
- A licitação do sistema de ônibus é a primeira da história de Curitiba. As atuais empresas que operam o sistema atuam há décadas sem nunca ter passado por seleção. A Constituição de 1988 passou a exigir a concorrência. Em 2001, o Ministério Público exigiu que a lei fosse cumprida, mas só agora a licitação está acontecendo.
- O consultor em logística e professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Garrone Reck explica que não é possível saber exatamente qual o preço de equilíbrio do sistema de transporte. Mas a tendência é de que a licitação faça com que a nova tarifa de equilíbrio seja maior que a atual. A nova fase do processo licitatório deve ser concluída ainda neste mês.
- As empresas que participam da licitação apresentaram várias propostas de melhoria. A partir da assinatura do contrato, as empresas têm 24 meses para cumprir as metas. Caso contrário, pagarão R$ 250 mil para cada meta não atingida. O valor vem do depósito de R$ 10 milhões feito como garantia no início do processo.
- As empresas comprometeram-se com a circulação de ônibus menos lotados e com mais espaço aos passageiros. Hoje, segundo a Urbs, o índice é de seis passageiros em pé por metro quadrado. Total que deve ser diminuído para pelo menos 5,4 (10% de redução).
- A preocupação ambiental também esteve focada no edital e nas propostas dos consórcios. Em dois anos, os seis ônibus da Linha Verde que funcionam só com biocombustível devem ganhar companhia. A promessa é de que entre 70 e 140 veículos sigam o mesmo padrão. Já 804 ônibus convencionais e todos os 326 biarticulados e ligeirinhos deverão operar com motores menos poluentes. Cada consórcio também se comprometeu a oferecer para ações sociais, fora dos horários de pico, 9 mil quilômetros rodados por mês à prefeitura sem qualquer custo. Hoje, segundo a Urbs, qualquer deslocamento solicitado às empresas é cobrado conforme a distância percorrida.
- Para Reck, tais mudanças não significam uma grande inovação no sistema. “Não que eu considere que não precisem ser feitas. São medidas de otimização operacional, praticamente reproduzem o que já existe”, justifica. Ele acredita que essas modificações possam ser feitas sem afetar o preço das passagens. “Nesses dois anos pode-se eliminar alguns desperdícios. Podem evitar custos mortos que sejam revertidos na melhoria da qualidade do serviço”, afirma.