Setenta novos ônibus que prometem redução de até 80% na emissão de poluentes começaram a circular na Grande Goiânia. Os veículos, que operam em 130 linhas, incluindo os corredores preferenciais, são equipados com um sistema inteligente de localização, quatro câmeras de segurança cada e portas acessíveis para portadores de necessidades especiais. Usuários reconhecem melhoria, mas citam vários problemas no transporte público, como superlotação e atrasos, e cobram novas mudanças no sistema.
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Novos veículos prometem redução de até 80% na emissão de poluentes (Foto: Fernanda Borges/G1) |
Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), parte dos veículos novos substituiu coletivos antigos, e o restante incrementou a frota, que atualmente é de 1.321 ônibus. Além da capital, os coletivos também circulam em linhas que vão até as cidades de Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Hidrolândia e Nova Fátima. A implantação foi iniciada na última segunda-feira (4).
Para o estudante de agronomia Márcio Henrique Debia Cabral, de 24 anos, que circula pela linha 025 (Terminal Bandeiras / T-63 / Terminal Isidória) há um ano, os novos ônibus estão aprovados. No entanto, ele mas reclamou da demora na abertura das portas.
“Eles são bons, espaçosos e as câmeras nos dão uma sensação maior de segurança. O único problema são as portas, que são lentas para abrir e vira um tumulto na hora do desembarque”, disse.
O mesmo problema foi relatado pela auxiliar de informática Odete Nascimento, de 58 anos. “A porta é mais larga, mas demora muito até abrir completamente. Com isso, muita gente já fica desesperada, achando que o motorista não vai abrir, e vira uma confusão. Mas acho que, aos poucos, todos vão se acostumar. O ruim é que esses novos coletivos não resolvem os problemas antigos dos ônibus lotados. Ainda precisamos que mais investimentos no transporte", destacou.
O motorista Juvenal Pereira da Silva, que já trabalha há mais de 10 anos no transporte coletivo da capital, ressaltou que os novos veículos têm mais qualidades do que desvantagens. “Para a gente que dirige o dia todo, eles são muito bons, pois têm equipamentos mais modernos. Acho que essas câmeras, que mostram desde a frente até a traseira do coletivo, são boas para que as autoridades tomem alguma medida em caso de emergência”, destacou.
Sobre os questionamentos em relação às portas, ele concordou que elas demoram mais a abrir do que nos ônibus antigos. “Acho que é por causa de um sistema de segurança, para evitar que as pessoas se machuquem. Muita gente fica impaciente e reclama”, disse Silva.
A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), operadora do sistema na capital, explicou que as portas são mais demoradas para abrir em função de "um dispositivo de segurança que inibe sua abertura com o veículo em movimento e também impede a aceleração antes que todas as portas estejam totalmente fechadas. Esse novo sistema foi implantado com o objetivo de prevenir acidentes e aumentar a segurança dos clientes na hora do embarque/desembarque".
O órgão adiantou "que a concessionária responsável pelos novos ônibus já está verificando com o fabricante se há algum ajuste que pode ser feito para aprimorar o funcionamento do sistema".
Problemas
Apesar da melhoria com os novos ônibus, usuários reclamam de problemas como atrasos nos horários e superlotação. “Essa medida foi tomada só para tapear o povo, já que na maioria das vezes a gente continua sofrendo nos ônibus lotados e atrasados. A gente precisa de mais melhorias, pois ainda não está bom”, disse a diarista Luzia de Oliveira, 32 anos, que utiliza a linha 025 há quase um ano.
Para o eletricista João Paulo Figueiredo, 56, os novos coletivos são bem-vindos, mas ainda não são suficientes para resolver os problemas do sistema. “Até que fizeram algumas coisas, como os corredores e agora esses novos ônibus, mas ainda tem muito a fazer para justificar esse preço caro que a gente paga”, disse.
Em nota, a CMTC, responsável pela fiscalização da operação do transporte coletivo, disse que vai realizar um monitoramento na linha 025 para verificar se há atrasos e superlotação conforme as reclamações dos usuários.
Além disso, o órgão solicitou que "a população formalize as denúncias na sede da companhia, na 1ª Avenida, n.º 486, Setor Leste Universitário ou pelos telefones da Ouvidoria 0800-646-1851 e 3524-1851", para que possíveis mudanças e adequações possam ser feitas no sistema.
Por Fernanda Borges