Novo trem da Linha 15-Prata do Metrô de SP chega ao Brasil *** Goiânia é a cidade que mais construiu ciclovias em 2024 no Brasil *** Em Fortaleza, Cartão Bilhetinho garante gratuidade para mais de 51 mil crianças *** No DF, Mais 171 linhas de ônibus deixam de receber pagamento em dinheiro *** Novo modelo de ônibus elétrico, 2 toneladas mais leve, é testado em Porto Alegre *** Metrô do Recife dá um passo a frente para a privatização *** GDF pretende renovar a frota de metrô com investimento de R$ 900 milhões *** Conheça nossa página no Instagram

No Rio, Consórcio Santa Cruz é alvo de muitas criticas

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O consórcio Santa Cruz, que opera os ônibus na maior parte da Zona Oeste do Rio, é campeão de reclamações recebidas pelo serviço 1746, da prefeitura. A empresa Pégaso — que teve interditados 90% da frota vistoriada pelo Procon nas duas últimas blitz — é a líder do grupo, que responde por nove das dez linhas mais criticadas pelo serviço. No quesito conservação dos veículos, oito das dez piores também são do consórcio.

O ranking, divulgado no último dia 8 pela Secretaria municipal de Transportes (SMTR), se refere ao primeiro trimestre deste ano, mas reflete falhas antigas. Em outubro de 2014, a prefeitura notificou o consórcio pelos problemas. Dez meses após a notificação, a SMTR ainda evita falar em cassação do contrato. De lá para cá, foram aplicadas multas operacionais e uma contratual, de mais de R$ 10 milhões. O grupo recorreu e tem ainda até agosto para apresentar sua defesa.

Para passageiros entrevistados nesta quarta-feira pelo EXTRA, o serviço não melhorou. Pela manhã, um ônibus da linha 841, da Pégaso, trafegava com uma lanterna dianteira quebrada, assentos soltos e o painel do motorista trincado.

— Os pneus estão sempre carecas, os carros, imundos, e, quando a gente reclama, os funcionários dizem que é isto que a gente merece — esbravejou a funcionária pública Nelma Diniz, de 58 anos.

O advogado Armando de Souza, presidente da Comissão de Legislação de Trânsito da OAB-RJ, classifica como "omissão das autoridades” o fato de esta e outras empresas ainda não terem sido cassadas. A última vez que a prefeitura cassou uma empresa de ônibus foi em dezembro de 2009, antes da licitação.

A SMTR alega que "já está lançando mão de todos os dispositivos legais previstos no contrato a fim de garantir o cumprimento das regras estabelecidas no contrato”.

Armando de Souza rebate:

— Se uma empresa do consórcio descumpre o seu dever de zelar pela segurança e, consequentemente, pela vida do passageiro, então não há cláusula (do contrato) que não possa ser judicialmente questionada e revista.

Em nota, a Secretaria municipal de Transportes "ressalta que realiza constantes ações de fiscalização nas ruas, em terminais e nas garagens. De janeiro a maio, 550 ônibus foram lacrados em ações de fiscalização, dos quais 205 eram do consórcio Santa Cruz”.

Promessa de melhora

Em nota, o consórcio Santa Cruz afirma que passa por uma "reestruturação para otimizar sua operação”. "Com a saída de duas empresas devido a prejuízos financeiros — a Andorinha e a Rio Rotas —, linhas estão sendo redistribuídas entre as consorciadas, e algumas estão assumindo maior participação no serviço com o objetivo de oferecer mais qualidade à população”, diz a nota. O consórcio afirma ainda que, na Zona Oeste, há uma "concorrência desleal de vans e kombis ilegais que circulam sem a devida fiscalização, afetando a saúde financeira das participantes do consórcio”.

A Pégaso informou que o ônibus citado na reportagem será encaminhado para manutenção. Em nota, a empresa acrescentou que "vem investindo na renovação de seus ônibus, com 107 carros zero quilômetro já entrando em circulação, distribuídos por nove linhas”.

