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Greve dos rodoviários não deixa BH sem ônibus

segunda-feira, 15 de março de 2010


Apesar do anúncio de greve após assembleia realizada no final da tarde de domingo, alguns ônibus circulam na manhã desta segunda-feira em Belo Horizonte e região metropolitana. Em balanço divulgado às 9h, a BHTrans informou que metade da frota da capital circula normalmente.
Conforme a empresa, a situação é mais precária nas estações BHBus do Barreiro e Diamante. Nos dois terminais, apenas 10% do total de coletivos estão rodando. Já na Estação São Gabriel, são 40% dos ônibus operando nesta manhã. E para quem usa a Estação Venda Nova, a BHTrans comunicou que 98% da frota estão nas ruas.
A reportagem do Portal Uai percorreu importantes vias da capital e confirmou a presença dos coletivos, mas em quantidade bem menor. Na região Nordeste, os veículos pegavam passageiros no início do dia na Rua Jacuí e na Avenida Cristiano Machado. O mesmo ocorria na Avenida do Contorno, no Bairro Floresta, região Leste. Nas avenidas Carlos Luz, Região da Pampulha, e Pedro II, Região Noroeste, alguns ônibus também circulavam.Parte dos usuários do transporte coletivo afirma que a circulação de algumas linhas está prejudicada, com espaço de tempo maior entre as viagens. “Eu uso a linha 8107 (Concórdia-São Pedro) para vir ao trabalho e não tive problemas. Mas parece que algumas linhas estão com menos carros em circulação”, afirmou a psicóloga Cibele Ventura, que trabalha no Bairro Lourdes, região Centro-Sul da capital.

Fonte: Correio Brasiliense
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Em Natal, As estações de transferência estão diferentes


As estações de transferência estão diferentes; foram abertas e mudaram de cor - para verde. Cinco das 12 que existem em Natal funcionam como paradas. Para embarcar em novo ônibus, todos têm que passar novamente pela catraca, no prazo de uma hora para pagar apenas uma passagem.

Mas na visão do secretário municipal de Mobilidade Urbana, Kelps Lima, as estações não acabaram. Ao contrário, se estenderam para todos os pontos de ônibus.“No início de nossa gestão, havia 11 estações. Agora temos 2.600, porque o cartão do Passe Livre possibilita que a transferência seja feita em qualquer lugar”, disse.

A intenção é modificar todas as estações. O trabalho é gradual para que a população se adapte melhor, segundo Lima.“Temos que educar a população, avisar o que está acontecendo, divulgar os pontos de venda dos cartões”, disse, antecipando também que devem ser construídos aproximadamente 20 novos espaços como esses.

A parada do shopping Midway Mall, na avenida Bernardo Vieira, deverá ser a primeira.“Estamos avaliando os lugares onde se concentram mais pessoas e percebemos que na Bernardo Vieira, as pessoas desembarcam muito para trocar de ônibus”.

Fonte: Nominuto.com
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Alteração no terminal de ônibus do bairro Santa Catarina, em Caxias, é recebida com tranquilidade

