A Frente Única pelo Transporte Público Floripa, organizada principalmente por estudantes, planeja para hoje, às 17h, uma manifestação contra o aumento das tarifas do transporte coletivo da Capital.
O objetivo é reunir alunos de várias escolas da cidade. A prefeitura diz que os novos preços dos bilhetes não serão alterados.
A Frente Única foi criada em 2009.– Fizemos uma rede forte de contatos desde o ano passado, envolvendo estudantes de diversas escolas, da universidade federal e estadual, da União Catarinense dos Estudantes, do Movimento Passe Livre, de partidos políticos, entidades de bairros e usuários independentes. Ao sabermos do aumento, nos reunimos e marcamos os protestos – disse Diógenes Moura, um dos coordenadores do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Professor vê insatisfação coletiva com o transporte
De acordo com Moura, o primeiro objetivo é impedir o aumento das passagens. Depois, o grupo quer discutir um novo modelo de transporte público na Capital.
O aumento foi concedido no domingo, depois do reajuste salarial concedido aos trabalhadores que, desta vez, não fizeram greves.Se os estudantes conseguirem repetir os protestos vistos em 2004 e 2005, conhecidos como Revolta das Catracas, os moradores de Florianópolis devem sentir os efeitos. Na época, diversas ruas da cidade foram fechadas e houve uma série de confrontos com a Polícia Militar.
Para o professor Marcelo Pomar, fundador do Movimento Passe Livre, mas que hoje não participa mais do movimento estudantil, há uma insatisfação crescente com o transporte coletivo da Capital.– Não sei se os protestos terão a mesma intensidade, mas há uma sensação parecida de insatisfação pela população, o que dá legitimidade para o movimento. Na época, lembro de passarmos pela Avenida Mauro Ramos e vermos as pessoas acendendo a apagando as luzes e jogando papel picado – diz.
É claro que muita gente não gostou das manifestações. O vice-prefeito, João Batista Nunes, espera que os protestos de hoje sejam pacíficos, sem obstrução das ruas.
– Vamos montar estratégias para não punir a população que precisa dos ônibus. Toda manifestação, se for ordeira, tem o meu apoio – garantiu João Batista, que emendou:– Não existe a possibilidade de barrar este aumento.
Fonte: Diário Catarinense