Informações: Extra Globo
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Dourados cumpre mais uma etapa de melhorias na mobilidade urbana

O prefeito Murilo dá mais um passo na melhoria de setores da mobilidade urbana, dando continuidade ao Projeto de Reestruturação do Sistema de Transporte Coletivo de Dourados, com ampliação da frota disponibilizada à população. São 15 novos ônibus que serão colocados a partir de segunda-feira, dia 29, nas mais diversas linhas que cortam a cidade. Além do anúncio da instalação de dois terminais em breve.
Foto: Chico Leite
A aquisição dos ônibus foi feita pela Medianeira Dourados, concessionária do serviço de transporte coletivo, para atender a exigência do processo licitatório que venceu no mês de abril deste ano para continuar administrando o sistema.

Com os novos veículos, a frota do município passa de 58 para 67 unidades. Além destes, mais quatro ônibus novos serão inclusos na frota a até o final de julho, para atender a Cidade Universitária. Serão veículos maiores que os demais, para suprir a demanda dos estudantes.

Os ônibus novos possuem sistema mais moderno do que o usado na frota atual, são mais silenciosos e confortáveis para o uso da população, e todos adaptados para garantir acessibilidade às pessoas com deficiência. O layout também foi modificado e hoje os ônibus são das cores do município: azul, com detalhes em branco e amarelo.

“Os outros veículos da frota que já vem sendo usados serão todos reformados e vão receber também o novo layout”, explica Ahmad Hassan Gebara, o Mito, diretor presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) de Dourados.

Integração
Os veículos novos também já estão preparados para o uso do Cartão Leve que armazena créditos de passagem. Através deste, o condutor pode fazer a integração, ou seja, mudar de um ônibus para outro em seu trajeto sem precisar pagar uma segunda passagem. O prazo para troca pelo usuário é de 45 minutos, contados a partir do momento que o motorista do primeiro ônibus chega ao fim de sua linha.

O sistema de integração com o uso do cartão que já existia em todos os pontos de ônibus da cidade, desde o dia 15 passou a ser usado no Terminal de Transbordo. “Desde que fizemos essa mudança no Transbordo tivemos só uma ou duas reclamações que chegaram até a gente. Acreditamos que isso seja fruto da adaptação e que logo todos estarão familiarizados ao novo sistema”, relata Gebara.

Ele lembra que uma equipe de fiscalização da Agetran trabalha no Terminal de Transbordo para garantir a eficiência do serviço e pode ser abordada pelos usuários para tirar dúvidas ou em caso de reclamação. Os usuários que porventura pagarem duas passagens ao invés de uma ao fazer a integração, também podem procurar a Medianeira Dourados que serão ressarcidos.

O Cartão Leve pode ser adquirido no transbordo, na rodoviária e na Medianeira. O valor pago pelo item é R$ 5, todo convertido em crédito. “Vale lembrar que a integração só é feita através do uso do cartão, não no caso do pagamento da passagem em dinheiro”, explica o diretor presidente da Agetran.

Informações: Agora MS
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Governo de SP assina o contrato da PPP do VLT da Baixada Santista

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O governador Geraldo Alckmin assinou nesta terça-feira, 23, o contrato de PPP (Parceria Público Privada) com o Consórcio BR Mobilidade Baixada Santista, concedendo a operação do Sistema Integrado Metropolitano, que contempla as linhas metropolitanas regulares de ônibus e do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, incluindo a expansão dos serviços em toda a região.


No evento, também foi entregue o primeiro VLT fabricado no Brasil e mais 100 ônibus metropolitanos novos. Alckmin anunciou, ainda, a entrega do Túnel José Menino e de mais  quatro estações - duas em São Vicente e duas em Santos, marcando a chegada do VLT na cidade de Santos e autorizou a publicação do edital de obras complementares ao  trecho Barreiros (São Vicente) – Conselheiro Nébias (Santos).

