O orçamento da prefeitura de Porto Alegre prevê o gasto de R$ 540 mil com a construção de ciclovias e ciclofaixas em 2011, o equivalente a 24% do previsto no plano plurianual do município. Um vereador da cidade pediu providências para que a prefeitura amplie os recursos, depois que os ciclistas do grupo Massa Crítica foram atropelados no dia 25 de fevereiro.
Segundo o vereador Beto Moesch (PP), o plano plurianual prevê R$ 2,2 milhões em 2011 para a implantação do Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), mas o orçamento anual da prefeitura garantiu apenas R$ 540 mil. No ano passado, o gasto também ficou abaixo do previsto: foram destinados R$ 1,31 milhão para a execução do plano, mas a previsão inicial era de R$ 2,1 milhões. No ano de 2009, quando o plano diretor cicloviário foi aprovado, não houve investimentos em ciclovias.
“O plano cicloviário foi fruto de um longo debate e tem que ser respeitado. Não dá para dizer que a prefeitura não está fazendo nada, mas é muito pouco”, critica o vereador, que enviou um pedido de providências para que a prefeitura complemente o orçamento deste ano.
Aprovado em maio de 2009, o plano começou a ser efetivamente implantado no ano passado, mas em ritmo lento. O documento indicou 274 ruas e avenidas que poderiam receber ciclovias ou ciclofaixas, num total de 495 quilômetros. Até o momento, porém, Porto Alegre conta com menos de seis quilômetros de ciclovias.
“Estamos trabalhando para que essa quilometragem cresça. Até a Copa de 2014, a meta é chegarmos a cerca de 50 quilômetros de ciclovias”, explica o gerente de projetos de mobilidade da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Flávio Tomelero.
O plano cicloviário apontou como prioridades a criação de ciclovias nas avenidas Sertório e Ipiranga e no bairro Restinga, no extremo sul da cidade. Atualmente, estão sendo construídos os 4,6 km da ciclovia na Restinga. O projeto da avenida Ipiranga, que será construído como contrapartida de uma rede de supermercados, está previsto para este ano. Serão 9,4 quilômetros. Já a ciclovia da avenida Sertório deve ficar para o ano que vem.
O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, admite que os recursos destinados ao plano cicloviário ainda são reduzidos. “Estamos tentando encaminhar um pedido de complementação de verbas”, afirma. As contrapartidas de empreendimentos seriam uma alternativa à falta de recursos.