas da Rede Nossa São Paulo incluem, além da expansão da frota de ônibus e biarticulados e de maior fiscalização da prefeitura sobre a qualidade e a segurança dos veículos, a criação da "faixa solidária", corredor de transporte a ser implementado ao lado das faixas de ônibus com tráfego exclusivo para fretados, transporte escolar, táxis com cliente a bordo e veículos particulares com mais de dois passageiros. "Essa seria uma medida para já começar hoje na avenida 23 de maio, por exemplo", apontou Figueira. "Você cria duas faixas para o transporte coletivo e deixa as demais para o 'transporte solitário', que deve ser desestimulado."

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse receber as sugestões com "simpatia", mas alegou que, no momento, a prefeitura está concentrada nos planos que já estão em andamento. "Sou favorável a toda proposta que valorize o transporte coletivo e vejo com simpatia as propostas, mas, neste momento, ainda estamos concentrados em continuar implantando as faixas de ônibus. Ontem mesmo enfrentamos protesto contra uma delas. Nossa prioridade agora é garantir essa ação", disse.

Além disso, a prefeitura aguarda manifestação do Tribunal de Contas do Município para poder dar seguimento à instalação de corredores de ônibus na cidade: desde janeiro deste ano o órgão analisa documentos para decidir se permite ou não a licitação para a construção de 150 quilômetros de corredores exclusivos, a um custo de R$ 55 bilhões. "Já encaminhamos todos os documentos. Já é a segunda leva que encaminhamos. É claro que pode causar atrasos na obra, por isso esperamos que esse processo seja concluído o mais rápido possível", afirmou Tatto.

Ao mesmo tempo está em andamento a auditoria do serviço prestado pelas empresas de ônibus à prefeitura por parte da consultoria Ernst & Young (EY), contratada pela prefeitura para averiguar como tornar os contratos mais eficientes – e que pode inspirar uma nova licitação para a realização do serviço, caso haja a compreensão de que o sistema atual não é o mais vantajoso para a cidade.

Tatto afirmou ainda que o novo rodízio, que será expandido ao longo de vias estratégicas da cidade, e não mais por zonas ou bairros como anteriormente, pode não sair este ano. "Ainda estamos fazendo a licitação para os radares, vamos ter de substituir todos os radares para atualizar a tecnologia, temos de trocar a sinalização, e mais tarde vamos ter Copa do Mundo... Não posso garantir prazo para a validade do novo rodízio", disse.

Informações: G1 PR

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Número de usuários de transporte coletivo cai 33% em 10 anos, diz NTU

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostram que, nos últimos dez anos, houve uma redução de 37% no número de passageiros de ônibus e um aumento de 88% de veículos circulando nas ruas. A baixa qualidade do transporte coletivo e as reduções de impostos para a compra de carros contribuíram para a mudança.
Foto: Reprodução/EPTV
“Eu acho péssimo, eles correm muito. É difícil, principalmente para as pessoas mais idosas, para subir e descer é muito difícil”, diz Regina Bonaretti, operadora de caixa.

A dona de casa Ana Maria Fernanda Soares é casada com um cadeirante e também reclama da falta de linhas adaptadas em São João da Boa Vista (SP). “Às vezes você quer pegar o circular, mas não tem como porque ele é cadeirante. Faz falta uma linha circular adaptada”, diz.

Pensando no conforto e na facilidade, a moradora de São Carlos Adriana de Fátima da Silva trocou o ônibus pela moto. Antes, ela tinha que pegar mais de uma condução para chegar ao trabalho. “Se for esperar ônibus você fica horas no ponto”, afirma Adriana.

Qualidade
O professor do departamento de transportes da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, José Fernandes Júnior, diz que experiências de outros países mostram que é possível melhorar a situação do trânsito.

“Que a frequência de linhas aumente, o intervalo diminua, que os ônibus tenham qualidade. Nós temos sistemas eletrônicos que qualquer pessoa, por mais simples que seja, tem um celular capaz de receber mensagens e pode acompanhar qual é a situação e quando o ônibus vai passar ou não. É todo um planejamento em que já temos tecnologia para fazer isso”, explica Fernandes Júnior.

Ainda segundo o professor, é preciso vontade política e da sociedade também para fazer as mudanças. “O chique para um banqueiro europeu é ir trabalhar de bicicleta ou de transporte coletivo, não ir de carro blindado ou de helicóptero. É uma questão de posicionamento da sociedade, em todas as camadas, começando pelos mais favorecidos dando o exemplo”, afirma o professor.
Com as mudanças de comportamento dos passageiros, outros problemas além do trânsito podem ser melhorados. “Maior número de carros você tem congestionamento, tem uma ineficiência energética, consumo de combustível, poluição atmosférica, são todos efeitos danosos resultantes de não se ter um transporte coletivo de qualidade”, diz Fernandes Júnior.

Desconto nas tarifas
As cidades da região têm programas de descontos e isenções para os passageiros de ônibus. Em São Carlos, idosos acima de 60 anos não pagam a passagem, estudantes pagam meia e trabalhadores domésticos que ganham até dois salários mínimos têm direito a desconto.

