Representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb) se encontram nesta segunda-feira (23) com a Secretaria Municipal de Transportes do Rio para discutir algumas reivindicações da categoria. A reunião discute, entre outras coisas, o elevado número de multas aplicadas aos profissionais que atuam no corredor expresso do BRT. Os trabalhadores alegam que não conseguem parar o veículo de imediato quando o semáforo passa de verde para amarelo e acabam sendo penalizados.
Sebastião José é vice-presidente do sindicato e afirmou ao G1 que as reivindicações são consideradas questão de segurança. Para ele, as multas aplicadas nos motoristas estão equivocadas. Ainda de acordo com Sebastião, a instalação de sinais inteligentes com temporizadores - que indicariam o tempo que falta para o sinal vermelho aparecer – iria evitar novas multas.
“O projeto inicial do BRT diz que quando os carros se aproximassem do sinal teriam que ter um sensor para ter preferência. Como a manutenção é cara, não temos esse sensor. Além disso, não tem temporizador no sinal de trânsito. Nós estamos falando de ônibus de 28 metros e que podem chegar a 80 toneladas se estiverem lotados. A frenagem depende da velocidade e do peso. Tem que ter temporizador porque vai nos avisar 20 segundos antes do sinal amarelar. Ai iremos ter noção de tempo para reduzir. É uma questão de segurança para nós e para os passageiros. O prefeito não quer admitir, mas o projeto apresenta falhas”, disse o vice-presidente do sindicato.
Após uma assembleia realizada na quarta-feira (18), os trabalhadores argumentam com a secretaria dois assuntos. Primeiramente, o cancelamento das multas aplicadas nos servidores e a devolução dos gastos. Além disso, pedem a instalação dos temporizadores nos semáfaros em áreas atendidas por ônibus do BRT.
Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente pelo sindicato da categoria sobre as reivindicações. Apesar disso, a SMTR afirmou que está aberta ao diálogo e à avaliação de qualquer pleito que seja apresentado.
Peso do veículo interfere
Em entrevista ao G1, o engenheiro mecânico, Luiz Gustavo Medeiros, afirmou que o peso dos ônibus é um fator que influencia na frenagem do veículos. "A principal dificuldade para frear um veículo, como o BRT, está no peso que ele carrega. Além disso, fatores como a velocidade máxima, o aquecimento do sistema de freios, a condição da pista e o tempo de resposta do motorista também influenciam bastante", afirmou.
Além disso, Medeiros contou que a intalação dos temporizadores é uma das alternativas para auxiliar os motoristas. Segundo ele, uma mudança no projeto do sistema de freios dos BRTs também pode ser considerada.
"A instalação de sinais com temporizador pode trazer algum benefício, pois ajudaria o motorista a estimar melhor o tempo. No entanto, vale lembrar que o sinal amarelo já existe para alertar ao motorista que reduza a velocidade. Um outra solução seria contatar o fabricante dos BRTs e estudar uma possível mudança no projeto do sistema de freios, que reduza a distância de frenagem em condições de lotação máxima do ônibus", disse.
Informações: Matheus Rodrigues
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