Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) divulgado ontem, 26, sobre os impactos do reajuste do preço da passagem do ônibus em Belém para a população, antecipa que a proposta enviada ao Conselho Municipal de Transporte (CMT) pela Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel) foi de R$ 5,54 - na segunda-feira, 24, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Belém (Setransbel) enviou a proposição de R$ 5,85.
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| Mauro Ângelo/Diário do Pará |
De uma forma ou de outra, o cidadão que depende de ônibus já pode se preparar para um aumento mensal de pelo menos 17,52% no custeio do transporte quando o reajuste, que precisa ser sancionado pelo prefeito municipal, for posto em prática. Hoje o valor da tarifa, ajustado pela última vez em março de 2022, está em R$ 4.
Convocação
Foi feita uma convocação para que amanhã, sexta, 28, as 18 entidades ligadas ao CMT compareçam à reunião extraordinária marcada para 9h30 no plenário da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), no bairro de Batista Campos, ocasião em que será feita a apreciação e votação de ambas as planilhas tarifárias. De acordo com o Dieese, no cenário de quaisquer das duas opções, o aumento será muito acima da inflação de cerca de 12% para o período (abril de 22 a fevereiro de 25): de no mínimo 38,5%, e no máximo de 46,25%.
Segundo as análises do Departamento, considerando a tarifa vigente, para um usuário de transporte coletivo na Grande Belém que utiliza duas conduções diárias e não tem vale transporte, o gasto mensal estimado é de R$ 192, impactando desta forma em cerca de 12,65% a remuneração de quem recebe mensalmente o valor de um salário mínimo (R$ 1.518).
Assim sendo, o Dieese informa que a planilha técnica elaborada e proposta pelo Setransbel aponta uma tarifa de ônibus urbano em Belém saindo dos atuais R$ 4 para R$ 5,85, neste caso um aumento de 46,25%. Se essa proposta for acatada, para um usuário de transporte coletivo na Grande Belém que utiliza duas conduções diárias e não tem vale transporte, o gasto mensal estimado deve ser de R$ 280,80 (aumento de 18,5% dos custos).
Entre as justificativas da patronal para esta proposta estão a defasagem da tarifa em quase três anos sem aumento, bem como o encarecimento dos custos (fixos e variáveis), com destaque para alta nos preços dos combustíveis, peças, pneus e despesas de pessoal (salário dos motoristas e cobradores). Outro fator que impacta diretamente o segmento também está na constante queda no número de passageiros transportados.
Já a planilha da Segbel aponta para uma tarifa de R$ 5,54, um reajuste que alcança cerca de 38,50%. Se essa proposta for acatada, para um usuário de transporte coletivo na Grande Belém que utiliza duas conduções diárias e não tem vale transporte, o gasto mensal estimado deve ser de R$ 265,92 (aumento de 17,52% dos custos).
Informações: DOL