Em Rio Claro, há gratuidade para pessoas entre 60 e 64 que ganham até três salários mínimos. Acima de 65 anos a passagem não é cobrada. No município há programas que prevêem isenção de tarifa ou descontos para estudantes.

Informações: G1 São Carlos e Araraquara


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Prefeituras se preparam para elevar tarifas de transporte público

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Obrigadas a recuar de reajustes de tarifas de transporte urbano em 2013 por causa de manifestações populares e também da alta da inflação, as prefeituras de grandes capitais já começaram a se movimentar para recompor as perdas que ficaram represadas. O Rio de Janeiro já elevou as tarifas de ônibus em 9%, de R$ 2,75 para R$ 3,00, enquanto Curitiba e Porto Alegre farão aumentos em fevereiro. Esse movimento também já gerou protestos em 2014 como o que ocorreu no Rio na semana passada e resultou na morte do cinegrafista da Bandeirantes, Santiago Andrade.

No entanto, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que as tarifas de transporte urbano das grandes regiões metropolitanas brasileiras sofreram reajustes bem acima da inflação entre 2006 e 2012. Em 2006, por exemplo, enquanto o IPCA fechou o ano em 3,14%, a alta dos serviços de ônibus foi de 8,11%, e de metrô, 7,93%. Já em 2011, a inflação geral foi de 6,5%, enquanto as tarifas de ônibus cresceram 8,44% e as de metrô, 8,76%.

A partir de 2012, os índices ficaram mais próximo da inflação, que ficou acumulada em 5,84%. As passagens de ônibus subiram 5,26% e as de metrô, 3,39%. Já no ano passado, o cenário conturbado criado pelas manifestações populares exigindo melhorias nos serviços públicos levaram prefeituras a adiar ou até mesmo recuar de aumentos. Assim, as tarifas de ônibus variaram 0,02% e as de metrô, 0,01%, embora o IPCA tenha terminado o ano em 5,91%, perto do teto da meta.

O setor de transporte urbano foi um dos beneficiados por incentivos fiscais como a desoneração da folha de pagamento das empresas, além da redução do PIS/Cofins incidentes sobre a receita decorrente da prestação de transporte coletivo de passageiros. Isso sem contar com a redução a zero da Cide, tributo que incide sobre o setor de combustíveis, e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de ônibus. Mesmo assim, especialistas em inflação afirmam que essas vantagens não significam que o setor possa acomodar agora todos os aumentos de custos que ficaram acumulados desde o ano passado.

O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, lembra que um fator de peso importante nas tarifas de transporte urbano é a mão-de-obra, que sofre impacto da política de reajuste do salário mínimo. No ano passado, por exemplo, o mínimo subiu 9%. Outro fator é o diesel, cuja alta em 2013 foi 15,62%.

“É claro que as desonerações reduzem um pouco a necessidade de reajuste, mas não acredito que eliminem totalmente”, disse Leal.

Já a economista da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, afirma que as tarifas não subiram todo o necessário nos últimos anos, mesmo tendo ficado acima da inflação. Ela projeta para 2014 um aumento médio de 3,85% e lembra que o número será baixo em função do ano eleitoral. Para Alessandra, sem a disputa nas urnas, o aumento médio no país ficaria próximo ao patamar feito pelo Rio de Janeiro, de 9%.

“Nos últimos anos, os aumentos ficaram sempre aquém do que seria necessário considerando custos de salários e diesel. Por isso, esse ano, se houvesse espaço, essa recomposição seria bem maior”, afirmou ela, acrescentando:

“Não há nada claro nas desonerações que dê grande margem para que as prefeituras não precisem reajustar tarifas.”

Leal estima que as tarifas de transporte urbano devem subir cerca de 4% este ano, o que deve ter um impacto de 0,10 ponto percentual no IPCA, que pode terminar 2014 em entre 6% e 6,10%. Leal afirma que a estimativa de alta seria ainda maior caso a prefeitura de São Paulo já não tivesse adiantado que vai segurar as tarifas também em 2014:

“Cerca de 1/3 da inflação de transporte urbano é impactada por São Paulo. Assim, sem o reajuste do município, o peso no IPCA de 2014 será menor.”

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Em entrevista, Presidente do GRCT fala sobre o sistema de transporte na região metropolitana do Recife

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A região metropolitana de Recife (RMR) foi instituída em junho de 1973, sendo uma das nove primeiras regiões metropolitanas do Brasil. Afora isso, ela se constitui no segundo maior aglomerado urbano do Nordeste, atrás apenas da Região Metropolitana de Salvador.

Dentro desse contexto, o Grande Recife Consórcio de Transporte foi a primeira experiência de consórcio no setor de transporte de passageiros em todo o País. Uma empresa pública multifederativa, o Consórcio ocupou o lugar de uma empresa pública estadual, a EMTU, que gerenciava as linhas intermunicipais da RMR e as do município do Recife através de convênio, enquanto os municípios gerenciavam as linhas municipais.

Como tudo começou?

