A inovação e a digitalização do mercado de viagens rodoviárias têm gerado efeitos positivos no bolso de quem usa ônibus para viajar pelo Brasil. Dados da CheckMyBus, plataforma de pesquisa de passagens de ônibus presente em 80 países, mostram que as passagens ficaram até 61% mais baratas nos últimos dois anos.
O levantamento inédito analisou as rotas entre as capitais mais buscadas no site do metabuscador de viagens de ônibus, comparando os anos completos de 2019 com 2021. São elas: Belo Horizonte (MG) - São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) - São Paulo (SP), Curitiba (PR) - São Paulo (SP), Brasília (DF) - Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) - São Paulo (SP) e Brasília (DF) - São Paulo (SP).
A conclusão é de que os valores médios das passagens nessas linhas tiveram uma redução que varia de 38% (entre a capital federal e São Paulo) até 61% de queda, na linha que liga BH à capital paulista.
A grande redução dos níveis de preços praticados nas rotas entre as principais capitais brasileiras surpreendeu a CheckMyBus. A avaliação é que isso se deve à entrada de novas empresas no mercado rodoviário, e também à mudança no comportamento dos passageiros, que têm agora acesso às ofertas e novas opções de transporte rodoviário graças à tecnologia.
“Nossa pesquisa tinha como objetivo justamente mostrar como a concorrência trazida por novos modelos de negócios e plataformas digitais tem mudado o mercado rodoviário brasileiro. Conseguimos provar, com números, que esse movimento produz efeitos substanciais”, afirma Abel Bessa, country manager no Brasil da CheckMyBus, empresa alemã presente no Brasil desde 2016.
Uma das plataformas que vem promovendo essa revolução no mercado é a Buser. Ao conectar viajantes a empresas de fretamento, a startup brasileira criou um novo modelo de serviço, conhecido como fretamento colaborativo. Fundada em 2017, a plataforma de intermediação de viagens de ônibus triplicou sua operação no ano passado, e espera movimento semelhante em 2022. Com mais de 6,5 milhões de clientes cadastrados, a Buser conta com fretadoras parceiras em todo o País, atendendo mais de 650 cidades.
“A tecnologia é um caminho sem volta, e a concorrência sempre será positiva. Quando decidimos lançar a Buser, uma viagem entre Rio e São Paulo não custava menos de R$ 120,00 num ônibus comum. Hoje é um trecho que sai por até R$ 50,00 na categoria semi-leito, em poltronas super confortáveis. O efeito da inovação agora pode ser sentido por todo o mercado. Ficamos felizes de contribuir com essa mudança positiva. A democratização sempre foi e sempre será a nossa missão” afirma Marcelo Abritta, CEO da Buser.
A CheckMyBus conta com mais de 300 empresas de ônibus brasileiras cadastradas na plataforma. Para esse levantamento específico, foram consideradas cerca de 40 empresas que fazem as seis linhas pesquisadas.
Na rota Salvador - São Paulo, por exemplo, o preço médio das passagens em 2019 era de R$ 427,00. Dois anos depois, o valor caiu para R$ 262,00, o que representa uma variação de 39%. Na Buser, uma viagem dessas chega a custar R$ 239,00 atualmente. Já no trecho Brasília - Rio de Janeiro, o preço médio das passagens no ano anterior à pandemia quase batia nos R$ 300,00, e passou para R$ 173,00 em 2021. Essa mesma rota na Buser sai por menos de R$ 115,00, dependendo do dia e horário do embarque.
Além de atuar com o fretamento colaborativo, a Buser também oferece o serviço de marketplace, em parceria com viações que atuam nas rodoviárias. São ofertas complementares, que ajudam no processo de digitalização do setor. Embora a startup entenda que a pressão maior venha do novo modelo, ambos têm um efeito positivo no mercado.
“A tendência da compra de passagens online, que começou no pré-Covid, acelerou depois da pandemia. Culturalmente, o guichê era muito forte no Brasil, mas, aos poucos, a gente vê isso se transformar. Tanto a criação de plataformas quanto a digitalização de pontos de vendas por marketplaces ajudaram a diminuir custos e a melhorar a experiência do passageiro, que agora pode efetuar a reserva de forma rápida e segura, de forma até mais simples do que no aéreo, já que a exigência de documentos é menor”, reforça o gerente da empresa alemã.
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