Apesar da garantia do Sindicato dos Rodoviário de colocar 60 % da frota de ônibus para circular nesta segunda-feira (21/6), quando a categoria decidiu começar uma greve geral, nenhum dos 2,4 mil coletivos rodam pelas ruas do Distrito Federal desde o início da manhã.
A informação é do Sindicato das Empresas de Ônibus Coletivo (Setransp), que não vai negociar enquanto o governo do DF não analisar um reajuste de tarifas. Oficiais de Justiça estão nas ruas desde cedo para fiscalizar se a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de que pelo menos 60% da frota circule enquanto os motoristas e cobradores permanecerem em greve é cumprida.
De acordo com o coordenador da ação, o oficial de Justiça Jayme Batista, foram fiscalizadas as garagens do Gama, de Sobradinho, de Samambaia e de Santa Maria e em pelo menso três delas o que se vê é desrespeito à decisão. Segundo ele, dos 110 veículos que deveriam atender Santa Maria, nenhum sai do terminal.
Segundo informações preliminares das ações no Gama e em Sobradinho, a situação é semelhante nessas cidades. Jayme Batista destaca a impossibilidade de fiscalizar todos os terminais do DF.
“Estamos trabalhando por amostragem, já que temos um efetivo pequeno de oficiais de Justiça para atender as mais de 1,5 mil linhas do DF. Vamos onde os empresários nos indicaram que o descumprimento da medida é mais grave.
Prejuízo
Quem utiliza coletivos precisou utilizar outras alternativas. Muitas pessoas chegaram a desistir dos compromissos e voltaram para casa. O movimento nas estações do Metrô esteve intenso durante todo o horário de pico.
De acordo com a assessoria da Companhia do Metropolitano, todos os trens (19) circularam desde cedo para tentar atender a demanda. Embora os vagões deixassem as estações lotados, nenhuma confusão foi registrada esta manhã. Ainda não há uma estimativa de aumento da procura ao transporte, que leva, em dias normais, cerca de 160 mil pessoas.
O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), responsável pelo transporte coletivo na região, não autuou nenhum motorista por fazer transporte pirata na manhã desta segunda. Segundo o órgão, 50 motoristas foram abordados nos Eixinhos Sul e Norte, mas em todos os casos os fiscais caracterizaram transporte solidário.
Apesar das alegações do DFTrans, a realidade vista nas paradas de ônibus de algumas cidades do DF foi outra. No Recanto das Emas e em Samambaia, muitos carros de passeio, vans e ônibus escolares passaram nos locais de espera do coletivos anunciando os destinos. A situação é a mesma no Paranoá, em Sobradinho e em Planaltina.
Quem pega ônibus em Taguatinga e Ceilândia não teve muita dificuldade em chegar ao destino. Por conta da grande quantidade de transportes irregulares, as paradas não estavam cheias, como era de se esperar já que nenhum rodoviário está rodando esta manhã.
Fonte: Correio Braziliense