Nelson Menezes – O Consórcio foi criado em 2008, mas jáexistia a cultura da gestão metropolitana, proveniente da antiga EMTU. Em todo o Brasil existiam empresas nos moldes da EMTU, só que aqui em Recife, na época, já se tinha efetivado um convênio com a prefeitura do Recife para que ela assumisse o transporte público. Assim, a criação do Consórcio foi mais simples, pois jáexistia o convênio; No Consórcio entraram duas prefeituras (Recife e Olinda), e hoje háprevisão de outras entrarem. O que facilita tecnicamente a gestão do Sistema de Transporte é olhar para a Rede de linhas como um todo, e nãosomente como"a minha rede que entra na capital”- citoa capital porque normalmente énela que estáo grande problemado transporte público. Sem este olhar metropolitano as linhas do entorno entram na capital,muitas vezes, de um modo informal. Isso ocorre porque a prefeitura não deixa, ou não tem interesse, uma vez que também concorre com suas linhas municipais. Então, não se tem aquela cooperação de linhas e de racionalização do transporte, que  precisamos para repercutir favoravelmente no custo e atémesmopara facilitar a utilização do sistema pelo usuário.Em BH vemos um BRT que está com duas estações, a estação metropolitana e a estação da capital.

Foi mais fácil então criar o Consórcio?

Nelson Menezes – Foi, porque já existia o desenho das redes, e o sistema concebido era metropolitano e municipal integrados. A meu ver, isso fica claro: quando olhamos o desenho das redes, não dizemos "esta linha é do Recife, esta linha é metropolitana”. São as linhas da Rede, de Recife e Olinda. Nós ainda não temos dentro do Consórcio os outros municípios, estamos fazendo alguns estudosneste sentido. Cito como exemplo o caso de Jaboatão dos Guararapes, um município que tem suas peculiaridades, onde ainda não existe uma rede racionalizada, e há a presença do transporte clandestino. Para inserir a gestão das linhas de um município no Consórcio, além da questão técnica, que deve ser estudada, há também que se avaliar o lado político.

Como assim?

Nelson Menezes – É o que eu chamo de aproveitar a "janela política”, aquele período em que não há eleição municipal, nem estadual. Ou seja, aproveitar aquele prazo em que a questão não évista com um olhar eleitoral, de modo que o aspecto técnico possa predominar. No caso de Jaboatão nós estamos fazendo com a Prefeitura uma pesquisa para chegar a um modelo de gestão municipal que atenda à cidade, de um lado, mas que se integre em nosso modelo de racionalização de custos e de oportunidades. Por outro lado, háuma grande vantagem política para os Prefeitos entrarem no Consórcio. Pernambuco é o único estado em que a tarifa de ônibus é de responsabilidade do Governo Estadual. Os prefeitos repassam para o Consórcio e para o Governo toda a responsabilidade.

A definição da tarifa dos municípios integrantes do Consórcio então é do Governador?

Nelson Menezes – Dos municípios não, mas do sistema metropolitano, do qual fazem parte Recife e Olinda, sim. Quando outras cidades entrarem no Consórcio também será assim. Claro que a definição tarifária cabe aos entes municipais, através do CSTM - Conselho Superior de Transporte Metropolitano, mas no final fica caracterizado na figura do Estado, que é quem, aqui, mantém o Consórcio.  

Aqui existe um Conselho Superior de Transporte Metropolitano, com 19 membros, constituído por representantes das Prefeituras consorciadas, do Estado, das Câmaras de Vereadores e Assembléia Legislativa, de operadores e de usuários que formalmente define as tarifas e as diretrizes gerais do Sistema de Transporte. Mesmo assim, como o Consórcio é quem apresenta a proposta de tarifa e de projetos a responsabilidade é assumida pelo Governo do Estado, maior acionista do Consórcio. 

Nós fizemos a licitação das linhas, em sete lotes, e até agora implantamos dois. Quanto aos outros cinco lotes, o contrato ainda não foi assinado e estão sendo analisados na Procuradoria Geral do Estado. A exigência de investimentos que fizemos aos licitantes, somada à decisão do Governador de não aumentar a tarifa, acarretaram a necessidade do subsídio.

E o subsídio surgiu por que?

Nelson Menezes – O Governo do Estado assumiu as despesas do Consórcio, referentes a despesas de gestão, e principalmente às despesas operacionais, nos terminais integrados e nas estações do BRT, que têm uma despesa alta. Portanto, não se trata mais só de gestão, e sim de operação mesmo. Isso passou a acontecer a partir de junho deste ano, sendo assumido pelo Governo do Estado, como forma de solicitar os investimentos necessários para melhoria efetiva nos serviços (ar-condicionado, p.ex), sem o aumento na tarifa.

Então, voltando à questão do Consórcio, temos a grande vantagem de não olharmos Recife separadamente da região metropolitana. Sabemos que, tanto em São Paulo, como BH, as capitais são os grandes atrativos de transporte; as pessoas querem vir para os grandes centros urbanos. Mas aqui tratamos  todo o sistema como uma coisa única, não importando  se a linha é de Recife, ou de outra cidade. Nós temos 394 linhas de ônibus e duas de metrô. O usuário de fora da cidade pega uma linha metropolitana, chega próximo ao Centro do Recife,  desce no terminal, e entra em outra linha (que teoricamente seria uma linha de Recife) sem pagar uma nova tarifa.