A mudança do terminal da linha do bairro Santa Catarina, na manhã desta segunda-feira, ocorreu com tranquilidade, em Caxias do Sul. Ao menos, entre as 9h30min e 10h30min, o movimento estava calmo na Rua Dr. Montaury, na quadra entre as ruas Pinheiro Machado e Bento Gonçalves, onde até domingo os ônibus dessa linha ficavam alguns minutos parados antes de seguir em direção ao bairro.
Nesse ponto, um funcionário da Viação Santa Tereza (Visate), concessionária responsável pelo transporte coletivo urbano na cidade, tirava dúvidas dos usuários e informava que a partir de agora o ônibus não para mais nesse ponto.Desta segunda-feira em diante, o terminal passou a ter o bairro como referência. Quem estiver no Centro e pretende utilizar a linha Santa Catarina, deve pegar o ônibus na parada da Rua Bento Gonçalves, próximo ao posto de atendimento da Visate ou na estação Ópera (Rua Pinheiro Machado).
O ônibus não vai mais estacionar nem pegar passageiros na parada de ônibus da Dr. Montaury. O professor Carlos Bruno Marsiglio, 47 anos, foi informado antecipadamente pela cobradora e também acompanhou pelo jornal as notícias sobre a modificação. Nesta segunda-feira pela manhã, entretanto, precisou recorrer ao funcionário da Visate para saber o ponto certo de embarque.— Fiquei sabendo da alteração há alguns dias. Só pensei que aqui no Centro o embarque para o meu bairro iria continuar ocorrendo na Dr. Montaury. Aí perguntei para o funcionário da Visate e ele me explicou que agora devemos pegar o ônibus na estação do Ópera — relata Marsiglio.
O professor acompanhou o filho, o estudante Christian Marsiglio, 14 anos, ao dentista, no Centro. Depois o levou até a parada de ônibus para retornar ao bairro Santa Catarina, onde mora. Marsiglio acredita que a alteração trará melhorias no trânsito da área central.
— No começo, a gente estranha um pouco. Depois, vamos nos habituando. Acho que levar os terminais para o bairro irá beneficiar o trânsito do centro, permitindo maior fluxo espera o professor.Até a próxima sexta-feira, as demais linhas que têm parada final nesse trecho da Rua Dr. Montaury (linhas Vinhedos, São José, Colina Sorriso e Santa Lúcia) também terão seus terminais deslocados para os respectivos bairros.
Ao todo, 21 linhas da Visate terão os terminais transferidos do Centro para o bairro até o dia 26 de março.

Fonte: Pioneiro

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São Paulo: Ônibus com TV penam para transmitir programas ao vivo


Há seis meses em circulação, os ônibus de São Paulo que transmitem a programação ao vivo da Globo não saíram do lugar. Bom, pelo menos no número de veículos e na resolução dos problemas técnicos. Fruto de uma parceria da rede com a Bus Mídia, os mesmos 30 ônibus que inauguraram testes do gênero ainda sofrem com a queda do sinal, digital, dentro de túneis e em bairros mais altos.
A estancada é relevante se comparada ao crescimento da outra frota que transmite produções da Globo, mas gravadas, e não ao vivo, por meio de um resumo diário: de 300, pulou para 500 o número de ônibus que circulam pela cidade com cenas em reprise. Nos próximos 20 dias, o sistema será expandido para o Rio, Porto Alegre, João Pessoa, Natal e Florianópolis. Copa do Mundo no busão, ao vivo, fica para 2014.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Greve dos funcionários do metrô prejudica 160 mil passageiros no DF


Os funcionários do Metrô/DF entraram em greve nesta segunda-feira (15) e 160 mil passageiros ficaram sem transporte no Distrito Federal. O comando grevista garantiu que respeitaria a lei e manteria 30% dos funcionários trabalhando, mas a direção do metrô alegou falta de segurança e decidiu fechar todas as estações.

“O metrô de São Paulo transporta dois milhões de passageiros por dia, nós transportamos 150 mil passageiros. O metrô de São Paulo faz greve e funciona. Em Belo Horizonte e Recife, que
tiveram paralisações de um dia com o quantitativo mínimo, também. Por quê o metrô de Brasília não pode funcionar?”, questionou o presidente do SindMetrô, Solano Teodoro.

As negociações envolvem 77 itens. Os metroviários afirmam que 12 não tiveram acordo. Eles querem aumento salarial de 120%, adicional de periculosidade e risco de vida, abono e gratificação por operações, auxílios de creche e alimentação, redução na jornada de trabalho de quarenta para trinta horas semanais, rodízio de folga nos feriados e a convocação de cerca de 300 aprovados no último concurso.

O metrô emprega 1100 funcionários. No ano passado, foram nomeados 64 para a área operacional e 50 para a área administrativa. O governo tentou negociar com a categoria até domingo de noite, mas não obteve sucesso e fez um pedido formal ao Tribunal Regional do Trabalho para que a greve seja considerada ilegal.

Segundo o diretor de operações do metrô, José Dimas, a proposta do Sindicato é absurda e é impossível dar um reajuste de 120%. “As negociações não pararam, é uma pauta inegociável e nós entramos com o pedido junto ao TRT para que intermedie essa negociação e avalie se essa greve é abusiva ou não. A data base não se encerrou ainda, encerra só no final do mês, ela foi antecipada. Me causa estranheza, pode ser que eles estejam aproveitando o momento político do GDF para causar mais tumulto para a população”, afirmou.