Assinatura do contrato da PPP
A operação do Sistema Integrado Metropolitano (VLT + reestruturação do sistema de ônibus intermunicipal) será por meio de Parceria Público Privada (PPP), com o Consórcio BR Mobilidade Baixada Santista. A concessão inclui a prestação de serviços de transporte intermunicipal, incluindo a operação do Veículo Leve Sobre Trilhos e operação dos ônibus urbanos do sistema metropolitano da Região Metropolitana da Baixada Santista, além do fornecimento de equipamentos e sistemas de controle operacional de veículos (ônibus e VLTs) e implantação da bilhetagem eletrônica, somando um investimento de mais de R$ 600 milhões. O contrato de PPP é de R$ 5,6 bilhões e terá vigência de 20 anos.

Inclusão de 100 ônibus novos
O Consórcio BR Mobilidade já adquiriu de 100 ônibus novos, o que reduzirá a idade média da frota da região para dois anos, conforme previsto em cláusula contratual.

Os novos veículos têm capacidade para 71 passageiros e são dotados de elevador, espaço para cão-guia, balaústres táteis direcionáveis, bancos reservados para pessoas obesas, idosos e com deficiência, atendendo, assim, às  normas de acessibilidade e de preservação do meio ambiente (motor EURO 5), de acordo com a legislação vigente.

Primeiro VLT fabricado no Brasil
O Consósio Tremvia Santos entregou hoje o primeiro VLT construído no Brasil na fábrica instalada em Três Rios, no estado do Rio de Janeiro. Três veículos fabricados na Espanha já fazem parte da operação precursora que está em funcionamento desde abril passado, atendendo sete estações concluídas em São Vicente, de Mascarenhas de Moraes até João Ribeiro.

O veículo tem 2,65m de largura por 44m de comprimento e 3,20m de altura; capacidade para 400 usuários; ar condicionado e piso 100% baixo, facilitando a movimentação de usuários com dificuldade de locomoção. O VLT circulará com  velocidade média de 25km/h e máxima de 80km/h. O consórcio é o responsável pela construção de 22 VLTs  que serão entregues até março de 2016, representando um investimento de R$ 233 milhões - R$ 10,6 milhões por veículo.

Estações e Túnel José Menino
A conclusão das Estações Nossa Senhora de Lourdes e Pinheiro Machado marcam a chegada do VLT na cidade de Santos por meio do Túnel José Menino que passou por  grande intervenção e foi ampliado para viabilizar a passagem dos veículos nos dois sentidos. Além dessas estações, o governo oficializou a entrega das estações Itararé e João Ribeiro, em São Vicente. A partir de agora os quatro VLT´s vão percorrer 6,1 km  na Operação Precursora, passando por nove estações do novo sistema de transporte da Baixada Santista. 

Edital para execução de obras de Barreiros – Conselheiro Nébias 
Trata-se da complementação do trecho entre Barreiros, em São Vicente, e Conselheiro Nébias, em Santos. O edital de concorrência tipo menor preço, no valor orçado de R$ 134,1 milhões, envolve a finalização do Terminal Barreiros, em São Vicente, e a construção das Estações Ana Costa, Washington Luis e Conselheiro Nébias, em Santos, com a implantação de aproximadamente 3 km de via permanente. A previsão é de que a assinatura do contrato com a empresa vencedora do certame ocorra no segundo semestre deste ano. As obras têm previsão de conclusão  para 2016.

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BH vai ganhar mais 23 detectores de invasão de pista exclusiva

Belo Horizonte terá mais 23 detectores de invasão de pistas exclusivas de ônibus em quatro importantes corredores de trânsito. As avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado, Presidente Carlos Luz e Pedro II, por onde também circulam os coletivos do Move, vão receber os equipamentos. 

No caso das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, os dispositivos vão operar também no controle de velocidade. Conforme a BHTrans, os detectores já estão instalados e em fase de homologação mas, por enquanto, não há data definida para o início das operação. Antes que isso aconteça, a empresa informou que vai sinalizar com faixas de pano todos os trechos que terão radares. 