Outro motivo da criação do Consórcio foi para que houvesse a licitação das linhas. Isso porque se fosse mantido apenas o convênio nos moldes da antiga EMTU ao invés do Consórcio, nós não poderíamos licitar as linhas de Recife – a EMTU teria que licitar as linhas metropolitanas e a prefeitura licitar suas linhas municipais. Com Recife e Olinda fazendo parte do Consórcio podemos licitar tudo num pacote só, pois todos fazem parte da gestão. Este também foi o grande mote para se criar o Consórcio.

Como é a interrelação entre todos os modais?

Nelson Menezes – Nosso metrô, o METROREC, é federal (CBTU). Mas aqui temos oSEI - Sistema Estrutural Integrado (1), que é uma rede de transporte composta de linhas de ônibus e metrô, com 25 terminais, dos quais 18 em operação. Estas linhas são integradas através desses terminais, o que possibilita uma grande variedade de ligações de origem-destino, através de viagens modais ou multimodais.  O usuário pode sair de Itamaracá e chegar a Suape, percurso de quase 100 quilômetros, com uma tarifa só, logicamente que fazendo baldeações. O SEI comporta 60% de nossas linhas, e o usuário paga uma única tarifa por sentido de deslocamento e vai para qualquer lugar, de terminal para terminal. Hoje temos doze terminais integrados às linhas de Metrô. A repartição tarifária que foi montada faz com que o usuário pegue um ônibus e depois desembarque num metrô, pagando apenas a primeira passagem. Ao voltar, o usuário paga o metrô e toma o ônibus de graça. Logicamente o metrô tem um subsídio bancado pelo governo federal, mas a lógica é essa.

E a lógica que vai funcionar para a navegabilidade também vai ser essa.

Nelson Menezes – Sim. O usuário vai chegar de ônibus na estação e vai poder pegar o barco com uma única tarifa. Na navegabilidade nós vamos ter uma estação que terá essa integração, a EstaçãoParque Santana.

Existe alguma previsão, ou vontade, do Metrô ser assumido pela prefeitura ou pelo Governo do Estado?

Nelson Menezes – Vamos ser sinceros: há uma vontade muito grande do Governo Federal em passar a responsabilidade pelo Metrô para o Estado ou para o município, mas por outro lado há dificuldades financeiras e técnicas para o Estado ou prefeitura assumirem o metrô. Isso passa por uma questão que, a meu ver, deve estar na pauta dos presidenciáveis, e seguramente vai estar nos próximos quatro anos do novo governo, que é a questão central da Mobilidade.

Porque o tema da Mobilidade, de quatro anos pra cá, entrou em pauta. De 2007 a 2014 melhoramos muito em saúde, educação e segurança. Mas na hora em que  estas questões essenciais são resolvidas, o ser humano, por sua própria natureza, quer mais e mais, sendo a questão da mobilidade um exemplo claro. Desde 2010 todos  falam em mobilidade, o transporte público voltou a ser prioridade e os governantes precisam olhar para isso. Se o Metrô deve ser federal, estadual ou municipal é certamente uma questão que vai passar por uma discussão, porque quem tem "cacife” na mesa é o governo federal, como sempre. Mas não somente para bancar o metrô, mas também parte do transporte público. Nem que o estado e o municípiotenham  que entrar com sua parte. Mas se o governo federal não entrar nessa discussão quanto a subsídios, de como fazer o transporte público melhorar, somente grandes estados como São Paulo e talvez o Rio de Janeiro, tenham capacidade financeira de bancar alguma coisa. Outros estados não têm, e principalmente os municipios tambénão têm.

Entre outras coisas é uma questão de recursos financeiros...

Nelson Menezes – Acredito que esta discussão tem que passar para o plano nacional. O Estado vai assumir o Metrô? Mas com que recursos? Porque os recursos para investimento geralmente aparecem, mas para o dia-a-dia, não.

Naquelas manifestações do ano passado qual foi o caminho do governo federal? Eles disseram "vamos fazer um PAC de R$ 50 bilhões”, lembrando que é financiamento, ou seja, os Estados e municípios têm que pagar ao governo Federal. Mas para fazer o que? Metrô, BRT, VLT. Mas quem sustenta isso? No modelo atual, com que tarifa você vai sustentar este sistema de transporte público?

Em 2008 o governo de Eduardo Campos conseguiu os recursos que podia no PAC-COPA e PAC-Mobilidade. Fizemos dois corredores de BRT, a prefeitura de Recife assumiu dois corredores exclusivos que devem sair e  temos mais um BRT na BR-101 (IV perimetral), também assumido pelo Estado. O Estado está investindo mais de R$ 1,5 bilhão em projetos de melhoria do transporte público. Mas depois das obras vem o mais caro, que é manter tudo isso em funcionamento.

As obras atrasaram?

Nelson Menezes – Sim, como em vários lugares, não é fácil implantar um corredor exclusivo de transporte numa cidade como Recife.