Ainda de acordo com Dimas, a proposta do Sindicato onera a folha de pagamento do metrô em 160%. O salário de um piloto do Metrô seria de cerca de R$9 mil. O agente de estação, que é uma das funções base da empresa, passaria a receber perto de R$6,5 mil. Sobre o não funcionamento de 30% do serviço, que é garantido por lei, o diretor de operações afirmou que o metrô não tem como funcionar com esse percentual de carros. “Eu costumo operar com 19 trens no pico, se colocar 30%, que são três carros, eu não dou vazão às pessoas que vão procurar o metrô”, disse.

O impasse vai prejudicar milhares de passageiros. “A gente tem que pegar ônibus,né? Que é mais cansativo, tem engarrafamento e demora muito para sair da rodoviária”disse o pintor José Nilton de Oliveira. “Sem metrô vai aumentar mais ainda o congestionamento, mais ônibus lotado, mais pessoas chegando atrasada no serviço. É muito ruim para a população que precisa”, afirmou a consultora empresarial Lana dos Santos.



Fonte: G1
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Greve de ônibus prejudica trânsito em BH; 25 ônibus foram depredados, diz sindicato


A greve dos rodoviários de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e região metropolitana deixa vários pontos de congestionamento nas ruas da capital mineira por causa do número excessivo de veículos nas ruas, nesta segunda-feira (15).

Segundo a assessoria do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), 90% dos ônibus da frota da capital estão circulando na manhã de hoje. Sindicalistas procurados pela reportagem do UOL Notícias até o momento não atenderam aos pedidos de avaliação do movimento grevista.

Já a BHTrans, empresa que gerencia e fiscaliza o tráfego na capital, informou há pouco que 50% da frota está circulando em Belo Horizonte. Segundo o órgão, os pontos de embarque mais afetados são as do Barreiro e Diamante, localizadas na região do Barreiro, onde a circulação corresponde a 30% dos coletivos.

A estação de Venda Nova está funcionando normalmente. Durante a madrugada, a Polícia Militar registrou ocorrências de ônibus apedrejados, sendo que em uma delas três homens foram presos. Segundo o Setra-BH, foram contabilizados 25 ônibus depredados.

A estação Diamante, na região do Barreiro, é a que apresenta o menor fluxo de circulação de ônibus até o momento. Os ônibus que saem das empresas estão sendo escoltados por carros da Polícia Militar, e a Prefeitura de Belo Horizonte autorizou os táxis a rodarem na modalidade lotação.
Fonte: Click PB
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Greve novamente em BH: Rodoviários decidem fazer nova greve na Grande Belo Horizonte


Os rodoviários de Belo Horizonte Região Metropolitana voltam a cruzar os braços a partir da zero hora desta segunda-feira, 15/03. Em assembleia na tarde deste domingo, a decisão foi por mais uma greve geral. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana, além da capital, a greve deve atingir ainda as cidades de Nova Lima, Ribeirão Neves, Sabará, Santa Luzia, Rio Acima, Vespasiano e Pedro Leopoldo.

A assembleia deste domingo reuniu cerca de mil trabalhadores do setor. O Sindicato decidiu rejeitar a proposta do consórcio de empresas de Belo Horizonte (Setra-BH) e da região metropolitana (Sitran-MG), de aumento de 4,36% na remuneração. Os trabalhadores pedem aumento de 12%, além de outras melhorias trabalhistas, como redução da jornada de trabalho para seis horas, fim da compensação de horas e fim da circulação dos ônibus sem cobrador.

Os rodoviários de Contagem também decidiram por greve a partir da zero hora desta segunda-feira. Na assembleia deste domingo, a categoria rejeitou os 6,5% de reajuste oferecidos pelos patrões. Eles reivindicam aumento de 12%. Já em Betim, a população pode ficar tranquila. Os rodoviários da cidade aceitaram o reajuste de 6,5% oferecido pelos empresários e também a manutenção da convenção anterior.

