A Guarda Municipal de Curitiba registrou 52 ocorrências de violência contra mulheres no transporte coletivo - envolvendo abusos, assédio sexual, atos obscenos, constrangimentos e condutas inconvenientes - desde o lançamento da campanha "Busão Sem Abuso", em novembro do ano passado. Só este ano, até 10 de agosto, foram 44 casos - quase o dobro do número registrado ao longo de todo o ano passado (28).
Metade dos casos registrados neste ano foi de "atos obscenos/libidinosos", em um total de 22, e de "assédio sexual" - outras 22 ocorrências.
"Apesar de o medo e da vergonha em denunciar ainda serem fatores de subnotificação dos casos, a campanha dá coragem às mulheres quando aponta o que é considerado abuso, o que elas podem fazer e como fazer para denunciar. A sociedade demonstra que está reagindo e que é hora de superar o medo e a vergonha", afirma a secretária da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro.
Roseli lembra que sempre que participa de divulgações da campanha nos terminais de ônibus, é procurada por usuários do transporte coletivo para relatar situações que sofreram ou presenciaram. "Pais e familiares, inclusive, contaram que passaram a acompanhar suas filhas e parentes no trajeto para a escola ou para o trabalho por causa dos abusos", explica.
A campanha "Busão Sem Abuso" é uma parceria da Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria da Mulher, Guarda Municipal e Urbs – Urbanização de Curitiba, com os sindicatos patronal e dos trabalhadores no transporte coletivo da Capital. A Prefeitura orienta as mulheres e demais usuários que presenciarem uma situação de abuso que acionem a Guarda Municipal pelo telefone 153, informando linha do ônibus, horário, trajeto, que uma viatura será deslocada para interceptar o veículo.
Os motoristas, cobradores, fiscais e vigilantes nos terminais urbanos também estão orientados para o atendimento do programa e podem deter o acusado de abuso até a chegada dos agentes. Vítima e acusado são encaminhados em viaturas separadas para a Delegacia da Mulher de Curitiba, onde fazem o registro da ocorrência policial. Ele assina um termo circunstanciado e passa a responder a processo. Em caso de tentativa de reincidência, é preso imediatamente.
É abuso quando
- Um homem esfrega ou passa a mão no corpo de uma mulher, principalmente se for nas partes íntimas.
- Faz comentários indecentes a ela.
- Agarra ou tenta imobilizá-la.
- Expõe seu órgão genital.
Informações: URBS
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