Mas e o Governo Federal? Como você afirmou, falta uma política nacional de mobilidade. Ao mesmo tempo em que o governo federal dá dinheiro para obras de transporte público, sua política há muitos anos tem sido a de privilegiar a compra e o uso do automóvel como principal meio de transporte... Como fica isso? Ele dá com uma mão, mas tira com a outra na hora em que subsidia a gasolina, estimula e facilita a compra de carros?

Nelson Menezes – Sim, não basta dar dinheiro para implantar um BRT. É preciso garantir condições para que ele funcione diariamente. É o que eu disse há pouco: o mais caro é manter tudo isso em funcionamento. Nós temos esse problema, e acredito que outras cidades também, porque implantar uma faixa exclusiva para o transporte coletivo não é fácil. Por exemplo: paga-se R$ 1,00 para estacionar no centro de Recife! É mais barato que pagar um flanelinha! O estacionamento deveria ser, no mínimo, R$ 20. E essa verba deveria vir para custear a melhoria do transporte público. Aquela taxa, a CIDE da gasolina, é um dinheiro que devia ser cobrado de quem usa carro, para investir prioritariamente em transporte público.  Aqui em Recife, finalmente, o governo municipal está olhando para o transporte público e tentando criar as faixas exclusivas. Não se trata de tarefa fácil , porque os proprietários de carro reclamam, não gostam de ver os ônibus andando mais rápido do que eles...

Mas como resolver esta disputa?

Nelson Menezes – Acredito que o transporte público, independentemente do fator  custo para o usuário, somente começará a ser melhor avaliado quando a pessoa começar a andar mais rápido que o carro. Nesta situação, a pessoa vai olhar e dizer: "é  o mesmo custo, mas de ônibus eu vou chegar mais rápido”. O que se percebe hoje, entretanto, é que o cidadão que está de carro, parado no congestionamento e vê o ônibus passando livre a seu lado, fica com raiva do governo, que não fez mais vias para que ele pudesse andar. Esta postura precisa ser mudada.

Nós temos aqui em Recife um lugar bem característico, que é a Av. Caxangá, que estava ainda em construção, portanto sem a pista exclusiva para o ônibus. Agora a pista exclusiva está operando, com os ônibus convencionais rodando à parte. Com o início da operação ficou claro que tivemos de reduzir uma pista, e o que se vê é uma grande reclamaçãodos proprietários de automóvel. E a Prefeitura é quem tem de assumir isso, junto com o Consórcio. Mas realmente ali o ônibus, hoje, está andando mais rápido que o carro.

Voltando ao Consórcio, como é a questão do trânsito?

Nelson Menezes – Esta é uma questão importante. Enquanto o transporte público é visto como um assunto metropolitano, o trânsito ainda não é. Isso complica um pouco a questão da fiscalização das faixas exclusivas. Nós vemos que em outras regiões o trânsito está vinculado ao transporte, o que é o correto, mas aqui isso ainda não acontece. O governador já sinalizou neste sentido, de que precisamos olhar o trânsito como uma questão metropolitana. Por exemplo, uma pessoa pode estar hospedada em Jaboatão, que é outra cidade, e vir para Recife. Quem não é daqui, provavelmente não irá perceber que são duas cidades diferentes, e vai sentir como se fosse uma única cidade. Aqui, se andarmos 20 quilômetros, passaremos por 4 municípios.  Saindo de Jaboatão, passando pela avenida Boa Viagem aqui em Recife, depois pela avenida Agamenon Magalhães, cujo final já é na  cidade de Olinda, após esta última cidade já estaremos  em Paulista. Ou seja, não há divisas perceptíveis.

Se esse transporte não fosse metropolitano, sem dúvida  estaria um caos em Recife. Principalmente em sua área metropolitana, porque quem tem menos recursos e mora mais longe estaria pagando um alto preço para chegar até o trabalho dentro da cidade. Portanto, o Consórcio nos permite manter uma tarifa mais baixa, mantendo um custo menor porque se consegue racionalizar melhor.

Como vocês encaram o problema das calçadas?

Nelson Menezes – É o primeiro modal. Digo sso porque não há como pegar qualquer transporte público sem andar pela calçada. Quem tem um ponto de ônibus em frente à sua casa, que o deixe em frente a seu local de trabalho? Isso não existe. Aqui em Recife a prefeitura optou por deixar as calçadas sob responsabilidade dos proprietários, o que acarretou  um lapso importante. Há locais em que quase não há calçadas. E às vezes nem se consegue transferir uma linha de uma rua para outra porque a pessoa se sente incomodada em andar um quarteirão a mais. Se houvesse uma calçada normal, com iluminação, com segurança,  esses pequenos deslocamentos não seriam problema.