Diante do anúncio da paralisação, a BHTrans divulgou nota informando que solicitou ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SETRA-BH) máximo esforço para garantir a presença dos profissionais (motoristas e trocadores), nas garagens das empresas e estações do BHBus, o que fez com que as empresas autorizassem o deslocamento de táxi de todos os seus motoristas e trocadores até os locais de trabalho, com ressarcimento posterior.
Também foi autorizada a utilização de toda a frota no serviço de táxi-lotação. A Polícia Militar foi acionada para fazer a segurança na portaria das garagens e garantir o direito daqueles trabalhadores que desejarem prestar o serviço. Ainda de acordo com a nota, “mesmo em se tratando de questão trabalhista que envolve exclusivamente empregados e patrões (...), a BHTrans irá realizar uma operação especial de trânsito na segunda-feira, com objetivo de minimizar os impactos em virtude da paralisação”.
A empresa ainda exige do SETRA-BH, baseada no contrato de prestação de serviços, a reserva mínima suficiente para atender a demanda dos passageiros, e divulgou que a Prefeitura não abrirá mão de adotar medidas próprias, inclusive judiciais, em defesa da população. A BHTrans espera que patrões e empregados retomem as negociações e que "os serviços sejam totalmente restabelecidos o mais rápido possível".

Fonte: Uai Minas
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DF: Almanaque de problema do transporte público


Trinta milhões de passageiros insatisfeitos mês a mês. Ônibus lotados, atrasados, quebrados e sujos. Quem pode, compra carro ou moto. Mas uma parcela considerável da população não tem outra opção a não ser submeter-se à rotina exaustiva de um sistema de transporte público ineficiente. Quem se debruça a estudar o caos aponta basicamente duas causas: incompetência do poder público para garantir o bom funcionamento do sistema e a falta de infraestrutura que privilegie o transporte coletivo de passageiros.

Na última semana, o Correio levantou os números do sistema do DF e de outras quatro capitais. Entre elas, Curitiba (PR), considerada modelo na gestão do transporte público no país. Apesar de contar com uma frota de ônibus 67,8% maior do que a de Curitiba e de ter um número de linhas quase três vezes maior, o número de passageiros transportados no DF é 29,6% menor do que na capital paranaense. Os números não são os únicos indicadores para medir a qualidade do sistema. Se a linha é muito extensa, exige mais veículos, por exemplo, e o intervalo entre eles tende a ser maior. Se os ônibus são articulados ou biarticulados, têm maior capacidade e, portanto, podem ser em número menor.

Mas o grande problema do DF não está na quantidade de ônibus ou de linhas. O que falta é gestão do sistema, aponta o professor Joaquim Aragão, doutor em Engenharia de Transportes e coordenador de pesquisa do Centro de Formação de Recursos Humanos em Transportes (Ceftru), da Universidade de Brasília (UnB). “Aqui temos o inchaço de ônibus e de linhas, mas o governo não tem controle sobre a operação. Não sabe o horário que os ônibus passam nem se cumprem o itinerário. O usuário sabe menos ainda. Vai na Rodoviária e veja se tem tabela com o horário, se está atualizada e se é cumprida”, desafiou Aragão.

O especialista tem razão. No início da tarde de quinta-feira, os painéis luminosos (leia Memória) do terminal de embarque da Rodoviária do Plano Piloto deveriam informar o horário e o itinerário, mas estavam fora de operação. Só a parte superior do equipamento, destinada à publicidade, apresentava-se em perfeito estado de conservação. Passando-se por usuário, a reportagem dirigiu-se a um dos quiosques dos funcionários das empresas e pediu a tabela de horário dos ônibus que seguem para Planaltina. O homem apontou na direção oposta, para outro quiosque onde teria a informação. Lá uma mulher orientou que procurássemos o DFTrans, órgão responsável pela gestão e fiscalização dos ônibus. “É só você subir aquela escada”, disse.

Volte amanhã

Não há qualquer placa indicando os caminhos para se chegar ao DFTrans. A porta é recuada pelo menos três metros em relação às lojas e restaurantes, o que dificulta ainda mais a localização. Perguntada sobre a tabela de horários das linhas de Planaltina e Sobradinho, a servidora pega uma pasta preta com plástico. “Acho que não tenho aqui. Essas são as que mais saem”, avisou. Depois de folhear duas vezes a pasta, ela constata que não tem os horários de Planaltina e pede que retorne no dia seguinte.

