A proposta envolve a revitalização de 28 quilômetros de linha ferroviária para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um sistema de transporte já popular na Europa e que vem ganhando espaço em cidades brasileiras.
A ideia é que o VLT, além de oferecer uma nova opção de deslocamento para a população, ajude a desafogar o trânsito e promova a integração com outros modais, como os ônibus.
Segundo a administração municipal, o projeto prevê que o VLT percorra uma rota que liga a Vila Dutra, na zona oeste de Bauru, ao Conjunto Habitacional Octávio Rasi, localizado na zona leste da cidade.
Além das estações de ponta, haverá também uma parada central na antiga Estação Ferroviária, atendendo os moradores e trabalhadores do centro da cidade.
Investimento e viabilidade
O pontapé inicial para a realização do projeto foi dado com a aprovação de um estudo de viabilidade.
Para financiar esse levantamento, Bauru garantiu um investimento de R$ 1,5 milhão através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma parceria com o Governo Federal.
Além disso, o município contribuiu com mais de R$ 500 mil para compor a verba inicial.
A prefeita Suéllen Rosim, em entrevista à TV TEM, explicou que o estudo será fundamental para avaliar a viabilidade técnica e financeira do VLT.
“A ideia do estudo é justamente trazer essa viabilidade. Conseguiremos recuperar todas essas linhas já existentes? Vai precisar substituir todas elas? Qual seria o custo pra isso?”, comentou.
Segundo a prefeita, as respostas obtidas ajudarão a Prefeitura a buscar mais recursos, seja por meio de fundos federais, estaduais, ou de uma eventual concessão.
Desafios e prazos para o VLT
A primeira fase do projeto envolve a criação de um grupo de estudo, oficializada no Diário Oficial em 31 de outubro.
A equipe é composta por servidoras de quatro secretarias municipais – Secretaria de Planejamento, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Obras e Gabinete da Prefeitura.
Este grupo terá a tarefa de realizar os estudos de viabilidade, gerar relatórios fotográficos e fazer estimativas orçamentárias.
Ainda para 2025, está prevista a contratação de uma empresa de engenharia que dará sequência aos trabalhos técnicos.
A estimativa inicial é de que a obra total custe R$ 350 milhões.
Conforme a Prefeitura, o diálogo com o Governo Federal já começou e também foram iniciadas conversas com a Rumo Logística, a concessionária responsável pela operação das duas principais linhas ferroviárias que passam por Bauru.
O Veículo Leve sobre Trilhos, ou VLT, é um sistema de transporte urbano que lembra os bondes antigos, mas com tecnologia moderna e maior eficiência.
Movido a eletricidade, ele não emite gases poluentes e gera menos ruído, características que se alinham às demandas de sustentabilidade e qualidade de vida nas cidades.
No Brasil, o VLT já opera em cidades como Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP), onde se mostrou uma alternativa atrativa e silenciosa para o transporte de passageiros.
Na Europa, o VLT é amplamente utilizado por sua capacidade de integração com outros meios de transporte e por contribuir para a redução do trânsito.
Além disso, sua velocidade média, que fica entre 20 km/h e 40 km/h, permite que ele transite com segurança e eficiência dentro das cidades.
Autorização e posicionamento da Rumo Logística
Apesar do entusiasmo com o projeto, a Rumo Logística, que detém a concessão das linhas ferroviárias em questão, deixou claro que ainda não foi oficialmente consultada.
Em nota, a empresa afirmou que qualquer plano de uso da linha férrea deve ser submetido à sua análise e aprovação prévia, conforme o contrato de concessão vigente.
A Rumo é responsável pelas linhas Malha Oeste e Malha Paulista, que atravessam a cidade de Bauru e seriam potencialmente afetadas pelo novo projeto de mobilidade.
Portanto, o andamento do VLT dependerá também da articulação entre a Prefeitura e a empresa, uma etapa crucial para viabilizar a utilização das vias ferroviárias já existentes.
Bauru e o futuro da mobilidade urbana sustentável
Com o VLT, Bauru vislumbra um futuro onde o trânsito seja mais organizado e onde a população tenha novas opções de deslocamento.
A prefeita Suéllen Rosim acredita que, caso o projeto avance, ele trará benefícios em vários aspectos, desde a mobilidade até o desenvolvimento econômico, uma vez que o transporte eficiente pode atrair mais investimentos para a região.
A criação do VLT é um passo ambicioso, mas necessário para tornar a cidade mais acessível e alinhada às demandas ambientais contemporâneas.
Informações: clickpetroleoegas