A Avenida Cristiano Machado é a via que vai receber  o maior número de radares. No total, são 10 equipamentos que vão se juntar a outros dois já em funcionamento no local. Na Pedro II serão oito dispositivos, na Antônio Carlos três e na Carlos Luz dois

Atualmente, a capital conta com 16 detectores de invasão de pista exclusiva de ônibus em funcionamento nas avenidas Nossa Senhora do Carmo, Contorno, Waldyr Soeiro Emrich, Cristiano Machado, Viaduto Leste do Complexo da Lagoinha e Rua Padre Belchior.

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Metrô-DF lança campanha para uso de carro exclusivo feminino, pessoas com deficiência e ciclistas

O Metrô-DF começou a uma campanha de conscientização para melhor utilizar os carros exclusivos para mulheres e pessoas com deficiência e para os usuários que transportam bicicletas.

Os carros ganharam adesivos de identificação na parte interna dos trens, e os pisos das plataformas estão sendo renovados. O carro exclusivo feminino e para pessoas com deficiência foi adotado em cumprimento a uma lei distrital desde o dia 1º de julho de 2013.

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, no pico da manhã e da tarde, no período das 6h às 8h45 e das 16h45 às 20h15. Para usufruir o direito, os usuários devem utilizar sempre o primeiro carro do trem, o chamado carro líder, localizado logo após a cabine do piloto.

Já o transporte de bicicletas deve ser realizado no último carro do trem, não podendo exceder cinco veículos por viagem. A recomendação é que, dentro do trem, a bicicleta seja acomodada de forma que não obstrua a passagem e que não perturbe os outros usuários. Isso porque, segundo o Metrô, passageiros sem bicicletas sempre têm preferência de embarque.

Desde seu funcionamento, o carro exclusivo feminino e para portadores de deficiência vem ganhando adesão de usuários. Segundo o órgão, diariamente, uma média de 15 pessoas entram em contato com a Ouvidoria para informar e reclamar sobre o descumprimento da lei.

Apesar de não haver punição, o Metrô-DF, garante que tem autuado quem desrespeita a norma por meio de seus empregados e, também, tem contado com o apoio dos próprios usuários, no sentido de preservar os direitos concedidos. Se houver resistência ao Corpo de Segurança Operacional do Metrô, quando os agentes solicitam a saída do usuário, eles são encaminhados à delegacia e podem responder criminalmente.

O presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, explica que a ideia da campanha é conscientizar a população para o respeito aos usuários e reforçar lições de cidadania e boas práticas sociais.

— Nossos principais fiscais são os usuários, que entram em contato com a empresa em casos de descumprimento da legislação. Queremos garantir uma prestação de serviço ainda mais eficiente e segura para a população do DF.

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Plano de Segurança é lançado para os terminais de ônibus de Campo Grande

A Secretaria Municipal de Segurança Pública lançou um novo plano de ações para aumentar a segurança nos terminais de ônibus de Campo Grande. A iniciativa tem como objetivo reduzir os índices de violência e vandalismo. Para isso, a secretaria vai reforçar o número de Guardas Civis Municipais que fazem a segurança dos terminais. Os agentes passaram, além de fazer a ronda constante pelos locais, também a realizar a abordagem seletiva dos passageiros.
Segundo a assessoria da Guarda Municipal, o Secretário Municipal de Segurança Pública , Valério Azambuja, disse que o Plano de Segurança foi criado para atender os terminais de transbordo, contempla ações preventivas  e de fiscalização intensa. “Nosso principal objetivo é o de coibir todo e qualquer tipo de violência nos terminais, e conferir a população a segurança que ela tanto necessita”.

O secretário informou também, que as ações preventivas deverão se intensificar nos próximos dias e os Guardas Civis Municipais irão realizar abordagens pontuais de fiscalização. “A Guarda vai fazer a abordagem durante o embarque e desembarque dos coletivos. Deverá analisar as situações de risco e, caso necessário, realizar a revista das bagagens dos cidadãos, que conferirem perigo aos demais passageiros. Vamos agir com mais rigor em busca de resultados ainda mais efetivos na redução da criminalidade”.