Foram 10 minutos entre o primeiro pedido de informação até a resposta negativa do DFTrans. Enquanto isso, no mesmo balcão, um usuário irritado entregava uma reclamação por escrito a outro servidor do DFTrans. “Se vocês não tomarem providências, eu vou procurar o Ministério Público e vou denunciá-los por omissão”, avisou o funcionário público Salomão Sousa, 57 anos. “Os motoristas de dois ônibus que fazem o trajeto Núcleo Bandeirante-UnB transformaram o ônibus em uma boate ambulante. Não sou obrigado a ficar ouvindo bailão (música sertaneja), especialmente num volume alto”, destacou.

Salomão contou à reportagem que era a segunda vez, em 15 dias, que ele oficializava a mesma queixa. No mesmo dia, um funcionário do DFTrans ligou para Salomão. “Ele alegou que não daria andamento ao meu pedido se eu não apresentasse os números dos ônibus que vem trafegando com o som ambiente alto. Falou que não tem como deslocar um dos 89 fiscais para fazer a fiscalização no local”, disse Salomão. “Dá a impressão de que a fiscalização do DFTrans é de gabinete ou então aliada às empresas. Que eles só apuram as irregularidades quando não é mais impossível desconhecer o problema”, desabafou.

“Liga no 156”

O Correio também esteve no terminal do Setor O, de Ceilândia, e no de Samambaia, para tentar obter a lista com os horários dos ônibus. No primeiro terminal, conseguiu a tabela dos micro-ônibus, mas não o detalhamento do itinerário. Como faço para saber onde o ônibus passa? “Você vai ter que pegar um deles e ir anotando”, indicou um funcionário. No balcão das empresas de ônibus convencionais, a funcionária disse que apenas o DFTrans tinha a lista. Mas lá também não tinha. “Você liga no 156, opção seis e pergunta. Ou então, acessa o site do DFTrans na internet”, orientou. Em Samambaia, os funcionários do terminal também não tinham a lista para fornecer.

Para Joaquim Aragão, falta vontade política do governo.

Ele defende que, se quisesse, o governo já teria feito a integração do sistema. “Não precisa esperar as grandes obras como corredores exclusivos ou linhas verdes. É só mapear a cidade e integrar as linhas”, afirmou. Mas o governo, sempre que questionado sobre os problemas de trânsito e transportes do DF, aposta que todas as soluções virão com o Brasília Integrada (veja Para saber mais).

Fiasco dos painéis

Os painéis luminosos foram instalados na Rodoviária do Plano Piloto em 1998, quando foi concluída a reforma. O Departamento Metropolitano de Transportes (DMTU), hoje DFTrans, anunciou que eles poriam fim aos atrasos dos ônibus e das longas filas de espera nos pátios da Rodoviária. Logo no primeiro dia, o sistema se mostrou um fiasco e não funcionou. Todo o sistema de automação só foi concluído um mês depois. Os 69 painéis e 12 câmeras instalados na época custaram R$ 3 milhões. Em 2000, os usuários reclamavam que as placas estavam constantemente quebradas. No ano seguinte, eles começaram a exibir palavras e frases desconexas, inclusive em inglês (foto). Dois engenheiros com especialização nos Estados Unidos foram chamados para consertar o equipamento, mas encontraram dificuldade. O governo decidiu desligá-los para evitar ainda mais confusão.

Sem nenhum conforto

As incoerências do sistema de transporte no Distrito Federal também aparecem na quantidade passageiros transportados mensalmente em cada ônibus. Em média, são 10,6 mil por mês ou menos de 15 usuários por dia em cada veículo. Teoricamente era para o passageiro ter o mínimo de conforto, como fazer as viagens sentados. Mas não é isso que ocorre. As cenas de ônibus abarrotados de gente são comuns. E sobram relatos de pessoas obrigadas a esperar pelo próximo veículo por falta de espaço.

Nos horários de entre picos, dezenas de veículos ficam ociosos em diversos pontos da cidade. A maioria deles fica estacionado lado a lado no Mané Garrincha, no fim da Asa Norte e ao lado dos terminais de ônibus. Enquanto isso, a população que precisa se locomover fora dos horários de pico espera por até duas horas no ponto de ônibus.

Para o presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Âmbito Nacional (Autcan) Miguel Fernandes da Silva, o problema é de gestão no Distrito Federal. “Falta o poder público tomar conta. Hoje o sistema está nas mãos das empresas. Elas definem os itinerários e horários, e descumprem depois”, critica Silva. A Autcan representa 83 mil usuários em todo o país.