Nós estávamos fazendo um estudo aqui na Avenida Conde da Boa Vista, que é um corredor central, para melhorar o fluxo de ônibus, uma vez que se trata de um local muito importante da cidade. Quando pensávamos em mudar uma parada dois quarteirões à frente, as pessoas se recusavam a aceitar. Nós perguntávamos qual a razão  das pessoas se posicionarem  contra uma mudança tão simples, até descobrirmos que não havia calçadas em condições adequadas para as pessoas andarem até o ponto. Calçadas esburacadas e ambulantes, entre outros empecilhos, dificultam a locomoção das pessoas que, não raro, optam por andar nas ruas, competindo com ônibus e carros. A prefeitura vem tentando  melhorar a situação das calçadas, mas isso não é fácil. A questão da condição das calçadas é um fator que complica muito as alterações que poderíamos fazer nas linhas, porque muitas vezes há a  falta da calçada, ou então ela não permite que as pessoas andem em segurança. As calçadas foram esquecidas. Recentemente li um livro que afirmava  que quando as pessoas querem pensar em rua, elas só pensam nos 7 metros por onde passarão os carros, e deixam de pensar se vai sobrar 1,5 metro ou 70 centímetros para a calçada, se ela será inclinada ou plana. Só se pensa no carro. Mas e o acesso? Como é que a pessoa chega ao ônibus?

Quando foram feitos os dois primeiros BRTs aqui em Recife o projeto não previu, até porque não se tinha verba para isso, a urbanização do entorno. Se faz um corredor de ônibus, mas o entorno não é agregado a ele. Se faz uma estação de BRT bonita, com um corredor exclusivo, mas a 20 metros do outro lado não há calçada, apenas mato, muitas vezes porque a prefeitura não consegue fazer por falta de recursos.

Quando comecei a trabalhar no Consórcio havia uma pesquisa sobre a avenida Conde da Boa Vista e as pessoas diziam que era ruim andar na calçada, que ela era estreita. Quando fomos verificar especificamente as calçadas daquele eixo urbano, verificamos que elas tinham de 1,5 m a 2 metros de largura, ou seja, não eram estreitas. Mas os ambulantes haviam tomado todo o espaço, atrapalhando e impedindo a livre circulação dos pedestres. A solução seria retirar os ambulantes de lá, o que não se consegue. Inicialmente até dá certo, mas dois meses depois eles estão de volta.

Como se dá em Recife a relação entre o uso do solo e a questão do transporte?

Nelson Menezes – Há alguns anos atrás os Planos Diretores não juntavam estas duas questões: uso do solo e mobilidade. Mas a questão da mobilidade virou vedete hoje. Ninguém se formou para isso. Isso me faz recordar da época de Collor, quando ninguém falava em saneamento e, de repente, houve um grande aporte de recursos  para projetos de saneamento e o mercado não tinha técnicos capacitados para produzir projetos na área, nem as universidades. O mesmo ocorre hoje com mobilidade urbana, não há técnicos suficientes para fazer e analisar projetos da área. Não me refiro somente ao conhecimento específico, mas também à experiência profissional. Faltam os dois. Tenho um amigo da área de Saneamento que naquela época [Collor] me disse: "Tem dinheiro e muito, o que não tem éprojeto”. No caso da Mobilidadevejo este cenário vai se repetir. Não adianta ter dinheiro se não temos técnicos suficientes para produzir projetos exequíveis, que realmente atendam às necessidades dos municípios.

Eu nunca vi o Plano Diretor e a Lei do Uso do Solo se debruçarem detalhadamente sobre a questão da Mobilidade Urbana. Ou seja, ao se fazer o Plano Diretor as pessoas se preocuparem em como estas duas questões vão ser resolvidas, o uso do solo e um plano de mobilidade, se deve ter prédio mais alto ou mais baixo, e o que isso impacta no transporte público, no custo desse transporte, etc.

Vejo essa questão ser mais abordada agora. Tanto é assim que hoje se tem um Plano Diretor, um Plano Diretor de Transporte Urbano – PDTU (2), que foi feito aqui no Recife, concluído em 2007, em que se pensou um pouco nessas questões. Antes não era assim e o que se pensava era: "se tem água e energia eu vou construir. Como as pessoas vão chegar, não interessa”.  Hoje na discussão sobre o uso do solo, é possível dizer :"vamos restringir aqui, ou ali”.

Para ficar num exemplo aqui de Recife, temos o caso da avenida Norte. É um importante eixo viário, mas que não há como fazer nela uma via exclusiva, embora eu ainda acredite que deveria haver um esforço para tanto. Esta via corta o bairro do Rosarinho, que em cinco anos cresceu assustadoramente. Ninguém ousou dizer "não vai mais construir ali”. Isso ocorreu porque no Rosarinho, que é um bairro nobre, ninguém vai usar transporte público. Como consequência, há muito mais carros na avenida Norte. Então ninguém olhou essa situação e disse "não vou deixar mais construir aqui”. Não é somente pela oferta de água e energia que se pode definir entre  construir ou não, mas também pelo prejuízo à mobilidade urbana. Então a mobilidade corre atrás, e não em conjunto, como deveria ser. Outra questão relevante ocorre quando se decide construir "no fim do mundo",  para depois dizer "agora eu quero uma linha de ônibus aqui”.

Outro dia, passei por uma construção que está sendo feita depois da Arena Pernambuco, especificamente um projeto ’Minha Casa, Minha Vida’, à beira da rodovia. Observando a obra, fiquei me perguntando: quem descer do outro lado da pista não tem como passar para  lá. Há um muro de concreto no canteiro central e a construtora não foi obrigada pela Prefeitura a fazer uma passarela; assim, o primeiro acesso ao transporte público já está comprometido. Imediatamente pensei: vamos ter que oferecer  uma linha para atender um lugar isolado, porque não tem nada em volta.