Além da fiscalização, a Secretaria Municipal de Segurança em parceria com a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) deverá realizar uma campanha de conscientização da população, divulgando informações relevantes sobre a segurança nos terminais e as implicações judiciais que cada crime confere. A meta é mostrar aos cidadãos a necessidade de preservação do patrimônio e os incentivar a denunciar quem pratica qualquer tipo de crime nestes locais.

Outro auxílio para a fiscalização virá com a instalação das câmeras de segurança, feita pela Assetur, que irão registrar qualquer crime que for cometido nas dependências dos terminais. Quem presenciar atos de vandalismo pode acionar a Guarda Municipal tanto pessoalmente por meio dos telefones gratuitos 199 ou 153. "Com a ação efetiva da Guarda Civil Municipal, dentro dos terminais, desde março deste ano, já registrou-se uma considerável queda no índice de criminalidade, contudo as novas ações irão forçar uma queda ainda maior nos números e propiciar ainda mais segurança. Para isso contamos também com o apoio da população”, finalizou Valério.

Por Elizângela Lemes
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No Rio, Vandalismo no BRT gera prejuízo de R$ 150 mil ao mês

domingo, 21 de junho de 2015

As estações do BRT são alvo constante de ato de vandalismo. De acordo com o consórcio que administra o sistema, por mês são gastos cerca de R$ 150 mil para consertar o que foi destruído, a reportagem teve acesso a vídeos que mostram cenas de destruição em algumas estações.

Vídeos mostram pessoas destruindo a entrada para cadeirantes na Estação Pedro Taques, que atende a linha Penha Circular. As pessoas se espremem num canto enquanto o vândalo destrói catraca por catraca.

Outras imagens mostram o boicote ao pagamento das passagens. Na estação Praça Seca, um grupo grande resolveu pular as catracas. Outro homem, no entanto, decidiu quebrar o equipamento.

Um outro vídeo mostra um grupo de homens arrancando todas as grades que organizam as filas e as jogando na pista, obstruindo a passagem dos ônibus. Já era tarde da noite e havia muitas pessoas aguardando embarque.

Quem anda de BRT reclama muito da superlotação, mas o vandalismo prejudica ainda mais o transporte. Todo dia tem que ser feita uma manutenção, o que atrapalha ainda mais o fluxo dos ônibus.

Segundo o Consórcio BRT, os principais alvos dos vândalos são as catracas e portas enguiçadas devido ao forçamento de abertura.

O Consórcio BRT declarou que tem vigilantes em todas as estações e que está aumentando o número de funcionários, mas entende que o vandalismo é um problema de segurança pública, que precisa ser resolvido também pelas autoridades e pela população.

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Passageiros enfrentam insegurança e riscos em ônibus do Grande Recife

Terminal Integrado do Barro, Zona Oeste do Recife, 18h da última quarta-feira (17). A dona de casa Rosângela Marques está há mais de 30 minutos na fila da linha Zumbi Do Pacheco e já viu quatro ônibus passarem sem conseguir entrar. Do seu local, ela vê jovens, homens e mulheres que, ansiosos para chegar em casa, avançam em cada coletivo que estaciona. 

Alguns entram pela janela e um estudante chega a violar a entrada de ventilação instalada no teto do veículo para conseguir embarcar. O cenário de agonia e estresse nos horários de pico, flagrado pelo G1, é rotina no Grande Recife, de Norte a Sul. Passageiros sofrem com veículos que não suprem a demanda, falta de fiscalização e também de educação de usuários. “Tem que mudar tudo, porque do jeito que está funcionando, está tudo errado”, afirmou Rosângela.

A situação diária, somada aos frequentes acidentes, de pequenas ou grandes proporções, vem mudando o comportamento de alguns passageiros, que, amedrontados, tentam evitar ônibus superlotados, quando possível. Em cerca de 45 dias, pelo menos quatro casos de violência no transporte público chamaram a atenção na Região Metropolitana. 

