Mesmo com a chegada do ônibus, os transtornos continuam para Válber. A primeira dificuldade é para o motorista conseguir operar o elevador para que o cadeirante suba ao veículo. O funcionário não conseguia baixar o elevador completamente, segundo ele, porque o equipamento havia “enguiçado”.
Passados mais de 20 minutos, o cadeirante consegue enfim entrar no ônibus, com a ajuda de outras pessoas que se encontravam na parada. Depois de se acomodar, Válber observa então a dificuldade do motorista para recolher o equipamento. Mais meia hora.
O motorista do coletivo da linha Santa Clara/João Paulo, da Viação Abreu não quis se identificar, mas disse que o equipamento havia enguiçado e que isso é comum acontecer.
Tudo isso até parece cena de alguma novela, mas é a mais pura realidade enfrentada por moradores da capital. Válber Nojosa é um dos mais de 200 mil deficientes físicos que convivem diariamente com as dificuldades na acessibilidade em São Luis.
E mesmo com esse número, somente 231 ônibus dos cerca de 1.000 que compõem a frota, estão preparados para receber quem usa cadeira de rodas.
O problema da capital maranhense tomou dimensão nacional após veiculação de uma reportagem do programa Fantástico da Rede Globo, no domingo, 28 de março. Segundo a reportagem, São Luis tem o pior atendimento para cadeirantes, no que diz respeito ao transporte público. Além de São Luis, o teste foi realizado ainda no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Goiânia e São Paulo.
Barreiras de Atitude
Para o coordenador do Fórum Maranhense de Entidades de Pessoas com Deficiências e Patologias, Dylson Ramos, mais do que veículos adaptados, o que falta é atitude por parte do poder público em atender as entidades e movimento que lutam pela implementação de políticas públicas para as pessoas com deficiência.
“A discriminação maior são as barreiras de atitude. Adaptação de ônibus e de outros lugares para cadeirantes é uma obrigação do poder público e das empresas de transportes. No entanto, além de não cumprir essas exigências, ainda somos excluídos das discussões sobre essas garantias”, complementa o coordenador.
Ramos enfatiza que a responsabilidade pela adequação dos ônibus passa tanto pelo poder público quanto pelas empresas. A essas últimas compete, principalmente o treinamento dos funcionários para que saibam operar os equipamentos e atender bem os deficientes.
Ribamar Abreu, gerente da Viação Abreu, informou que dos oito ônibus que compõem a frota da empresa, dois são equipados com elevadores e que um treinamento foi solicitado junto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luis (SET), mas que até o momento a solicitação não foi atendida.
Abreu informou ainda que a empresa está esperando a vinda de mais dois novos ônibus com previsão para chegada até maio e que os veículos já vem equipados com elevadores.
A reportagem tentou falar com o superintendente do SET, Luis Cláudio Siqueira, para obter respostas acerca da solicitação das empresas para treinamento de funcionários que manuseiam os elevadores, porém fomos informados que o mesmo estava em reunião desde o início da manhã, assim ninguém foi encontrado para prestar esclarecimento.
Fonte: O Imparcial
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onde fica são luis
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