Então essa tendência no sentido do  Plano Diretor olhar uso do solo e mobilidade conjuntamente  está surgindo agora,  não sendo desta maneira em um passado recente. Há certos lugares que é imperioso ser dito "não vai construir”, pela ausência de um projeto que permita transportar as pessoas para lá e de lá para cá.

No exemplo citado,o caso emblemático  do Rosarinho , todos reclamam, o que não impede que se continue a construir muito lá e nem que se compre muito imóvel naquela área também. Depois reclamam: "eu quero que o transporte público chegue, eu quero que meu carro chegue”. E não vai chegar... O que já era complicado fica pior ainda, porque se cria uma demanda maior num lugar que já estava saturado.

Como fica então a questão do Governo Federal, que estimula não só a venda de carros, como promove projetos habitacionais como ’Minha Casa, Minha Vida’ da forma como você citou?

Nelson Menezes – O Governo Federal precisa chamar a discussão sobre o transporte público para si, porque hoje ele fica à parte do assunto. Hoje o Governo Federal tem a postura contraditória de incentivar construções em locais sem infraestrutura, de não pagar custeio dos sistemas de transporte, e de estimular o aumento do número de carros. Normalmente os conjuntos habitacionais são construídos em lugares muito distantes,  sem qualquer infraestrutura. Aqui em Recife, por exemplo, o construtor fez em um local isolado 2 mil unidades, entretanto quando houver moradores vai ocorrer uma grande demanda no local. Com certeza irão reclamar da linha de ônibus, que a linha vai demorar 20 minutos, meia hora, não levando em conta que, naquele local, somente há aquele conjunto habitacional. E, neste cenário, o Governo federal faz o que? Nada. Tal postura complica o sistema de transporte público.

Depois das manifestações de 2013 o Governo disse: existe a disponibilidade de 50 bilhões pra fazer obras em mobilidade. Tudo bem, mas quem é que irá sustentar essas obras lá na frente, na operação do sistema?

Mobilidade, como foi dito antes, agora está na pauta. O Governador Eduardo Campos, que para mim foi um exemplo de gestor, disse-me uma vez  que mobilidade agora é como futebol. Ele disse: ”o brasileiro agora, além de técnico de futebol e economista, também é técnico de mobilidade”. E isso foi dito por ele, antes de começar uma reunião em que íamos mostrar alguns projetos. Não deu meia hora e ele já estava dando o palpite dele. Então, mobilidade hoje é um assunto em que todo mundo quer dar seu pitaco. É de um simplismo raso. Como são simplistas os palpites de futebol, de economia, também são os de mobilidade.

E isso complica muito, porque, na maioria dos serviços na área de transporte público, por conta de achatamento de tarifa, de falta de investimento, e eu diria por contado congestionamento (principal problema), os serviços não são bons. Especificamente  por causa do trânsito, uma vez que se torna impossível proporcionar a desejável regularidade, a velocidade adequada, se o transporte público não  tem a prioridade.

E o trânsito acaba impactando na tarifa...

Nelson Menezes – ...no final impacta na tarifa e o cidadão quer mais ônibus. Como se aumentando a frota fosse resolver a questão. Para se ter a certeza que não resolve, basta tirar uma foto dos principais eixos urbanos quando há um protesto. Será muito visível a grande quantidade de ônibus, muitas vezes enfileirados. É ônibus que não acaba mais. Nesta situação, mais ônibus pra quê? Para ficar parados? Isso implica inclusive em mais custos... Mas a solução simplista é essa...

Quando os técnicos de transporte vão dar sua contribuição, ficam um tanto  desacreditados porque o serviço está ruim. Mas o serviço está ruim porque não se aceita o que os técnicos dizem. Às vezes é necessário tomar uma posição radical e isso não ocorre, porque ninguém quer bancar o desgaste de medidas radicais. Como a questão da mobilidade hoje está sob os holofotes, tomara que os políticos voltem a dar prioridade ao assunto e a tomar decisões que impactem nos formadores de opinião.

O político sabe que se investir em mobilidade isso dá voto, mas ao mesmo tempo ele não pode brigar com o dono do carro...

Nelson Menezes – Exatamente... O dono do carro é tudo para o político tradicional. Mas por que? Desta maneira, tudo vai caminhar contra medidas radicais em favor do Transporte Público porque o cidadão quer andar no carro dele. A prefeitura do Recife já fez duas faixas exclusivas e nós pressionamos para que se faça mais. Sabemos o quanto é difícil, porque onde fizer, o carro vai sofrer. Dou o exemplo de um amigo que esteve em São Paulo e pegou um taxi para o aeroporto de Guarulhos. Do trânsito engarrafado, de dentro do taxi, ele viu o ônibus andando. Ele me disse: ”se eu soubesse eu teria pego aquele ônibus, saía  lá na frente e pegava um táxi mais próximo do aeroporto”. É nesse momento que você vai ter uma volta para o Transporte Público, não sendo a tarifa o motivo. Porque a tarifa está acessível aqui em Recife, e ela não é a grande diferença e sim a velocidade no deslocamento, ou seja, o usuário quer chegar mais rápido. E tendo velocidade, o próximo passo é regularidade, porque o ônibus vai passar sempre naquele horário.