No início de maio, a universitária Camila Mirele morreu após cair de ônibus em movimento, perto da Cidade Universitária, no Recife. No começo de junho, um passageiro foi agredido por um motorista que trafegava em alta velocidade; no mesmo dia, um motorista foi agredido a pedradas por passageiros que queriam descer fora do ponto. No último dia 16 de maio, o estudante Harlynton Souza morreu, também após cair de um coletivo, no Cais de Santa Rita.

Com a consciência de que os casos poderiam acontecer com qualquer uma das milhões de pessoas que usam ônibus no Grande Recife, a mãe da estudante de engenharia Raísa Dias fez uma reunião em casa, com os dois filhos universitários, para orientar como eles devem se comportar ao utilizar o transporte. “Ela ficou muito nervosa com o que aconteceu e pediu que, pelo amor de Deus, a gente não entrasse em ônibus em que a gente fique imprensada na porta. É melhor perder uma prova, uma cadeira, até um período, do que sofrer um acidente e ficar numa cadeira de rodas ou até morrer”, disse a jovem, que diariamente faz o percurso de Peixinhos, em Olinda, até a Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, na Madalena, Zona Oeste da capital.

As aulas de Raísa começam às 7h10, e, antes mesmo das 6h, a estudante já está na parada, na Avenida Presidente Kennedy. Ela deixa até cinco ônibus passarem pelo ponto, porque fica impossibilitada de entrar em veículos superlotados que saem do Terminal de Xambá, em Olinda. Só encara quando tem prova ou não pode perder a chamada. Na volta para casa, o martírio continua, no Terminal Joana Bezerra, área central do Recife. A estudante, como a maioria das pessoas que frequenta a estação, se arrisca na entrada do local e não na área destinada a cada linha. O problema é que, se esperam na fila, os passageiros encontram os ônibus já lotados, porque as pessoas “invadem” o perímetro de embarque e desembarque na chegada dos veículos. 

O TI Joana Bezerra atualmente é um dos mais desestruturados do Grande Recife. Não há espaços adequados para filas e fiscais, que ficam sentados enquanto passageiros que saem e entram nos veículos duelam uma batalha nas escadas, como flagrou a reportagem do G1. Gessina Magno, usuária do terminal, tem osteoporose e, todos os dias, encara a dor por conta das pessoas que batem em sua perna. “Eu me machuco sempre, porque as pessoas não esperam a gente descer do veículo, e eu não consigo ser rápida. Já sei que tenho que sair empurrando, para poder chegar ao metrô”, disse a senhora de 60 anos, que sai do Jordão à Ilha do Leite, enfrentando dois terminais: Joana Bezerra e Aeroporto.

No TI do Barro, local onde o G1 flagrou a invasão dos passageiros por janelas laterais e superiores, o respeito pela área de desembarque é maior, por conta da presença de fiscais do Grande Recife. Mas, nas filas, pessoas ficam onde querem, até sentadas no meio-fio, correndo o risco de serem atropeladas. “Se todo mundo respeitasse, apesar de não evitar que os ônibus saíssem lotados, iria melhorar. Mas o povo mesmo faz cachorrada, às vezes o motorista nem tem culpa, com a ignorância dessa gente. Eu fico na fila até conseguir embarcar”, disse o pedreiro Edson Marinho, que vai da UR-7 ao Centro diariamente, gastando mais de duas horas em percurso de ônibus e metrô. “A gente sabe a hora que sai de casa, mas nunca a de voltar, por conta desse inferno”, completou Rosângela Marques, na mesma fila.

Mas os problemas não ficam restritos aos terminais integrados, de onde os ônibus saem cheios e até com portas já quebradas, como registrou a reportagem, na linha PE-15/Joana Bezerra. A doméstica Jailma Souza, no último mês, ficou com o braço preso em uma porta e viu a filha cair, em plena Avenida Agamenon Magalhães, após o motorista acelerar o veículo. “Por um triz, poderia ser minha filha a acidentada. Eu agora espero o tempo que for para não me arriscar”, disse.