O Correio fez contato com o DFTrans para entrevistar o responsável sobre o assunto e para levantar os dados relativos ao sistema na última terça-feira. A assessoria de imprensa informou que ele estava muito ocupado resolvendo os problemas do Sistema Fácil (que ficou fora do ar durante a semana passada para recarga do passe livre aos estudantes), mas tentaria agendar um horário, o que não ocorreu até as 18h30 de sexta-feira.

A pedido do Correio, o órgão informou que conta com 84 fiscais. No último ano, foram emitidas 5.566 notificações e 1.306 ônibus piratas acabaram apreendidos. De janeiro a março deste ano, são 680 autuações e 65 retenções de veículos piratas. A principal queixa dos usuários é em relação ao descumprimento da tabela horária e do itinerário. Problemas que o órgão combate fiscalizando e multando as empresas que cometem as irregularidades. Já os horários, são divulgados na internet.

Descaso

A estudante Lígia Carolina Santana Catunda, 22 anos, critica a falta de informação e superlotação dos veículos. “Acho um absurdo colocarem os horários só na internet. E as pessoas que não têm acesso? Os horários deviam ficar nas paradas, mas não colocam porque aí teríamos como cobrar”, comentou.Em Curitiba, a relação passageiros por ônibus/mês é a mais alta entre as cinco capitais: 25.372 por mês ou 35 pessoas por dia por veículo. Ainda assim o transporte da capital paranaense é considerado modelo no país. Gestor de operação de trânsito de Curitiba, Luiz Filla conta que na capital paranaense a qualidade do sistema é definida da seguinte forma: nos horários de pico, um ônibus comum, com 12m, deve transportar 44 passageiros sentados mais seis passageiros por metro quadrado em pé. Isso dá uma média de 80 pessoas por veículo. Os articulados circulam com no máximo 160 pessoas e o biarticulados, com 230.O sistema é reavaliado semestralmente. Se a demanda ultrapassa o limite fixado, as empresas têm de colocar mais ônibus na linha. Se o número de passageiros pagantes aumenta — avaliação diária —, a reavaliação do sistema é antecipada. Para fazer cumprir as metas, horários e itinerários fixados pelo governo, 250 fiscais acompanham a prestação de serviço das empresas. “Quando observam qualquer anormalidade, atuam imediamente para sanar o problema. Nosso usuário é bastante exigente”, ressaltou Filla.Em Curitiba, as principais infrações cometidas por ônibus são adiantamento do horário sem justificativa, dirigir de forma inadequada e ônibus em estado de conservação inadequada. “Aqui não temos problema de descumprimento da linha ou de viagens. Quando ocorre, nós multamos as empresas”, diz. A eficiência do transporte de Curitiba se deve também ao sistema de infraestrutura. Lá existem corredores exclusivos, terminais de integração e cobrança antecipada nos terminais. O sistema funciona como uma rede e parte do princípio que o usuário paga o valor de uma passagem para chegar ao destino, ainda que precise usar mais de um ônibus.

Fiscalização eletrônica
~
Em Belo Horizonte, o segredo para manter as empresas na linha é a fiscalização eletrônica. Por meio de dois softwares, o governo controla o cumprimento dos horários e se tem superlotação. O governo ainda fiscaliza qualquer sinal de anormalidade por meio da leitura do disco de tacógrafo. O número de fiscais é pequeno, 22 para todo o sistema.

“A nossa fiscalização pesada é eletrônica. Temos o controle de 100% dos veículos e ainda vamos implementar um sistema de GPS”, explica Jussara Bellavinha, diretora de desenvolvimento e implementação de projetos.Mas não é só a fiscalização eficiente que garante a qualidade do transporte público.

O diretor-superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NUT), Marcos Bicalho dos Santos, explica que a falta de infraestrutura que dê preferência ao transporte coletivo em detrimento do individual tem relação direta com a qualidade do serviço prestado. “Se o ônibus tem que disputar espaço na via com os carros, a qualidade do serviço vai cair. O trânsito está cada dia mais congestionado”, lembra.

O sindicato das empresas de ônibus do DF foi procurado, com as perguntas encaminhadas por e-mail, conforme orientação da assessoria de imprensa da entidade. Mas, até o fechamento da edição, não houve retorno. (AB)

Video exibido em 2009.


Fonte: Correio Brasiliense
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