A integração entre diferentes formas de se locomover resultam viagens mais rápidas e confortáveis pela cidade. Para isso, é importante que as pessoas conheçam as opções de deslocamento, os caminhos possíveis, as vantagens e desvantagens de cada trajeto. Caminhar, pedalar, tomar ônibus, metrô, trem ou táxi podem ser combinados para atender melhor às necessidades de transporte de cada um.
Para viabilizar essas escolhas, a Prefeitura de São Paulo tem trabalhado para ampliar e melhorar a locomoção na cidade entre diversas formas de mobilidade, conhecidas como modais de transporte. Essa política, além de estar no Programa de Metas 2013-2016, vem ao encontro com as diretrizes de mobilidade do novo Plano Diretor Estratégico, que norteará o desenvolvimento da cidade para os próximos 16 anos.
A integração mais eficiente tem como objetivo reduzir o impacto social e ambiental dos deslocamentos na cidade. Para avançar, é preciso reequilibrar a distribuição do espaço urbano dedicado à mobilidade, com incentivo ao uso do transporte público, por meio de investimentos na qualidade do serviço. Um exemplo de ação deste tipo é a criação de faixas exclusivas de ônibus e de ciclovias.
São Paulo já conta com mais de 440 quilômetros de vias segregadas à direita. Desde janeiro do ano passado, com a operação “Dá Licença para o Ônibus”, foram implantados 357,5 quilômetros. Até 2016, a meta é dobrar a quilometragem de corredores de ônibus e 400 quilômetros de ciclovias.
Neste ano a capital ganhou 78,3 quilômetros de vias para bicicletas. “O critério que nós estamos usando para instalar as ciclovias é conectá-las com outros modais de transporte. Então, às vezes, o pessoal acha que um trecho não liga a lugar nenhum. Não, ligamos a um terminal de ônibus, uma estação de metrô, de trem, a um parque, a um equipamento público, um hospital ou uma escola. Ela não tem conexão toda, mas é isso que nós teremos quando terminarmos os 400 quilômetros”, explica o secretário Jilmar Tatto (Transportes).
Para conhecer melhor as opções de mobilidade na cidade, a Prefeitura disponibiliza consultas de itinerários e horários no site da Sptrans e na página Olho Vivo. As ciclovias já implantadas estão reunidas em mapa.
Integração
Entre as ações com foco na integração dos modais estão as opções tarifárias do Bilhete Único. São realizados, em média, por dia útil, cerca de 9,8 milhões de embarques nos ônibus municipais de São Paulo. Com base neste número, estima-se que cada usuário utilize 2,5 ônibus por dia. A integração entre ônibus e trilhos (Metrô e CPTM) é realizada em 1,3 milhão de embarques por dia.
Além disso, atualmente 149 estações do Bike Sampa estão integradas ao Bilhete Único. Nestes locais, é possível liberar as bicicletas para empréstimo utilizando o cartão de transporte. Mais de 8,7 mil pessoas estão cadastradas para utilizar o Bilhete Único no Bike Sampa. Dados do início de setembro apontam que já foram realizadas 19.474 liberações de bicicletas por meio do Bilhete Único. O número de estações do programa está sendo ampliado e a previsão é que chegue a 300 até março de 2015.
Para incentivar o uso das ciclovias, a Prefeitura investe em ampliar a segurança da estrutura cicloviária, além de realizar ações educativas para orientar quem deseja adotar este hábito. A instalação de paraciclos e de bicicletários também é importante para a integração. Em agosto, o Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, ganhou um bicicletário público municipal, ao lado da estação Faria Lima da Linha-4 Amarela do Metrô, com capacidade para guardar 100 bicicletas dos próprios usuários. Junto ao sistema de transporte (estações de metrô e trem e terminais de ônibus) existem hoje em dia 4.505 vagas, sendo 4.382 em bicicletários e 225 em paraciclos.
Nesta semana entrou em testes um projeto piloto de transporte de bicicletas nos ônibus municipais. Os suportes foram instalados na área interna de dois veículos que circulam na linha que liga o metrô Jabaquara ao metrô Santana (175T-10). A utilização está liberada durante os finais de semana.
Planejamento
O novo Plano Diretor Estratégico (PDE) estimula, por meio de benefícios urbanísticos, o crescimento da cidade em torno dos eixos de mobilidade, como corredores de ônibus, corredores BRT (Bus Rapid Transit) e linhas do metrô ou trem. O objetivo é estruturar a cidade de forma que pequenos deslocamentos sejam feitos a pé, de bicicleta ou em micro-ônibus. Por meio destes modais, o passageiro chega aos corredores e ao transporte sobre trilhos, nos quais que será possível realizar grandes deslocamentos pela cidade.
“Para esse plano funcionar, os modais têm que estar interligados. O passageiro se conecta nos eixos estruturais por bicicleta, a pé ou com micro-ônibus, de acordo com suas preferências e suas condições. Esta situação incentiva aumentar as calçadas no miolo dos bairros, para os pedestres, melhorar a iluminação e o uso das ciclovias”, explica Ciro Biderman, chefe de gabinete da SPTrans.
De acordo com o plano, empreendimentos que se instalarem no raio de até 400 metros das estações de trem, metrô e monotrilho ou, ainda, a 150 metros de corredores de ônibus poderão intensificar seu uso com aumento do potencial construtivo permitido. Outra novidade do Plano Diretor é que no mínimo 30% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) seja destinado para financiar o transporte coletivo, ciclovias e circulação de pedestres.
Informações: Prefeitura de SP