Nem dentro dos coletivos os passageiros se sentem seguros. A assistente Cristiane Ferreira, 42, relatou que sofreu um acidente após pegar um ônibus da linha Casa Caiada, em Olinda, na última segunda (15). Ela estava pagando a passagem quando foi arremessada contra o para-brisa dianteiro do veículo depois que o motorista deu uma freada brusca. Com o impacto, o vidro do coletivo ficou rachado e a usuária precisou ser socorrida a um hospital, onde colocou um colar cervical. “A batida foi toda nas costas, e ainda está doendo. A sorte foi que o acidente aconteceu quase em frente a um hospital e uma enfermeira que largava do trabalho me atendeu. Eu fui jogada da catraca até o para-brisa. Se fosse um idoso ou uma criança, poderia ter ocorrido algo pior. O motorista foi imprudente na direção”.

Irmã de Cristiane, Josiane Ferreira, 35, ficou indignada com o acidente e cobra atenção das autoridades. “Em fevereiro, uma amiga do trabalho levou uma queda ao subir em um ônibus. Resultado: cirurgia no punho, onde colocou pinos e recebeu afastamento de 4 meses do trabalho. Minha irmã também está uma semana sem trabalhar. Minha intenção não é prejudicar o motorista e o cobrador, mas sim fazer um alerta a toda sociedade, empresas de transporte público e governo do estado para fiscalizar o transporte público coletivo”, argumenta.

Já a estudante Raísa Dias, que mudou seus hábitos, não consegue ver melhora por onde circula na cidade. “A gente vê essas tragédias e nota que pode ser com você ou com alguém muito próximo. Mas não vejo uma solução, perco as esperanças, porque não tem medida sendo tomada. É como ser assaltado no seu bairro. Você presta queixa e fica por isso mesmo, sabendo que no outro dia pode ser assaltado de novo. É um ciclo vicioso”, disse. No futuro, ela sonha comprar um carro, para tentar se livrar dos ônibus lotados e encarar o trânsito do Recife. “Pelo menos vou estar no ar-condicionado e escutando meu som”, completou, mesmo sabendo que deixa um problema por outro.

Problema estrutural e motoristas atrasados
De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, 26 mil viagens são feitas por dia, com 2,8 mil veículos circulando na Região Metropolitana. Esses números poderiam ser muito maiores, caso o trânsito não fosse tão congestionado. Em um seminário realizado pela Prefeitura do Recife para discutir o Plano de Mobilidade, no último dia 11 de junho, o doutor em Planejamento e Engenharia de Transportes Cesar Cavalcanti foi categórico: "No Recife, não faltam ônibus. O problema é o trânsito, porque os veículos ficam presos. O sistema tem ônibus suficiente e poderia ser otimizado e ter mais viagens, caso tivessem o caminho livre".

A reportagem do G1 também conversou com motoristas, que, atrasados para cumprir horário, precisavam se apressar.  "O sistema é cansativo. O ônibus só anda lotado, em todas as viagens. Tem gente que surfa no ônibus, que sobe por trás. A gente é instruído a parar e mandar a pessoa descer, mas eles não descem, e a gente não pode fazer nada. Dá medo, porque não sabemos quem é quem", reclamou o motorista Alexandre dos Santos, 38 anos.

A violência também é um problema recorrente para os profissionais que trabalham nos coletivos. "Nas quatro viagens que damos por dia, é muito difícil ter pelo menos uma em que a gente não seja ameaçado por um passageiro", conta o motorista de ônibus Leandro Soares, 35. Ele trabalha na linha CDU/Caxangá/Boa Viagem há cerca de quatro meses e diz que violência, cansaço e ônibus lotados fazem parte da rotina da profissão. "É complicada a relação com os passageiros. Quando acontece algo, eles culpam o motorista. Mas muitas vezes a culpa é do passageiro. Acho que deveríamos ter mais educação no trânsito, para o passageiro e para o motorista", disse.

