O metrô de Belo Horizonte deveria operar, no mês que vem, com uma capacidade ampliada de 50% no volume de passageiros, ou seja, dos 220 mil ao dia para 340 mil. Pelo cronograma de aquisição de dez novos trens, anunciado pelo governo federal em novembro passado, todos estariam nos trilhos em agosto. Até agora, porém, não transportaram ninguém.
Lucas Prates/Hoje em Dia |
Um investimento de R$ 171,9 milhões destinado a desafogar o sistema, mas que ainda não resultou em benefícios. Os veículos, adquiridos de uma empresa espanhola e montados em São Paulo, estão estacionados nos pátios de manutenção das estações São Gabriel e Eldorado.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) argumenta que as composições estão em teste e insiste em dizer que o processo segue dentro do programado. No entanto, quando a suplementação da frota foi anunciada, a promessa era colocar as composições em operação da seguinte forma: uma em janeiro, uma em março, uma em abril, duas em maio, duas em junho, duas em julho e a última em agosto.
Enquanto isso, passageiros se espremem nos vagões de composições antigas, com mais de 30 anos de uso, principalmente nos horários de pico. Fora o desconforto: quanto mais cheio, mais quente. Os trens não têm ar-condicionado.
“A sensação é que estamos em um forno. Não tem passagem de ar, e o aperto é grande”, diz a auxiliar administrativa Patrícia Mourão, de 26 anos.
De acordo com a assessoria de imprensa da CBTU, que não disponibilizou nenhum técnico para explicar a demora na instalação dos novos vagões, as composições passam por testes de comissionamento, obrigatórios antes da entrada em operação.
Segurança
Nos testes, são verificados sistemas de freios, conjuntos pneumáticos, portas, iluminação, performance, informações ao passageiros, dentre outras especificações técnicas. Agora, em uma nova estimativa, a CBTU pretende colocar as composições em atividade “no segundo semestre deste ano, de forma gradativa”, mas não especifica datas.
Para o Sindicato dos Metroviários (Sindimetro), a demora é resultado de falha no cronograma. “Os testes são imprescindíveis para que o novo dispositivo comece a operar. Isso requer tempo para que os ajustes necessários sejam feitos de forma a garantir a segurança de usuários e funcionários”, explica o vice-presidente Romeu José Machado Neto.
Além de mais modernas, as novas composições têm ar-condicionado e vagões integrados. Painéis eletrônicos informam aos passageiros o nome da estação que se aproxima.
Os veículos têm, ainda, tecnologias sustentáveis, como iluminação por LED, mais econômica e durável que a convencional.
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