Entendo que os principais indicadores são acesso ao serviço (valor da tarifa), velocidade, regularidade e depois conforto. Perguntamos em algumas comunidades se as pessoas preferem andar de ônibus durante uma hora com ar condicionado, ou durante meia hora, mas sem ar condicionado. Todos respondem "meia hora sem ar”, porque não querem  passar mais meia hora dentro do ônibus só por causa do ar condicionado. Então velocidade e regularidade são dois quesitos fundamentais para que o Transporte Público volte a aumentar a demanda, e isso não só aqui no Recife, mas em todo o Brasil.

E o legado da Copa aqui em Recife?

Nelson Menezes – Como houve atraso em algumas obras, embora algumas já estejam funcionando, este legado vai ser visto em breve. Nós temos dois corredores de BRT em início de operação (PAC-Copa), dois projetos de corredor exclusivo (PAC-Mobilidade) em duas perimetrais complicadas – isso é projeto da prefeitura, um BRT na 4ª perimetral. Mas para o PAC-Copa estava previsto a construção de dois corredores de BRTs, chamado Via Livre, que  serão o grande legado, pois isso vai proporcior um serviço de muito  melhor qualidade para transportar 300 mil pessoas por dia. Um desses BRTs já começou a funcionar, mas não atingiu ainda a operação plena, enquanto o outro está iniciando seu funcionamento.

O BRT, para nós, é um pouco mais complicado, porque o que se vê normalmente em todos os BRTs é o ponto a ponto, nos moldes do metrô, linha de um ponto a outro com várias estações. Aqui temos uma linha de um ponto a outro com alguns terminais no meio, como se as várias linhas entrassem ao longo do corredor.

Existem outros projetos, na área de navegabilidade, o BRT da IV perimetral, as duas faixas exclusivas em duas perimetrais importantíssimas da cidade que, vale observar, irão exigir desapropriação, não se trata somente de pintar faixa. E mesmo assim, até pra pintar uma faixa vai ser preciso coragem política, pois são lugares altamente adensados, nos quais não há a desapropriação, pois o custo seria de três vezes o valor da obra. A conclusão dessas obras e com a licitação feita pelo Governo, que prevê que nos troncais os ônibus tenham ar condicionado e câmbio automatizado, o usuário  tem uma melhoria que será percebida no período de seis meses a um ano.

Quanto à questão ambiental, existe alguma discussão a respeito?

Nelson Menezes – Está muito no início. Este é um assunto que só irá aparecer quando se tiver o processo da licitação das linhas por completo, quando você tiver concluído todas as contratações.  Porque ônibus com tecnologias novas, como elétrico, a álcool, etc são mais caros, e isso exige uma discussão mais profunda. Por exemplo: vai se utilizar ônibus elétrico, mas que tipo de elétrico? Já estiveram aqui dois ou três fabricantes, cada um com um modelo diferente, e cada um defendendo sua tecnologia e seu custo. Para isso você vai ter que bancar uma parte do investimento, não pode ir para a tarifa.

(Entrevista realizada por Alexandre Pelegi, na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte, em 20/08/2014)
NOTAS

(1) SEI - Sistema Estrutural Integrado: Rede de transporte público da Região Metropolitana do Recife, composta de linhas de ônibus, metrô e trem a diesel. Todas as linhas são integradas através de terminais, especialmente construídos, possibilitando uma multiplicidade de ligações de origem - destino, através de viagens modais ou multimodais. O SEI é voltado para transporte de massa, com uma configuração espacial constituída por eixos Radiais e Perimetrais. No cruzamento destes dois eixos, situam-se os Terminais de Integração (T.I.), onde o usuário pode trocar de linha sem pagar nova tarifa. Os ônibus gerenciados pelo Grande Recife Consórcio de Transporte ,que participam do SEI são identificados por cores, e cada cor significa um tipo de linha.

Linha Perimetral – cruza os grandes corredores sem passar pelo centro do Recife – ônibus cor Vermelha

Linha Radial – sai do Terminal de Integração com destino ao Centro do Recife – ônibus da cor azul

Linha Interterminal – liga um Terminal Integrado a outro.- ônibus da cor verde

Linha Alimentadora – vai do subúrbio atéo Terminal Integrado mais próximo – ônibus da cor amarela

Linha Circular – liga-se às áreas do entorno do Terminal Integrado – linhas da cor branca

(2) PDTU - Plano Diretor de Transportes Urbanos da Região Metropolitana do Recife. O PDTU, concluído em 2008, é um documento que expressa a Política, Objetivos e Diretrizes de Transportes, previstos para a região nos próximos 10 anos. Nele estão contidos as medidas e os investimentos requeridos pelo Sistema de Transportes, por ordem de prioridade. Prevê a articulação dos 3 níveis de governo: federal, estadual e dos municípios da RMR.

Importante: O PDTU partiu da aceitação da existência de uma estreita relação do transporte urbano com o uso do solo, com o desenvolvimento urbano e com a qualidade de vida dos cidadãos.

Fonte: ANTP


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