O cobrador Geovani dos Santos, 31, que exerce a função há 13 anos, conta que já soube de um colega ter sido ameaçado por um homem armado, apenas por não ter aberto a porta do ônibus. Ele reclama também dos assaltos. “Eu mesmo já perdi quatro celulares em assalto. Infelizmente, tem gente que perde a vida. O dia a dia é esse", lamenta.

Procurado pela reportagem, o diretor de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, informou que está investindo no sistema de monitoramento de linhas e negociando com as empresas para melhorar a circulação e o acesso do usuário ao transporte. “Também estamos fazendo pesquisa com os passageiros, tantos nos terminais, quanto nas paradas intermediárias, para identificar pontos de superlotação, além de aumentar o efetivo de facilitadores de fila, que organizam o embarque e desembarque”.

No último mês, o Consórcio também pediu o apoio da Polícia Militar, que passou a fiscalizar os terminais integrados. “O policiamento presente não é o ponto central, mas a polícia tenta evitar que pessoas entrem no veículo de forma irregular, arrombem portas, basicamente para conter a ação de vândalos”, explica.

Melibeu acrescentou que com o sistema de monitoramento, que vem sendo implantado nos veículos desde 2003, será possível, por exemplo, prever o horário de passagem dos ônibus pelos pontos. “Hoje, nós já temos computadores e televisões que mostram a situação real da circulação. Os terminais também têm um sistema para se comunicarem e, dessa forma, fazemos a interlocução com os motoristas. Assim, se está ocorrendo algum problema na Conde da Boa Vista, por exemplo, podemos atuar para otimizar a circulação. Até o fim do ano, acredito que essa tecnologia possa ser utilizada não só pelo sistema gestor, mas pelo usuário.”

Sobre as licitações das linhas, processo que se arrasta há pelo menos dois anos, o diretor de operações contou que dois lotes – os que englobam os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste – já foram homologados e estão em operação desde meados do ano passado. Juntos, eles correspondem por 25% do total da frota do Grande Recife.

O consórcio Conorte, formado pelas empresas Cidade Alta, Rodotur e Itamaracá, opera o Norte/Sul. Atualmente, o corredor possui três linhas e atende a uma demanda de 44 mil passageiros por dia. A previsão é que, com a conclusão das obras, até o fim do próximo mês, a via para coletivos possa dispor de 9 linhas para uma demanda diária de 180 mil usuários. Já o Leste/Oeste é administrado pelo consórcio Mobrasil (empresa Metropolitana) e opera hoje com 3 linhas para uma demanda de 62 passageiros/dia. A previsão é que passe para 7 linhas e 150 mil usuários diariamente. No entanto, as obras do corredor estão atrasadas e não há prazo para a conclusão, conforme a Secretaria Estadual das Cidades.

"À medida que os corredores são entregues, podemos substituir as linhas convencionais pelos veículos BRTs. O que temos hoje é uma operação transitória porque estamos com corredores incompletos”, ressaltou Melibeu. Além dos dois lotes homologados, há outros corredores que ainda aguardam o fim do processo de licitação. São eles: José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. O Grande Recife informou que, por questões técnicas, as licitações estão sendo avaliadas e que não há prazo para conclusão.

Em relação às investigações das mortes ocorridas no sistema de transporte coletivo, o responsável pelo Departamento de Delitos de Trânsito, Newson Motta, disse que os inquéritos estão em andamento. Ele aguarda perícia do Instituto de Criminalística (IC) para dar prosseguimento ao caso da universitária Camila Mirele. A apuração sobre a morte do estudante Harlynton Lima dos Santos está na fase inicial e ainda depende da ouvida de testemunhas.

Fotos: Vitor Tavares e Penélope Araújo/G1
Por Vitor Tavares e Penélope Araújo
Do G1 PE
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